quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A conversa do peido e outras coisinhas mais

Eu sei que eu jurei... jurei que ia colocar aqui a conversa do peido que eu tive com meus amigos no bar sábado. Que gerou protestos entre risadas.

Mas, pensando melhor, eu acho que não vale mais a pena. Quer dizer, não vale mais a pena contar ela inteira. E o blog é meu e eu escrevo o que quero, então foda-se. Vou contar só o que eu quiser.

Resumindo a primeira parte da história, eu estava contando pros meus amigos sobre uma conversa de peido que eu tive com outros amigos, eu confessei umas coisas sobre peidos. E depois recontei a história pros amigos que estavam no bar no sábado. Que ficaram horrorizados por eu falar com certas pessoas sobre peidos.

A minha resposta foi a de sempre: eu sou assim e pronto, gostou, bem, não gostou, amém. Foda-se. Que eu tenho usado muito foda-se ultimamente. Mas é verdade. Não tenho que escolher sobre quem eu converso de peidos. Claro, tudo tem limite; não vou falar com a coordenadora da escola sobre peido, a não ser que surja o assunto e seja essencial falar. Mas com qualquer outra pessoa, ainda mais em situações descontraídas, eu falo, sim.

Mesmo se for uma pessoa pela qual eventualmente eu possa vir a estar interessada, com pretensões, digamos, emocionais. Pôrra, esse é o melhor teste. Se o cara for tão babaca a ponto de se chocar com isso, desculpe, mas não é pra mim. Que pra andar do meu lado na vida tem que ser menos pudico. Bem menos.

Um dia estava eu com meus amigos na fazenda de um amigo, estávamos todos jantando à mesa e, não sei qual foi a conversa, soltei um palavrão. Nem lembro qual foi. Mas foi daquele jeitinho Juliana Palermo de ser, um palavrão gritado, sem pudor nenhum, seguido de uma gargalhada altíssima e escrachada. E uma amiga (que eu amo) ficou toda chocada e veio me dar bronca na frente de todo mundo, porque o pai do meu amigo (dono da casa) estava sentado à mesa com a gente. Oras, tenha dó (foi o que eu disse pra ela). Talvez eu tenha dito algum palavrão junto, não lembro, mas é provável. O pai em questão já presenciou todas as cenas possíveis e imagináveis nas festas que ocorrem na casa dele. Já viu gente caindo de bêbada. Já viu gente quase se comendo. Já viu até strip-tease (ok, isso foi depois do episódio da fazenda, mas já viu). E eu vou ficar pensando antes de falar palavrão na frente dele? Não acho isso falta de respeito... pra mim é até uma demonstração de que eu fico à vontade na frente dele, de que não preciso fazer um personagem na presença dele, que estou agindo natural e que essa sou eu. E ele sabe que eu sou assim. E eu duvido que ele tenha ficado chocado.

Tá, posso até estar errada. Tudo tem limite, mas não acho que cheguei ao meu. Eu não desrespeito ninguém com as minhas conversas sobre peidos ou com meus palavrões inofensivos. Eu não vomito no pé dos outros. Eu não invento histórias sobre as pessoas e não saio fofocando sobre elas as histórias inventadas. Eu não traio meu namorado ou namorada na frente dos meus amigos (até porque não tenho namorado - muito menos namorada, que eu gosto mesmo é de homem, de barba e de pêlos). Eu não dou em cima das pessoas de quem meus amigos estão a fim. Eu não faço a filhadaputa e não sou pivô de discussões sobre coisas que não me dizem respeito (porque, se disserem, daí eu faço mesmo a desgraçada). Eu não consigo fazer nada de concreto que prejudique ninguém (nem mesmo quando eu acho que a pessoa merece). Então deixa eu falar meus palavrões, deixa eu dar meus gritos, deixa eu falar sobre peidos com quem eu bem entender.

