segunda-feira, 21 de julho de 2008

Eu olho no fundo do seu olho e digo tudo o que quero dizer. Tudo mesmo, sem medo do que você vai pensar, sem medo do seu medo. E é tão bom, porque as palavras fluem da maneira exata que eu queria que elas fluíssem. Passam sem filtro da minha mente para a minha boca. E passam bonitas como eu penso. Porque acontece uma coisa estranha com as minhas palavras quando eu converso com você, geralmente. Eu penso tudo tão simples e claro, mas quando eu falo sai tudo tão diferente. É como se tivesse uma pedra enorme no caminho da minha cabeça pra minha boca, e essa pedra desvia o fluxo dos meus pensamentos, separa e bagunça tudo, e as palavras saem feias, desconexas, não dizem exatamente o que eu pensei. Acho que essa pedra é a sua presença, são seus olhos me olhando. Daí ferra tudo, eu não consigo pensar direito, eu falo estranho. Mas não agora. Agora eu estou olhando dentro do seu olho e digo exatamente o que eu queria dizer. E é tudo realmente simples, não existe nenhum problema, não existe nenhuma complicação, eu não tenho dúvidas se quero ou se não quero. Eu sei que quero, e você me dá sinais bonitos e eu vejo que você também quer, e tudo é tão normal. Você me abraça forte, do jeito que eu gosto, e a gente passa horas debaixo das cobertas e o mundo está todo certo, cada coisa no seu lugar.

Acordei.

2 comentários:

Tatiana disse...

Vim aqui pra ter ver " por dentro". Belo texto. Honesto.
Tô em uma corrida aqui e não vou poder passear pelo blog, mas depois eu volto com calma e degusto.
Vou gostar de te conhecer também.
Um grande abraço destas bandas.

Maíra Colombrini disse...

ahh... eu tenho um sapo que muda o curso das minhas palavras, que inevitavelmente sem desvirtuadas de minha boca, muito mais brandas que o original pretendido.

Beijos