sexta-feira, 19 de setembro de 2008

The truth is out there

Último dia de trabalho na editora. Tinha que ser assim meu último dia... tô só o pó. Ontem teve show no FEIA, na Unicamp. Quase 5 horas no vento, e eu que já tava gripada e com a garganta podre. Dormi menos de 2 horas e já acordei pra dar minhas aulas. Não consigo esquecer que tenho garganta, porque ela dói e fica me lembrando da sua existência o dia todo. Estou muito cansada, então minhas impressões do último dia talvez estejam um pouco prejudicadas.

Ontem o Diego me disse que está um pouco preocupado comigo, pois sempre que me vê eu estou cansada... É verdade, querido. É verdade. Eu estou mesmo muito cansada. Essa jornada tripla tem me matado. Mais do que isso, acho que o fato de eu saber que estava acabando me deixava mais cansada ainda, aquela coisa de você se arrastar. Mas agora muitas coisas vão mudar.

Vou ter minhas tardes livres, pra preencher como eu quiser. E quero preencher com muitos projetos bons, não quero ficar dormindo, não. Vou ter tardes livres pra colocar minha cabeça em ordem. Isso é muito importante, e necessário. Vou tentar ser uma pessoa mais calma, com mais tempo pra fazer as coisas. Essa lufada de ar fresco e novo que está entrando tem que ser boa pra mim. Só pode ser boa.

Fui juntar minhas tralhas aqui e é impressionante como em 6 meses eu juntei tanta coisa... tanto papel... um monte de lixo... e um monte de aprendizado também. Que o ser humano é essa máquina maravilhosa pra quem conhecimento nunca é demais. Não esgota, não é como a capacidade do meu MP3, por exemplo, que quando quero colocar músicas novas, tenho que apagar antigas. A mente da gente aceita tudo, vai aceitando as novidades sem ter que se desfazer das quinquilharias velhas.

Eu aprendi mesmo bastante coisa aqui. Não só sobre o processo editorial, que eu adoro, mas sobre mim. Sobre como me sinto "presa" em um lugar 9 horas por dia (10, com uma hora de almoço), sentada no mesmo lugar... Sobre como minha natureza é contrária à idéia de acordar todo dia e ir pro mesmo lugar fazer as mesmas coisas o dia todo. É bom pra eu aprender, mesmo. Pra vida toda. Pra nunca mais contrariar minha natureza e me aprisionar dessa maneira, mesmo se for pra fazer algo de que eu goste, porque com o tempo (e eu pouco tempo) me dá bode, eu enjôo do mesmo, do mais do mesmo, eu murcho, eu morro. Eu preciso da diferença, da quebra, da novidade e da surpresa. Pelo menos no meu trabalho...

Dar aulas é um meio-termo. Eu acordo todo dia e vou pro mesmo lugar. Mas é só meio período. E só 4 manhãs por semana. E uma aula nunca é igual a outra. Cada turma é diferente, cada aula é diferente, cada aluno é um, e os comentários deles são diferentes, e os meus também, em cada sala. E eu vou aprendendo mais e mais sobre o meu conteúdo, sobre dar aula, sobre mim. Às vezes, dou a mesma aula para 7 turmas, mas cada uma é diferente, e na sétima eu já aprendi um monte. E é um trabalho que exige criatividade, pensamento, interação real e direta. Claro que eu poderia fazer mais simples. Planejar o ano todo de uma vez, usar o livro, explicar pouco, trabalhar pouco e ganhar dinheiro no mole. Mas eu realmente gosto do que eu faço, e procuro ter prazer nisso. Se eu fizer de qualquer jeito, daqui a pouco vou cansar. Não dá. Eu tenho que me sentir motivada, sentir que posso criar quando eu quiser.