Se todo mundo falasse o que pensa, se dissesse os palavrões que pensa e quer, se não vestisse a máscara e falasse de peidos e merda e pôrra pra todas as pessoas pra quem quisesse falar, o mundo seria mais leve.

E se eu me fodo por causa disso, quem se fode sou eu. Me deixa. Na verdade, como eu disse, fodo nada. Eu acho que me foderia de verdade se estivesse me relacionando com uma pessoa sem ser eu de verdade, tendo que murchar a barriga e encolher a língua. Então, vamos descobrir logo de cara. Se eu não sirvo pra você, você não serve pra mim.


(Isso porque a galera da conversa do peido - a galera original - não se demonstrou chocada com minhas declarações. Eu sabia. Eu sei onde eu piso. Às vezes.)

Sem fantasia

Hoje eu fui dar aula de calça jeans. Não aula sobre a calça jeans, óbvio, mas vestida de calça jeans. Eu nunca uso calça jeans. E meus alunos reparam. Eles reparam em tudo.

- Professora, quem te deu a única calça jeans que você tem?

(Sua mãe).

- Professora, por que você veio sem fantasia hoje?

Tolinhos. Não entendem nada. Não entenderam que eu tava de fantasia justamente hoje. Que essa de calça jeans, tênis e moletom da Universidade de Michigan não sou eu.


(- Professora, você estudou em Michigan?
- Estudei, junto com a sua mãe.)
Adoro as mães dos meus alunos.

domingo, 23 de novembro de 2008

Pra quê?

Chove e tem um vento geladinho. Chove e eu vejo nas águas da piscina. Eu deveria estar trabalhando, eu sei. Trabalhei um pouco, já. Corrigi todos os trabalhos, faltam as redações. Mas eu também sou gente. Não sou máquina.

Chove e eu olho as gotas caindo na piscina, e ouço Gismonti e me permito ficar quieta. Fumo um cigarro sabendo que eu devo parar. Tomo um suco de morango sabendo que tem açúcar. Foda-se.

É louco porque o sol tá aqui, também. Tem chuva, tem vento, tem sol, e eu acho tudo uma doideira, acho que este texto não tem porquê (pra quê?), acho que penso demais e muita besteira, acho que minha cabeça podia parar um pouco às vezes, mas li um livro de meditação e achei foda. Eu penso em muitas coisas, e talvez se eu me permitisse só sentir de fato e não pensar e não planejar e não querer as coisas fossem mais fáceis.

Eu ia falar da conversa do peido de ontem à noite, mas não tô com saco pra isso. Fica pra um próximo post. Juro (jurei, heim?).

Noites assim.

Tem dias que eu fico no bar e me sinto daquele jeito olhando por detrás de uma vidraça... como se eu não estivesse lá, e estivesse assistindo às pessoas. É, é exatamente isso. É como se eu não estivesse lá, e, porque eu não estou lá, as pessoas agem naturalmente, como se eu não estivesse. Não, não agem naturalmente. Mas agem sem saber que estão sendo observadas por uma pessoa de fora. Eu gosto dessa sensação, mas confesso que às vezes me incomoda um pouco. Incomoda essa chavinha que de repente desliga e me passa pro lado de fora. E daí é difícil voltar. Geralmente acabo a noite do lado de fora, mesmo.

Fico pensando em relacionamentos, em ser sozinho, em ser parte de um todo, em ser parte de uma dupla, em querer ser parte de uma dupla, em querer ser sozinho, em querer fazer parte de um relacionamento sem saber exatamente o porquê. Fico olhando o que as pessoas falam, fico ouvindo as conversas, fico olhando seus tiques, fico olhando para a porta.

Eu odeio ficar olhando para a porta. E eu sei que eu odeio. Mas eu olho.

Vai ver que é porque eu estou do lado de fora.

