quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Dando satisfação

E a vida anda corrida, mas tudo de bom. Meus alunos novos são ótimos e fofos, meus alunos antigos são o capeta mas eu os amo mesmo assim. Tô estudando pra cacete literatura e lendo "Memórias de um sargento de milícias", olha que gostoso. Tô encantada de novo com os movimentos de vanguarda (eu sempre fico). Tô correndo na frente do relógio pra ver se chego primeiro. Tô besta com o tanto que o meu sobrinho tá lindo e delícia, falando "abá, abá, abá" e "baca-baca". Tô aqui esperando o dia 5 urgentemente pro pagamento cair. Tô assim, assado, entre marcar uma breja no meio da semana ou ir pra casa ver TV e dormir. Tenho preferido a segunda opção, afinal, a grana tá curta e o mês tá longo. Mas tá tudo bem, viu? Tudo nos conformes. Depois volto com mais tempo.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sonhei

Daí que de vez em quando eu tenho uns sonhos que são um perigo. Valha-me, Deus! Meus amigos sabem. Fazia tempo que eu não sonhava assim. Daí que quando eu tenho esses sonhos, sai de baixo, porque eu não sossego. Um perigo, menina, um perigo...

Como é que a gente faz pra pensar em outra coisa?

Hit me you can't hurt me suck my kiss
Kiss me please pervert me stick with this
Is he talking dirty
Give to me sweet sacred bliss
Your mouth was made to suck my kiss

(Suck my kiss - Chilli Peppers)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Magritte e Chico


“Quero ficar no teu corpo feito tatuagem...”

NÃO!!!!!!!!!!


“Deixe em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa!”

“Se nós, nas travessuras das noites eternas, já confundimos tanto as nossas pernas, diz com que pernas eu devo seguir! Se entornaste a nossa sorte pelo chão, se, na bagunça do teu coração,
meu sangue errou de veia e se perdeu... Como, se na desordem do armário embutido teu paletó enlaça o meu vestido e o meu sapato ainda pisa no teu? Como, se nos amamos feito dois pagãos?
Meus seios inda estão nas tuas mãos... Me explica com que cara eu vou sair!”

“Oh, pedaço de mim!
Oh, metade amputada de mim...
Leva o que há de ti que a saudade dói latejada, é assim como uma fisgada no membro que já perdi...”

EPÍLOGO:
“Oh, pedaço de mim, oh metade adorada de mim... lava os olhos meus que a saudade é o pior castigo e eu não quero levar comigo a mortalha do amor... Adeus.”


Entendeu?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

"O Último Tango em Paris", de Bernardo Bertolucci

Como eu disse, estou corrigindo as falhas no meu caráter com relação aos clássicos do cinema. Ontem foi a vez de “O Último Tango em Paris”, de Bernardo Bertolucci.

Tudo o que eu sabia sobre o filme era que tinha uma cena famosa da “manteiguinha”, que o Marlon Brando estuprava a nega usando um tablete de manteiga. Na verdade não é bem assim como me disseram... Ele usa a manteiga como um lubrificante pra comer a menina por trás. Quando eu ouvi a frase “ele come a menina usando um tablete de manteiga”, eu imaginava que ele enfiava o tablete. Hahahahaha, imagina que cena. Talvez fosse interessante... Ou não. Enfim, não é sobre isso que eu quero falar.

Quero dizer que, como todo filme de arte ou cult ou como quer que você queira chamar, causa um estranhamento. Porque a história é contada de um jeito diferente, porque a história nem sempre é o mais importante, mas a maneira de contá-la. Você percebe a arte do cara em cada cena: cada quadro é literalmente um quadro, uma obra de arte, poderia ser uma foto, de tão lindo, de tão interessante. Enquadramentos geniais, luz, jogo de espelhos, é tudo muito bonito. Você tem a impressão de que pode pausar o filme em qualquer parte e vai ter um quadro lindo.