Por muito tempo, eu quis trabalhar em editora. E não é que eu consegui? A mente da gente é mesmo uma loucura. Eu consegui, e aprendi coisas muito legais. Aprendi, por exemplo, que tem partes do processo que eu posso continuar fazendo, da minha casa, no meu tempo e no meu espaço. Continuar mexendo com revisão, que eu adoro, sem a prisão de todo dia. A Dani me disse, quando eu entrei, que era uma prisão. A Dani do RH. Não com essas palavras, mas disse. Mas eu tava tão doida pra entrar que nem dei bola. Sábia Dani. Não é pra qualquer um. Não é pra mim.

Vou embora feliz. Foi uma experiência bem bacana. Foi por pouco tempo, mas tem coisas na vida que são assim. Não dá pra ter medo de mudar. 6 meses foram suficientes pra eu saber de muitas coisas e pensar muitas coisas; claro que eu aprenderia muito mais com mais tempo. Mas estava escrito desse jeito. Que minha passagem por aqui seria breve.

Breve, mas boa. Joguei o lixo fora e, junto com a minha caixa, levo muita coisa que aprendi, e que quero continuar aprendendo. Mas não só isso. Que não dá mesmo pra ficar parada aqui. Minhas aulas estão lá fora, meus alunos estão lá fora, minhas tardes, minha mente e meu corpo pra cuidar, minhas músicas e meus projetos estão lá fora, minhas sessões de cinema à tarde, minhas caminhadas, minhas papeladas pra arrumar estão lá fora. O mundo está lá fora.

"A verdade está lá fora". Ui. Que medinho. Medinho bom da peste.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ditado pela pequena Juliana Palermo

Eu encontrei um papel esses dias que me fez rir muito. É um papel escrito pela minha querida avó paterna, ditado por mim quando eu tinha entre 5 e 6 anos. Nessa época eu já escrevia, mas uma das minhas brincadeiras preferidas era ditar coisas pra minha vó escrever. Acho que eu achava o máximo ela escrever tudo o que eu pensava... e acho também que ela gostava da brincadeira tanto quanto eu.

Eu sei que nessa época havia o Funaro, um político. Eu era obcecada pelo Funaro. Ditava muitas coisas sobre ele. Em conversa esclarecedora com minha amiga economista Juliana, ela me informou que esse Funaro era o Ministro da Fazenda, e que, provavelmente, essa época em que eu ditava era a época do congelamento de preços.

Transcrevo abaixo o escrito do papel que já está amarelado... acho que isso diz muito sobre mim, sobre a minha cabeça maluca, e que já era maluca aos 5/6 anos. Quantas crianças que você conhece ditavam essas coisas para a avó nessa idade?


Quando o leite saiu, toda a turma veio tomar.
Agora o negócio mudou, quando sai o leite todo mundo quer comprar, e é muito caro.
Agora no sítio a turma toma de graça. E agora seria melhor o governo baixar o preço, porque senão ninguém mais vai tomar leite.
E então a carne está ficando mais cara ainda. Já pensou se ninguém mais comprar essas duas coisas? Vão acabar ficando sem almoço e então se você for tomar um cafezinho no bar, e se estiver muito caro, quero dizer, já está, ninguém mais vai poder se esquentar, é claro que não se esquentar com blusas.
E quase que você fica sem o frango porque está super caríssimo, e daí você vai ficar sem almoço como a carne, é claro.
No supermercado não tem mais nada, como é que vamos fazer? Se eu fosse o Funaro eu mandaria esse preço baixar, e punha tudo no supermercado e todos poderiam comprar.
Será que o Funaro não tem dó de ninguém pra comprar comida?
Acabaremos essa conversa amanhã.
Até lá.


Eu juro, isso saiu da minha cabeça, quando eu tinha entre 5 e 6 anos...

Sem comentários...

Ou melhor: comentem!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sobre alunos e plins

Sabe aquela história de professor, de que na classe sempre salva um? Ou alguns? Aquele lance de "poucos se salvam", quando o professor quer dizer que a maioria não presta e que apenas alguns são bons? Então...