Mas entrar ou não não é uma escolha só minha. Eu tento participar das conversas, mas em noites assim, não adianta. Vira e mexe olho pra porta de novo e vôo longe dali. Esquece. Nessas noites, o melhor é ir pra casa dormir.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Papo de adolescente doido

Estava eu saindo da terceira aula, rumo ao intervalo, no meio de um mar de adolescentes, quando ouço essa conversa atrás de mim. Juro, não tô acrescentando nem tirando nada...

- Eu curto Pink Floyd, cara. Você curte?
- Curto, curto sim. Gosto das letras.
- Qual você curte mais?
- Ah, assim, eu gosto bem de ACDC, sabe?
- Legal, eu também gosto. Eu fui no show do Aerosmith quando eles vieram.
- Eu curto muito aquela "We will rock you".

Juro por Deus, por Buda, por Alá, pelo que você quiser.

Ou eles estão completamente doidos, ou eu. Porque eu não entendi algumas coisas. Por exemplo, a passagem de Pink Floyd pra ACDC, depois pra Aerosmith e depois pra Queen não ficou clara pra mim.

Vai pensar rápido assim lá na puta que o pariu.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Caso sério

Eu fico pensando em nós dois
Cada um na sua
Perdidos na cidade nua
Empapuçados de amor

Numa noite de verão
Ah, que coisa boa
À meia luz, a sós, à toa

Você e eu somos um
Caso sério
Ao som de um bolero
Dose dupla
Românticos de Cuba libre
Misto-quente
Sanduíche de gente


Você e eu somos um caso sério. Na verdade, uma novela mexicana (ou uma comédia de enganos). Eu fico mesmo pensando nesse lance de cada um na sua, perdidos na cidade... olha, empapuçada de amor é uma boa, viu? Minha mãe falava muito isso, "empapuçado", quando alguém comia muito uma coisa e depois ficava enjoado, não podia nem ver. Meio que isso. Empapuçados de amor. Chega, já tive muito disso e enjoou. Na verdade, amor de verdade, não. Foi cereja de mamão. Não de verdade. Agora eu quero mirtillo.


Adoro essa versão do maldito Ed Motta (salafrário). Assista:

http://www.youtube.com/watch?v=r3e-pc2PWZ0

Acorda, Alice!

Vira e mexe, tá nos meus sonhos. Nos pesadelos, mas nos sonhos em geral. Às vezes nos sonhos bobos, daqueles que precisaria de um psicanalista fudido pra achar algo significativo. Tem uns que até eu entendo o que significa (e me dá um pouco de medo, mas eu sei que é tudo coisa da minha cabeça - ah, vá!). Mas o pior é quando aparece em sonhos bestas. De alguma forma, ele está lá. E eu fico puta quando acordo, caralho, que merda, por quê? Pra quê?

Eu sei que tudo isso vem da minha cabeça. Que no fundo, no fundo, as coisas todas vêm da minha cabeça e não do meu coração. E isso é que mata. Como é que pode uma pessoa ser tão burra? Depois de anos, de tanto tempo. Acorda, Alice. Acorda mesmo.

Me incomoda. Incomoda o fato de eu sonhar com ele, de ele aparecer sem ser chamado, e eu não entendo o que isso significa. Teimosia do caralho. Se não gosta mais do cara, se não quer ver nem pintado de ouro, se sabe tudo de ruim e de desgraça que isso traz, se não dividiria sua vida novamente com uma pessoa assim, por que é que a jogadora de merda insiste em lembrar da mãozinha que perdeu? Da rodada que não rolou? A filhadaputa da criança teimosa e mimada no meu inconsciente me prega peças de noite, e a mulher que tenta encontrar a luz de dia fica puta, porque sabe que tudo isso é uma grande bobagem.

Pelo menos isso. Pelo menos de manhã eu raciocino. Eu sei. E escrevo pra tirar de dentro, pra essa menina idiota que mora em mim de madrugada se tocar de que eu não tenho medo disso, que eu posso falar sobre isso, que eu não tenho medo de nada, que eu encaro tudo isso de frente e que não adianta ela ficar querendo me lembrar disso tudo. Já foi, sua besta. Eu perdi mesmo. Tinha cartas péssimas, uma estratégia péssima, jogava mal, não estava inspirada, fui ruim mesmo. E daí? Ganhei tantas outras partidas, antes e depois disso. E foda-se. Todo mundo perde. Eu também. Não me importam os motivos. Já foi. Já era. Se toca. E me deixa em paz, pôrra.

A volta

Eu não disse que voltava? Mais do que disse: eu jurei. Pois é. Como mulher de palavra que sou, cá estou. Agora coloquei um roteador aqui em casa. Agora sim, posso escrever do meu querido quarto, sem urubus nos meus ombros. Urubus do bem, mas ainda assim urubus. E eu tenho ornitofobia, então já viu.

Agora fodeu, porque quem disse que eu durmo? Inferno...

Tava dando uma olhadela por aqui e me assustei. Fazia muito tempo. Bom, na verdade, não fazia tanto tempo, mas é que em pouco mais de um mês muitas coisas mudaram na minha vida. Mudaram e não mudaram. Como sempre, algumas permanecem, outras somem. Boas e más, dos dois lados. Mas tudo bem. Dá aquela vergonhinha das coisas que passaram, da ênfase desesperada em coisas que não deram em nada. Mas também não é assim... primeiro, que eu não tenho que ter vergonha de nada, se eu não fiz mal pra ninguém. Segundo que cada coisa tem sua hora, e na hora foi bom. É isso, me deixa.

Ando numa fase de procurar músicas velhas, agora que eu consigo baixar músicas sem depender dos outros. Pois é, que coisa. Todo mundo faz isso há anos, e eu só comecei agora. E daí? Demora, mas pelos meus méritos eu chego lá. Fui ter meu carro com 26 anos, meu computador com 27. E devagar eu chego lá. Devagar, a hora de tudo chega. Ainda bem. Bom, voltando ao assunto, tô numa onda de baixar as músicas que eu sempre quis ter e nunca tive, sei lá por causa de quê. Baixei um monte de Scorpions, Alcione também. Que eu sou uma pessoa bem maluca (não eclética, mas maluca).

Além disso, tenho arrumado minhas coisas, e acho muitos papéis com escritos interessantes. Aos poucos, vou colocando aqui no blog.

Minha cabeça anda uma confusão de várias coisas... começo a fazer várias coisas e não consigo terminar. Comecei a ler vários livros juntos, e não terminei ainda nenhum (e fico comprando mais). Começo a arrumar o quarto, paro, vou pro abrigo e começo a arrumar, paro, começo a fazer palavras cruzadas, paro, e assim vai o dia. Que merda. Acho que estou precisando de um norte. Sinto esses meus escritos de agora da mesma maneira... parece que eu não disse nada.

Eu não disse mesmo. Esquece.

Voltei. Só preciso voltar ao jeito de antes.

domingo, 16 de novembro de 2008

Pesadelo de tarde

Eu queria escrever muito. Queria contar meu pesadelo dessa semana, um pesadelo que eu tive de tarde. Queria falar sobre minhas crises de riso de hoje à tarde, na Romana com meus queridos amigos. Queria falar de coisas que estou sentindo.

Mas tô com uma puta dor nas costas. Tô sentada no chão há muito tempo, com dor na bunda e nas costas. E agora eu vou comer pizza. Fiquei horas no computador, procurando uma maldita música do Madredeus chamada Ecos na (ou da) Catedral, mas não achei. Se alguém achar, me mande please.

Juro q essa semana eu volto. Juro.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Tô viva

Tô viva. Mas minha internet tá morta.

Calma lá, tá? Em breve tudo vai normalizar.

Aproveito essa fase pra arrumar o quarto, corrigir provas, caminhar, dormir, hum...

Juro que volto. Quando menos me esperarem.