segunda-feira, 26 de julho de 2010

Quer saber o saldo da festa?

Festança mor sábado de noite. Eu sabia que ia ser bafo. Não imaginava tanto.

Saldo: pé direito com entorse, de castigo numa bota branca até terça-feira. Um corte no canto esquerdo do lábio superior. Unha do dedinho esquerdo quebrada na carne, aparecendo o sangue por baixo. Seio esquerdo dolorido. Nariz entupido. Torcicolo do lado direito do pescoço.

Até aí, tava tudo bem. Por causa da tala, tenho que ficar pulando pela casa quando quero mijar, fumar, comer. Meu corpo inteiro dói pelo esforço. Meu cunhado anuncia minha passagem: "lá vem a cantora perneta!". Doem meus braços, que estão sendo usados pra apoiar meu corpo todas as vezes que preciso sentar, levantar, deitar. Doem os flancos. Dói a virilha. Dói a perna esquerda, que está fazendo todo o trabalho sozinha. Dói meu corpo todo.

Pelo menos eu estava com o pé feito. Ficou lindo: bota branca, unhas vermelhas pra fora.

Pra última semana de férias, até que tá legal.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Férias mesmo

Pois é, estou de férias, vivendo uma vidinha bem desregrada. Não queria ter tirado férias do blog, mas foi meio que sem querer. Ando dormindo bastante, a viagem foi gostosa (curta e perto, mas gostosa), ando lendo muito, estudando pro curso de extensão, vendo muita TV, e pensando nas coisas que ainda tenho que fazer antes que as férias acabem (duas semanas mais, só). Uma delas é voltar logo pra cá. É que agora não vai dar. Agora, nesse exato minuto, não vai dar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

No palco

Pois é, até tenho umas coisas pra escrever, mas resolvi fazer uma postagem de fotos. Uma colagem bem bacana de fotos de ensaio e de apresentações dos dois últimos musicais dos quais participei: Godspell (2008) e A Ópera do Malandro (2009). Acho legal a comparação entre as mesmas cenas, no ensaio e na apresentação (no caso da Ópera) e entre diferentes ensaios (no caso de Godspell). As fotos são da Juliana Hilal.


Comigo nas fotos de Godspell, Lori Afonso, Luísa, Guilherme Hinz, Marcelo Horato, Diogo; nas fotos da Ópera, os colegas Lucas Camporezzi e Diogo Vuolo.



















Essa é a foto que eu mais gosto da Ópera. As expressões dizem tudo sobre a cena. Gosto principalmente das sobrancelhas do Lucas na foto.
Segundo o JP, foto de quando pisei no prego. Não era nada disso, mas gosto da ideia.



Cada um com seu processo, foram montagens bem legais, agora, quando se olha pra trás. Direção de Eduardo de Santhiago, querido e talentosíssimo amigo. Gosto de ver as semelhanças e as diferenças entre as fotos, os momentos diferentes, as reações diferentes.
Pronto, taí. Um post de fotos. Em breve, volto pra escrever mais.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Vendo.

Sabe aquele tipo de olhar que desarma a gente? Aquele olhar calmo, mas insistente? Que não desiste, que parece que não é nada e ao mesmo tempo parece que é tudo? Que não desvia, e que faz a gente desviar o olhar porque não aguenta? É que eu sou mesmo tonta, morro de vergonha, morro de medo de que meus olhos me traiam e contem tudo de mim, contem como o meu coração está acelerado, como eu sou boba. Então desvio, mas quando volto, depois de respirar fundo, os olhos ainda estão lá, como antes, calmos, tranquilos, atenciosos, concentrados. Oh, céus. E depois eu fico assim, dias e dias, como se aqueles olhos ainda estivessem nos meus.

Madame Bovary + Noite de Lua = eu estupefata.

Madame Bovary foi o único dos livros da lista do vestibular que eu pulei, quando prestei Unicamp em 1999. Juro. Li todos os outros, menos este. Tanto é que entrei e me formei. Agora, no curso de Jornalismo Literário (extensão), tive a oportunidade de ler de novo. Ou melhor, tive de novo a oportunidade de ler. E, dessa vez, estou lendo. Não posso deixar de colocar aqui três passagens tão bonitas, mas tão bonitas, com as quais rola uma certa identificação. De leve. Aproveitem e leiam ouvindo isso aqui.

1) Da espera.

“Bem no íntimo, contudo, esperava um acontecimento qualquer. Como os marinheiros em perigo, relanceava olhos desesperados pela solidão da sua vida, procurando, ao longe, alguma vela nas brumas do horizonte. Não sabia qual o acaso, o vento que a impeliria para ela, e qual a praia aonde se sentiria levada; seria chalupa ou nau de 3 pontes, carregada de angústias ou cheia de felicidade até as bordas? Todas as manhãs, ao acordar, preparava-se para esperar o dia inteiro e aplicava o ouvido a todos os rumores; levantava-se em sobressalto, admirando-se de que tal acaso não surgisse; depois, ao por do sol, cada vez mais triste, desejava encontrar-se já no dia seguinte.”


2) Da conversa.

“Não teriam nada mais a dizer um ao outro? Os seus olhos, contudo, transbordavam de uma conversação mais séria, e, enquanto se esforçavam por encontrar frases banais, ambos se sentiam invadidos pela mesma languidez, era uma espécie de murmúrio da alma, profundo, contínuo, que se sobrepunha ao da voz. Tomados pela surpresa desta nova suavidade, não pensaram em falar um ao outro da sensação que lhes causava, nem em descobrir-lhe a causa. As felicidades futuras, como as praias tropicais, projetam na imensidade que as precede os seus langores natais, uma brisa perfumada, entorpecendo-nos numa embriaguez que não nos deixa inquietar com o horizonte que não se vê.”


3) Do amor.

“Quanto a Emma, não se interrogava a si mesma para saber se o amava. O amor, segundo acreditava, devia surgir de repente, com grande tumulto e fulgurações - tempestade dos céus que cai sobre a vida e a revolve, arranca as vontades como folhas e arrebata para o abismo o coração inteiro. Não sabia que, nos terraços das casas, a chuva forma lagos quando as goteiras estão entupidas, e assim vivia confiada na sua segurança, quando subitamente descobriu uma fenda na parede.”


Não é bonito demais? Eu achei. A espera, quando se sabe que algo vai acontecer, mas não se sabe quando, nem de onde virá. E sempre vem de onde menos se espera. A conversa, quando o que menos importa são as palavras. E a descoberta de que algo não está exatamente como estava, normal... uma fendinha na parede que mostra que já não estamos tão seguros quanto imaginávamos estar... as poças que se formam silenciosas, por algum tempo. Mas, quando se vê a fenda,´então tudo já está perdido.
Palmas. A veia aqui descobre Flaubert aos 29 anos. Antes tarde do que nunca.


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Férias

Tava aqui pensando... férias... uma das melhores coisas que há no mundo. Pensa comigo: você não precisa trabalhar, ganha por isso, e ganha um pouco a mais, na verdade. Daí os pessimistas dirão: "É, mas dura pouco, bom mesmo é não ter que trabalhar". E eu discordo. O bom das férias é que você sabe que tem pra onde voltar, que tem um emprego, e que tem exatos 30 dias pra aproveitar. Se você não precisa trabalhar nunca, não tem pressa de fazer nada. O fato de saber que as férias vão acabar faz com que você as aproveite ao máximo.

Em suma, um brinde ao meu primeiro dia de férias!