Tem coisas que não dá pra negar. Apesar de todas as pedagogices que eu já estudei na vida (e olha que foi muito: apesar de não ter feito Pedagogia, fiz Magistério, fiz Licenciatura, então estudei na Pedagogia, fiz trabalhos pra alunos de Pedagogia e até hoje, na editora, reviso livros de Pedagogia), apesar de todas as teorias, não dá pra negar: tem alunos que não dão pra coisa. Não adianta. Você vê que aquele carinha não vai longe, não vai fazer uma boa faculdade, não vai ter interesse pelo conhecimento. E pode até ser que ele se dê bem em outras áreas, pode ser que ele trabalhe pra caramba e seja feliz. Mas não tem uma relação legal com a construção do conhecimento, com o saber, com o aprender.

Vejo todos os dias, TODOS OS DIAS MESMO, os professores reclamando na sala dos professores. Claro que há muito pra se reclamar. Eu também poderia reclamar o dia inteiro, se quisesse. Mas não quero. Não quero porque amo o que faço, porque reconheço que as falhas muitas vezes são nossas, ou dos pais, ou do sistema, e não exclusivamente dos alunos. Não quero porque reclamar não vai me ajudar, não vai mudar minha realidade. Não quero porque vejo o lado bom de todas as coisas. Até daqueles alunos que irritam. Não é a deles, escola não é a deles. Triste (ou não), mas verdade. Sei lá, creio que minha função é tentar entender o porquê das coisas serem como são, tentar trazer essas almas pra ver um pouco do que eu tenho pra mostrar. Tem gente que aproveita 100% do que eu ensino; tem gente que aproveita 5%. E tudo bem, porque é só o que esses podem dar. Eu reconheço, e quero tentar fazer com que eles aproveitem 6% amanhã, vai saber. Mas reclamar, tenha dó!

Agora, deixa eu falar outra verdade: que delícia que é ver aqueles alunos que são seus pares. Que podem ser professores amanhã, ou grandes profissionais em suas áreas, que amam aprender e sacar coisas. Como é gostoso o reconhecimento de iguais que rola quando vemos o bilho no olho deles, quando vemos que eles entendem, que gostam. E não estou falando dos CDF puxa-saco, não. Tô falando daquele menino inteligente, que pode até tirar notas baixas, mas que saca do que você tá falando. Que reconhece e entende, que tem insights. Você pode ouvir, se prestar atenção, um barulhinho de PLIM! que a mente dele faz quando ele pesca alguma coisa. É arrepiante.

Ouçam, professores. Ouçam.

Sendo feliz e só

Pela primeira vez na vida, aos 27 anos, eu tomei leite com aveia. Não me lembro de ter tomado antes, acho mesmo que foi a primeira vez. Será que não estou muito velha pra isso?

Não. Acho mesmo que nunca se é velho demais pra tomar leite com aveia. Nunca se é velho para modificar hábitos alimentares e hábitos de vida. Nunca se é velho para aprender coisas boas com os outros. Acho também que nunca é tarde demais pra apreciar a chuva na janela, pra achar lindo uma vidraça com gotas de chuva, pra ficar enrolando na cama num domingo de manhã, dando risada e abraçando alguém especial. Nunca é tarde demais pra descobrir que essa pessoa especial tem duas pintas atrás do lóbulo da orelha direita, pra olhar todas as pintas que ela tem nas costas, pra explodir de felicidade ao receber um abraço e um beijo gostoso, pra tirar o sono de quem precisa dormir (desde que se durma depois). Nunca é tarde pra ligar quando a gente tem vontade, mesmo que já passe da meia-noite, porque a gente quer saber se está tudo bem, saber como foi o dia da pessoa, ouvir aquela voz antes de dormir, já que vamos dormir sozinhos.