Não acho o Marlon Brando linderésimo como a galera diz. Tudo bem que nesse filme ele já não é tão novinho, mas não sei: ele me lembra meu avô. Uma coisa estranha. Assim como em “Os Sonhadores”, filme do Bertolucci que eu vi no cinema em 2003, a mocinha é uma francesa branquela, peituda, peluda e de rosto lindo. Interessante o lance de um não saber quem o outro é, e a importância disso pro personagem de Brando. Não existe a necessidade de nomes. Isso eu também sabia antes de assistir, porque tinha lido na caixinha. Tinha lido também que se tratava de um dos filmes mais eróticos de todos os tempos. Bom, pra ser sincera, até quase o final do filme, ele não me pegou. Claro que eu gostei, claro que eu reconheço o valor do filme, claro, claro, claro, mas tem obras que me pegam de jeito, por dentro, por baixo, me derrubam no chão, de cara, de queixo. E, como eu disse, até quase o final eu ainda não havia sido pega.

Confesso que fiquei esperando o filme todo pelo tango. Tudo o que eu ouvia era aquele saxofone mucho doido, dando aquele climão. Mas afinal, no final, o tango veio. E aí veio a minha queda, aquela pela qual eu estava esperando. O filme me pegou em cheio, me desnorteou e me jogou no chão. A sequência dele correndo atrás dela pelas ruas de Paris realmente foi pra mim um soco no estômago. Na boca do estômago. Uma demonstração física do tal “correr atrás”. Uma cena que descreve externamente a sensação que experimentamos na vida: ele corre, ela foge; ele corre gritando, rindo, enlouquecido, “eu te amo”; ela foge desesperada, não quer de jeito nenhum; ele a persegue, corre, atravessa ruas, entram em prédios; ela pede socorro, alucinada, bate nas portas e grita por ajuda, ele continua, ele insiste, ele investe, ele corre literalmente atrás dela. Achei tão bonito que, quando vi, estava chorando. Sei lá, são as identificações das pessoas. Tem quem nem corre tanto assim, grita só um “volta!”, e desiste se a pessoa nem se vira pra olhar. Mas tem gente doida no mundo. Que faz internamente o que o Marlon Brando faz nessa cena. Eu já fui muito doida. Já fiz esse papel do Brando diversas vezes, com a mesma intensidade. Aprendi a não fazer mais. Mas vê-lo ali na tela foi como me ver retratada, ver meu passado interno refletido externamente na tela do cinema.

Pode ser viagem, mas foi aí que o filme me pegou. Ufa. Eu já tava com medo de não ter o que dizer dele. Agora eu tenho.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

“Psicose”, de Alfred Hitchcock (e as reações da minha mãe)

Pois é. Rolou minha sessãozinha Hitchcock. Na real, nem foi uma sessão do jeito que eu esperava, com vários filmes em seguida. Mas valeu. Chamei minha mãe pra ver “Psicose” comigo, ontem, domingão de chuva. E ela adorou. Ficou até com medinho.

Nem tem o que eu falar sobre esse filme. Nem tem. Bom demais da conta. Eu vi o remake no cinema, quando foi lançado, em 1998 (do Gus Van Sant). Colorido. Depois fui ver o original. Me diga se tem comparação. Não. Não tem.

Tem alguma coisa que eu possa dizer que ainda não tenha sido dita sobre Norman Bates? Não, não tem. Tem alguma coisa que eu possa dizer que ainda não tenha sido dita sobre a trilha de Bernard Herrmann? Não, não tem. Mas eu digo mesmo assim: que cara mais iluminado! E não tô falando só da famosa cena do chuveiro, não. Refiro-me ao filme todo, às nuances, à perfeição.

Agora, preciso fazer comentários sobre o que é assistir a “Psicose” com a minha mãe. Uma experiência hilária. Primeiro que a gente tem que parar o filme umas 4 vezes pra ela mijar. “Mãe, e se você estivesse no cinema? Você ia perder o filme?”. “No cinema eu segurava”. Hahahahaha. Ok. Paro a pôrra do filme.

No meio do diálogo de Norman e Marion naquela salinha medonha cheia de aves empalhadas (Hitchcock me entende, ele sabia o quão assustadores os pássaros podem ser - vide “Os pássaros”), ela vira e grita pro meu pai alguma coisa sobre a calça dele (do meu pai). “Mãe, se concentra no filme, caralho! Depois vai ficar me perguntando coisa! Foco, mãe, foco!”

Aparece o Arbogast, o detetive. O cara aparece, tem um close gigantesco na cara dele e um silêncio de morte. Dois segundos depois, minha mãe: “Quem é esse cara?”. O tipo de coisa que todo mundo se pergunta, mas sem dizer. Ela diz. “Mãe, assiste.” Mais dois segundos e ele diz “Sou o detetive Arbogast.”. Era só esperar. Mas minha mãe não espera.

Depois de despachar Arbogast de volta pra cidade, Norman Bates dá um sorrisinho culpado. Você, vendo o filme pela primeira vez, pensa “Opa, aí tem algo estranho...”. Minha mãe: “Por que ele riu?”. E o pior, se você não responde, ela não para de perguntar. “Mãe, já vi o filme, não posso ficar te respondendo coisas.”

Quando Norman se livra do carro de Arbogast, limpando a sujeira que “a mãe fez”, minha mãe solta a pérola: “Não tenho mais dó desse moço.”. F-e-n-o-m-e-n-a-l! Assistir a “Psicose” com minha mãe é saber o que se passa na mente do espectador o tempo todo. Aquilo tudo que Hitchcock queria causar e que realmente causa, mas que as pessoas não ficam falando. Ela fala.

Ela pediu pro meu pai vir sentar do lado dela, porque estava com medo. Hehehe. Tonta. Parece eu. No final, disse que gostou, e eu vi que ela gostou mesmo. Eu também gostei. Já amava o filme, e amei assistir com ela.



*** Três da manhã, saio do meu quarto pra fazer xixi. Tudo escuro. Ouço no corredor a voz da minha mãe, que vem do quarto: “Cuidado! Vê se a veia não tá aí no banheiro...”.

Vou comprar pra ela essa cortininha:

“O Símbolo Perdido”, de Dan Brown

Pois é. Dan Brown. Foda-se. Tô de férias mesmo e fico dizendo a mim mesma que não tem problema ler uma coisinha divertida, mesmo que seja ruim. Sabe aquela história de que é como sexo, até quando é ruim é bom? Mais ou menos. Tem vezes que é ruim mesmo. O livro novo do Dan Brown é melhor do que sexo ruim, mas podia ser bem melhor. Anyway, o problema é a expectativa. Eu não tinha muitas, então consegui me divertir.

A meeeesma fórmula de sempre. O meeeesmo personagem de sempre. Capítulos curtos, que terminam em momentos estratégicos, a gostosa de sempre, os segredos de sempre, as sociedades secretas de sempre, os mistérios e enigmas de sempre. Pra quem já sabe que vai ser assim, sem novidades. A questão é saber o conteúdo, porque a forma é sempre a mesma. E, convenhamos: quem já leu Dan Brown e lê de novo, já sabe o que vai encontrar. Nem vai esperar nada diferente. Se você espera algo diferente, nem leia. Não seja mané. Pra ficar reclamando depois. Não leia e ponto.

Fiquei pensando nessa história dele usar os Estados Unidos dessa vez no seu livro. Devia ser alguma dívida que ele tinha com o país. Imagina, os livros “Anjos e Demônios” e “O Código Da Vinci” renderam fortunas e ainda arrecadam grana com os tours que são realizados nas locações reais do livro. Agora vai ter uma galera querendo conhecer as obras e as construções citadas no novo best seller. Aliás, falando em best seller, foi só o figura lançar um livro novo pra ficar no topo da lista dos 10 mais vendidos. Desbancou os vampiros da Stephanie Meyer e aqueles deuses bizarros de “A Cabana”. O homem é foda, digam o que quiserem.

A partir de agora, vem alguns spoilers. Se você ainda não leu o livro, rapa fora daqui. Ok? Não vai dizer depois que eu estraguei sua leitura.

Tá avisado.

Eles já foram embora? Ótimo, então vamos continuar.

A coisa mais chata é quando você “pega” a manha do autor e antecipa coisas do livro. O cara não consegue te surpreender mais. Chato. Que nem fim de namoro. Você já sabe o que vem por aí. E daí, por mais surpreendentemente fodástica que poderia ser a informação, se você descobriu antes perde a graça total.

Quando eu falei do filme do Sherlock Holmes e falei sobre tramas tão intrincadas que você não consegue nem pensar em soluções, eu estava falando mais ou menos disso. No caso do Dan Brown, você cria suas teorias pra resolver os mistérios. Imagina quais personagens sejam os bons e quais sejam os vilões. O legal é quando o autor consegue te surpreender. Como acontece no dois outros livros já citados aqui: quem você pensava que era bom, é ruim, e vice-versa. Mas o cara precisa ser bom pra te surpreender de fato. Precisa ter técnicas e um repertório muito foda pra conseguir despistar os leitores. E Dan Brown não consegue mais fazer isso. Pelo menos, não comigo.

Quando ele apresenta a personagem Sato, pra mim ficou na cara que era uma mulher. Porque ele começa a falar da personagem no neutro, sem dizer que é homem ou mulher. Oras, se fosse homem, ele teria dito. Se não disse, é porque aí tem coisa. Fica falando de um jeito que você, se ler correndo, acha que é homem. Mas se você for uma doida como eu, você vai achar estranho. Eu lia e dizia pra mim mesma: quer ver que é uma mulher? Batata. No fim do capítulo, a revelação, que deveria ser surpreendente, mas não foi. Entende o que eu quero dizer?

Outra coisa chata: tava na cara que o Mal`ak era o Zach. Muito na cara. Decepcionante. Principalmente porque, depois de desconfiar desse fato, todas as manobras do autor pra tentar me enganar eram ridículas. Tava tão na cara. Se você consegue desencanar disso e se surpreender de fato, parabéns. O livro deve ser muito mais empolgante pra você. Pra mim não foi.

De qualquer modo, é diversão na certa. Você fica querendo saber como aquela pôrra vai terminar, qual é o raio da Palavra Secreta, e tudo o mais. Por um momento, só por um breve momento, achei mesmo que ele iria matar finalmente o Langdon naquela caixão. Isso, sim, seria legal. Mas obviamente o cara não ia fazer isso. Não, ia inventar uma maneira muito moderna e científica de tirar o protagonista daquela merda. Droga. Se ele morresse, aí sim eu poderia respeitar o cara. Mas não. Ia matar a galinha dos ovos de ouro? Jamais.

Bom, é isso. Diversãozinha de férias. Não faz mal pra ninguém. Pode não fazer bem, também. É só não teorizar muito sobre o assunto.

Ex-alunos e sinuca (?!)

Sabe quando a gente tá pra se formar no terceiro ano do Ensino Médio? Quando a gente tem entre 16 e 18 anos? Você se lembra dessa época? Eu me lembro, vou confessar. Lembro das minhas amizades, dos problemas da minha vida na época, das alegrias, das descobertas, dos papos. Dos filmes que eu via, dos sons que eu escutava. Dos pensamentos que eu tinha, sobre o que fazer da vida, sobre a universidade, sobre o trabalho, sobre a vida e sobre o amor.

Claro que a gente meio que se esquece dessas coisas. Mas esses dias eu tava aqui lembrando. Pensando nessa época tão de friozinho na barriga e que passa tão rápido. Pensando nas despedidas, nas fases, na real tava pensando nas mudanças de fase. Porque é mais ou menos isso. Como num video game. Você passa de fase, e essa fase intermediária é tão assustadora e tão boa...

No fim do ano eu fui pra uma confraternização de uma galerinha do 3º ano. E foi aí que eu me toquei dessa história. Todo ano vai acontecer isso. Todo ano tem um grupo de alunos, um grupo de adolescentes, quase-homens e quase-mulheres indo embora, indo pra vida, mudando de vida (ou não). Todo ano eles vão embora. E eu fico. Eu e os outros professores. O bom é que todo ano a gente participa dessa festa, dessa despedida, tem um pouco desse gosto de coisa nova, porque só de participar dessa ida a gente se sente um pouco como se estivesse indo. Mas não vai. A gente fica. Fica porque essa é nossa fase agora. Me sinto um pouco velha, quando penso nisso. Eles vão atrás da vida deles, a minha já está aqui. Mas, quer saber? Foi a vida que eu escolhi. E é a vida que eu adoro. Adoro porque me sinto velha, mesmo não sendo, e isso é bom. E adoro também porque estar com essas pessoas nessa fase da vida me dá um ânimo do cacete. Paradoxalmente, faz com que eu me sinta mais nova.

Sábado fui a um aniversário de um ex-aluno. Que se formou agora, em dezembro. Uma galerinha lá, não muita gente. A namoradinha (linda), dois amigos que eu não conhecia, uma amiga que eu também não conhecia e três colegas da sala. Depois que os outros professores foram embora (namorar) e o resto da galera também, sobramos eu, os 4 ex-alunos e os 2 amigos.

- Ju, vamos jogar sinuca?
- Gente, eu não sei jogar sinuca, eu não gosto de sinuca, eu não vou.
- Ah, por favor! Aprende com a gente! Ou pelo menos fica lá tomando uma cerva com a gente.

Quer saber? Eu fui. Fui e me diverti horrores. Fui e dei muita risada. Fui e me senti tão em casa com essa galera querida que não precisa fazer esforço pra me agradar, e eu também não preciso fazer esforço pra que eles gostem de mim. Fui e até joguei uma partida, cagando de rir, porque eu sou mesmo ruim (mas posso vir a ficar boa, segundo um deles, existe um potencial - ha-ha-ha). E tomamos cerveja e comemos batata frita e lembramos de coisas que aconteciam na sala de aula e morremos de rir. E eu ouvi do colega de um deles que eu não tenho cara de professora, jamais. Eu tenho cara de quê, então? Ele me disse que eu tenho cara de moleca. Taí. Que graça tem ser professora, viver com essa galera e não aproveitar isso? Só reclamar do excesso de hormônios? Pôrra, tem que entender! Tem que estar junto pra saber, pra lembrar como é o mundo quando a gente tem 18 anos. Pra tentar chegar mais perto, pra poder fazer alguma diferença. E pra se divertir, também. Eu tenho 180 anos de vez em quando. Mas tenho 18 às vezes, e eu adoro ser assim e poder me divertir com tudo isso e usar o que as duas fases têm de bom.

Daí um dos meus ex-alunos ficava falando que eu tô ficando velha e preciso pensar em casar. E eu pergunto: pra quê? Acha que se eu estivesse casada eu estaria aqui hoje? Jogando sinuca, bebendo cerveja e dando risada com meus ex-alunos? Me divertindo desse tanto? E ele me disse que um dia eu vou cansar. Olhei ao redor e pensei: pode ser, mas vai demorar... Por enquanto, tá uma delícia.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Botando

Eu fico aqui pensando nos convites que recebo e nas decisões que eu tomo. Duas vezes essa semana, recebi convites e na hora falei “vou”, depois fiquei pensando e deu preguiça, mas no fim decidi ir e me diverti.

Quarta, casa da Carô (e agora do Vini) com o Rô. Ainda bem que eu fui. Morri de rir, me diverti super, conheci gente nova e teve até “acerte a coruja”. Ontem, no Bar do Zé com Isa. Não tava suuuper animado, mas foi legal. Veio uma menina queridíssima que sempre está nos shows da Soul dizer que curte a gente pra caramba, e disse que um dia vai me chamar pra comer o feijão tropeiro que ela faz. Mas o mais legal foi quando ela me mostrou pra outra amiga dela e a menina disse, olhando pra mim e apontando o dedo: A MINA DA BOTA VERMELHA!

Hahaha. Pois é. Sou eu. A mina da bota vermelha.

O mundo não gira em torno do nosso umbigo

Desculpem, queridos leitores, mas é verdade. Dói ler assim, né? Mas é a mais pura verdade, tá? É que nem merthiolate: arde, mas cura. E a gente tem que aprender...

Já é a terceira vez que posto um texto no blog e alguma figura me escreve, achando que o texto foi pra ela. Oh, céus. Gozado que as figuras sempre erram. Aquelas que leem e sabem que é pra elas, ficam bem quietinhas. Mas os desavisados me escrevem... e eu só posso dar risada.

De novo, a verdade é que o mundo não gira em torno do nosso umbigo. Eu sei, às vezes é difícil pensar isso. Mas é verdade. Quantas vezes eu queria que girasse em torno do meu. Mas não gira, amores. Não gira. Pode perguntar a qualquer um. Consulte um astrônomo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Falando de outras coisas

Eu sei, eu sei que ando falando demais de filmes e de livros nesse blog, e a intenção nunca foi essa. Mas tudo bem, me deixem. É que eu ainda tô de semiférias, e tenho essa resolução de ou ver um filme por dia ou fazer algo legal que valha a pena sair de casa. Tem dado certo. A outra parte da resolução é ler muito, e também tenho conseguido. Podem rir, foda-se, mas estou lendo o novo Dan Brown. Tô de férias, quer motivo melhor pra ler Dan Brown? É ruim, mas é bom. E vai acabar logo. Tô me divertindo, viu?

Até agora, não posso reclamar dessas férias, não. Ubatuba, Salvador. Em Campinas, não parei. Cheguei na quarta, na quinta fui cantar com a Soul; na sexta, vim pra agência revisar um anúncio e depois fui tomar uma brejinha com a Isa no Primeiro de Abril, pra dar início à temporada de botecos 2010 (no fim, chegamos 4 e meia da tarde e saímos 10 da noite...); sábado, City Bar com Lu e Thomas (saudades do City, pode?), depois churras na Tati; domingo foi um dia pra mim: dormir muito, muito, depois ir ao shopping e comprar livros e um celular novo (lindo!) - e filme em casa depois; segunda, depois do trampo, reunião da banda, muitas cervejas e muitas risadas com aqueles insanos; terça, cineminha com Rô e Cadu.

Olha, não posso reclamar mesmo, nem quero. Delícia de ano até agora! Fico pensando no colégio, que volta daqui a 8 dias, nas turmas que vou pegar, nos alunos que vou reencontrar, nos novos alunos que virão, nas coisas boas que vou fazer esse ano, ensinar e aprender. Como eu gosto da minha profissão, que delícia fazer o que a gente gosta!

Acho que não tô acostumada com essa vida tranquila, sem problemas, sabe? Às vezes eu estranho. Pego meu carrinho fofo, que eu amo e é todo meu, a cada centavo a mais que pago, saio por aí ouvindo um som bom, sentindo o perfume do creme na minha pele, sentindo meus cabelos que estão crescendo bater no meu rosto de levinho, fumando meu cigarrinho em paz, indo pra uma cerveja com amigos, e fico pensando: com o que mesmo eu deveria estar preocupada? É uma sensação de que eu estou esquecendo de algo, algo que vai foder em breve, sensação de que eu deveria estar preparada, preparando defesas, estratégias, planos B, C, Z. Mas é só esse medinho de ser feliz e despreocupada. Só. Ta tudo bem. Tudo correndo bem. Muito bem, obrigada.

Amanhã, City com queridos colegas professores da mesa preta. Saudades já desse povo doido. Morrer de rir, a céu aberto, tomando uma gelada sem preocupação. Ah, como eu gosto da minha cidadezinha de merda. Como eu gosto dos meus amigos. Como eu gosto da minha vidinha, gente! Tô estranhando, mas tô feliz.

Pequena fábula sem moral

Pensa num lago enorme, cheio. Daquela água que é limpa, mas o lago é tão profundo que a água fica escura. Então. Imagina que um dia um menino entrou no lago e nadou. Deu braçadas, bateu as pernas, revolveu toda a água, mergulhou, cuspiu, fez xixi dentro da água. Pulou com tudo, deu uma bomba, deu várias bombas, depois boiou, nadou de novo. Até que cansou. E decidiu sair. Como ficou o lago? Mexido. Remexido. Agitadinho, coitado. As águas feito loucas dentro dele. Levou muuuito tempo, mas muito tempo mesmo pro lago se acalmar. Porque estamos falando de um lago profundo de verdade, não desses rasinhos que existem por aí, a rodo. Mas nada como o tempo e a paz. O grande e profundo lago escuro acalmou de novo. E daí o filhadaputa do menininho vem e joga uma pedrinha. Uma pedrinha de nada, de merda, pequenininha. Só pra ver o lago mexer, só pra dar risada, só porque lembra que nadar no lago era bom, só porque ele não tinha nada pra fazer, só porque ele não faz ideia do trampo que o lago teve pra se aquietar de novo. Mas não tem nada, não. Afinal, qual a função de um lago? Decorativa? É só pra ficar olhando? Diversão? Servir pros outros nadarem? Ninguém sabe o que tem dentro do lago. Um monstro. Várias sereias. Muita vida, muitos peixes, muitas algas. Muitos mistérios. Lagos têm poderes ocultos, que nem eles mesmos sabem que têm. Anyway, você só vai saber de fato o que existe em um lago se mergulhar nele. A fundo. De verdade. Quer ver? Vem.

"Sherlock Holmes, o filme", de Guy Ritchie

Tinha visto o cartaz lá em Ubatuba. Claro, fiquei doida pra ver. Tenho uma falha gravíssima no meu caráter, que pretendo corrigir logo: nunca li os contos do Conan Doyle. Pronto, confessei. Mas adoro histórias de detetive, e não via a hora de ver o bendito filme.

Daí segunda, na reunião da banda, combinamos, eu, Cadu, