quarta-feira, 2 de julho de 2008

The sound of Music

Eu tenho uma relação maluca com as músicas. Uma vez me perguntaram por que eu ouvia músicas tristes se eu ficava triste. Pois é. Eu não soube o que responder. As perguntas dessa pessoa são assim, nunca são fáceis de responder. Mas eu gosto. Eu gosto porque me faz pensar. Acho mesmo que não são perguntas pra serem respondidas, são perguntas pra fazer pensar.

Enfim, minha relação com as músicas é estranha. Eu elejo uma música de repente, por causa de um comentário, de uma situação, por causa da melodia que me diz alguma coisa, por causa da letra, por milhares de razões. Daí, pronto. Agüenta. Ouço até cansar. Até ninguém mais suportar ouvir nem os primeiros acordes.

Acho que isso tem um pouco a ver com a minha personalidade. Eu não sei muito bem me encaixar no meio-termo. Quando eu gosto de uma coisa, eu gosto de verdade. Se não gosto, odeio de morte.

Tempos atrás eu encasquetei com uma música. Linda. Ouvia várias vezes durante o dia. Entrava no carro e colocava e cantava alto e sorria. Pensava em coisas alegres, pensava em coisas tristes, acabava e eu punha de novo (às vezes nem eu me agüento). Até que uma hora começou a doer demais. Não tinha mais coisas alegres pra pensar. Então eu me forcei a parar de ouvir. Quando ela despontava na listinha do MP3, qdo eu sabia que ela estava chegando, mudava correndo antes de ouvir a primeira nota maldita.

Hoje, pela primeira vez desde um tempo, eu deixei tocar. Na verdade, procurei. Parei o carro, acessei as pastinhas e coloquei pra ouvir. E não doeu mais. Eu consegui respirar fundo e ouvir de boa. Não acelerou meu coração, eu não dei gargalhadas. Mas também não tive pontadas no peito e nem desespero. Tive pensamentos bons, memórias boas. Não fiquei extremamente preocupada com um futuro incerto. Houve somente uma calma muito grande e muito boa, um sorriso sincero de felicidade. Paz, enfim.

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