Acho mesmo que a felicidade não tem prazo de validade... Ainda bem!!!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ipês

Eu não sabia, mas na minha rua tem vários ipês. Rosa. Não sabia porque moro lá faz apenas alguns meses, e nunca tinha reparado, acho que eles não haviam florido ainda pra mim. São vários mesmo, e minha rua é uma subidona.

Há uns dois dias atrás, voltando pra casa da escola, eu estava meio com sono, cansada. Quando entrei na minha rua, aquela subidona, vi diante de mim um tapete rosa. Pelo fato da rua ser subida, ficava mais bonito ainda, porque o ângulo da minha visão me deixava ver um tapete mesmo de flores. E aquele céu azulzão, um calor de matar. Abri um sorriso ivoluntário, na hora. "Que bonito...".

Agora, chegar e sair da minha rua é uma festa. É lindo. O chão coberto de flores é tão simbólico, tão singelo e tão bonito. A parte mais bonita da árvore caindo no chão, e colorindo e enfeitando o chão, e nem por isso a árvore menos feia. Pelo contrário, agora que eu percebi que ela existe. Ela não guarda o mais bonito pra si. Deixa cair no chão, na rua cinza e feia, e enfeita a rua e acaba chamando a atenção para si mesma, e deixa tudo ao redor mais e mais bonito. Uma beleza mesmo.

Hoje, agora, vindo trabalhar na editora, vi uma velha tentando varrer a calçada. Raiva. Pra quê?? Tá tão bonito... E é tão inútil... As flores e as folhas vão cair mesmo, e deixa que caiam, não adianta lutar contra a natureza, é época de cair e vai cair, pra que sofrer com isso? Melhor aproveitar a beleza do momento, não é? Coitada, tentando varrer as flores, que são muitas mais do que ela, e flores novas vão cair dali a 5 minutos... Trabalho inútil, energia desperdiçada, olhos vendados pra beleza do mundo. Larga essa vassoura, sua velha. Vem pisar descalça aqui nessas flores tão bonitas!

Às vezes parece que estou falando pra mim mesma, por meio das minhas metáforas sem fim...

Sei que, quando eu já estava no fim da rua, bateu um vendo lindo e as flores começaram a cair... dirigi bem devagarinho e deixei que elas caíssem sobre o meu carro. Foi tão bonito, aquele tapete de flores, aquele céu azul com rosa das flores que ainda estão nas árvores, e as flores dançando no espaço entre o céu e o chão. Parecia mesmo uma bênção, um carinho daqueles no rosto "vai em paz, minha filha". E eu vou. Impossível não sorrir.

Que beleza. Vou tentar tirar uma foto pra mostrar pra vocês. Mas a maior lição disso é a da vassoura: NÃO ADIANTA!!!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Michael Jackson e outras pequenas alegrias

Eu ando meio bipolar. Nada sério, mas meio bipolarzinha. Tava ontem naquela onda de sono, meio deprê, cansada e talz. Mas eu tenho ouvido muito Off the wall, do mestre Michael Jackson, porque vamos tirar esse som no ensaio de hoje. Então ouço direto no carro. E, cara, é impressionante, é contagiante. Ontem, saindo do trabalho, ouvi bem alto. Não dá pra não empolgar. Cantei junto, me acabei de batucar no volante e de fazer dancinhas e bater palma (perigo no trânsito). Cheguei em casa cantando e meu pai até estranhou.

Tudo bem. Tinha combinado de sair com meus queridos amigos/família, mas depois do banho bodeei. Não queria mais ir. Liguei pra eles pra dizer que não ia, e eles tentaram me convencer a ir. Deitei na cama e acabei minha Agatha Christie. Daí resolvi ir. Já eram quase 10 da noite, mas resolvi ir, mesmo de bode. E foi bom. Ver meus amigos queridos, cantar com a diva Tatiana Rocha, dar risada, falar sério, sentir o perfume dos meus amigos mais perfumados (o perfume deles fica no meu nariz, e eu adoro homem cheiroso). Foi bom. E hoje, saindo da escola, coloquei Off the wall bem alto no carro. Cara, é impressionante, é contagiante. As pessoas escutam e começam a se mexer. Sabe aquela coisa de videoclip, quando o som começa e todo mundo nas ruas larga o que está fazendo e começa a dançar? Não é tanto, mas parecido. Muito bom.

Recomendo: contra bodinho, Off the wall.


http://br.youtube.com/watch?v=u5fJxtDkjwM

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Maluca

Tô meio distante, né? Eu sei, eu sei. Geralmente, quando as pessoas se afastam de seus blogs, é porque estão fazendo muitas coisas, estão super atarefadas e correndo muito. Não é o meu caso, confesso. Não estou fazendo absolutamente nada. Quero dizer, nada além do necessário, do essencial. Meu trabalho, mas só nas horas em que estou no trabalho. Tenho milhares de coisas pra fazer em casa, de trabalho também, de arrumações, mas simplesmente não consigo.

Não consigo, não consigo. Droga.

Hoje, que é minha manhã de folga, quando acordo relativamente cedo pra colocar papelada em dia, não consegui levantar. Não consegui, não consegui. Acordei às nove, dormi até às 10. Deixei todo o trabalho de lado e fiquei lendo. Daí dormi de novo, acordei quase no horário de ir pro segundo trabalho. Com muita vontade de ficar. Cansada, mas de quê, se não estou fazendo nada? Não é aquela coisa de depressão que eu conheço, querer ficar na cama pra não ter que enfrentar o mundo. É diferente. Eu tenho sono mesmo. Se for depressão, deve ser muito profunda, porque engana até mesmo a mim, disfarçada de sono. Eu não deveria ter sono, tenho dormido tanto, tão cedo. Mas me dá um sono incontrolável, e eu durmo e sonho. Sonho com o meu sobrinho, sonho que ele já nasceu e é exatamente do jeito que eu o imaginava. Sonho com o Dr. House, que ele é meu amigo e gosta de mim.

Gente, eu devo estar ficando bem louca mesmo.

Ouço muitas músicas no meu MP3. Hoje é dia de dentista e eu quero morrer, morro de medo de dentista. Me olho no espelho e me acho feia, mais feia do que nunca. E sono, sono, sono.

O que é que está acontecendo comigo? Meus amigos dizem que estou triste, quieta. Mas não acho, não percebo mudança. Estou com sono. Sono, sono.

Queria dormir a semana inteira. Ficar em casa lendo Agatha Christie, os mais bobos, entrar na trama, me preocupar com as personagens e esquecer de todo o resto. Que coisa.

Acho que preciso de férias bem legais.

Pensei esses dias que estou com saudades do Dani. Da nossa amizade. Como era bom ter o Dani de amigo. Dani figura que tirava sarro de mim direto, que sabia meus pontos fracos e fortes, que conhecia todas as minhas fraquezas, então não se impressionava com nenhuma cagada que eu fazia, mas me ajudava com todas elas. Que me fazia rir, me fazia pensar (mesmo que eu não pensasse), que estava sempre ali. Dani, Dani, querido Dani. Mas a louca aqui tinha que estragar tudo, né?

Saudades de você, Dani. Saudades de você ser meu amigo e de ser sua amiga, como éramos antes. Isso não tem a ver com ninguém, com meus amigos de agora e de sempre, não exclui ninguém, não menospreza ninguém. É só saudade. Das boas.

Vai estrear Blindness e eu tô louca já. Lembrei disso porque lembro do Dani e lembro do Lucas, e eu e o Lucas combinamos de ir ver Blindness na estréia, afinal, é o filme baseado no fodíssima Saramago, um dos dois livros mais importantes da minha vida (do outro já falei muito aqui). E eu vi hoje que o filme estréia sexta agora, dia 12. Quero muito ver. Quem sabe eu me mexo um pouco, dessa parada de merda na qual ando. Saramago mexe mesmo com a gente. Ou faz parar de vez e pensar de verdade. Lembro de mim conversando com o Lucas na cantina do IFCH, um dia que fui almoçar com ele lá, e ele me disse q o Fernando Meirelles ia filmar o Ensaio sobre a Cegueira. Não acreditei. Já faz quase um ano, e combinamos de ir juntos. Mas estou com o pressentimento de que ele vai furar, de que o Thunder Voice vai dar pra trás, vai ter alguma coisa pra fazer. Daí eu vou sozinha. Vou sozinha mesmo, sento e choro, aproveito pra chorar com tudo e por tudo, começo a chorar nos traillers.

Não tente achar um fio condutor nesse texto. Se é que alguém leu até aqui.

Eu teria muitas coisas mais para escrever, mas vou parar antes que eu enlouqueça ou morra de vergonha depois.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Aprendendo com os alunos

- Professora, namora comigo?
- Hahaha, que que é isso, menino?
- Namora comigo, professora. Você tem namorado?
- Mais ou menos.

(Aqui cabe uma explicação: não vou ficar dizendo pra esse bando de marmanjo que estou solteira, então quando eles me perguntaram no primeiro dia de aula se eu estava namorando, eu disse "mais ou menos" - e tenho que manter a palavra.)

- Ah, como assim mais ou menos, desde que você entrou aqui você fala isso, e já faz um mês!
- É, pra você ver como vocês homens são difíceis...
- Professora, eu não sou bonito, não tenho dinheiro, mas o amor verdadeiro compensa tudo.

(gargalhadas incontroláveis, minhas e dele)

- Vai, professora, vai ficar aí sofrendo por amor, sendo que tem alguém que gosta de você?
- E quem disse que eu tô sofrendo por amor, menino??
- Quem tá de rolo sempre sofre.

Caralho... brincadeiras à parte, levei um baile de um menino de 16 anos. Óbvio que ele está brincando com o lance de namorar. Mas a grande verdade que ele me disse, no meio dessa brincadeira toda, me deixou sem resposta.

E nós que achamos que os adolescentes não sabem nada da vida...

Taurus

Hahaha, então tá. Bem que podia ser verdade, heim??? Olha só o que o meu horóscopo disse hoje:

Touro (21/04 a 20/05)
Segunda, 01º de Setembro de 2008

O trabalho ganha ares de seriedade bem como os relacionamentos amorosos. O mês promete boas novidades nesses setores de sua vida. Fase boa para colocar em ordem papeladas e organizar todas as coisas e situações que saíram de seu controle no mês passado.

Se eu conseguisse realmente colocar toda a minha papelada em dia, eu seria praticamente a Wonder Woman... Bom, se eu corrigir as redações levando mais ou menos 10 segundos pra cada uma, talvez eu consiga. Mas, como eu sou uma professora caxias pra caralho e chata até a morte, eu levo beeem mais que isso... Portanto, acho que sempre vou ter papelada pra colocar em dia...

"O trabalho ganha ares de seriedade"... mas desde o começo já teve. Será que os astros acham que eu estou brincando de escolinha? Come on...

Quanto ao resto, piada, vai! "Os relacionamentos amorosos" ganhando "ares de seriedade"??? Hã-hã, conta aquela do papagaio, agora!!

"O mês promete boas novidades nesses setores da sua vida" - trabalho e relacionamentos amorosos. Falou. Faz de conta que eu acredito.

"Fase boa para colocar em ordem papeladas e organizar todas as coisas e situações que saíram de seu controle no mês passado." Putz, tanta coisa fora do meu controle no mês passado, que se tudo se organizar agora eu até vou achar estranho...

Podem confessar: quem foi que pagou o site do Terra pra colocar esse horóscopo hoje, heim? Quem foi? Quem foi?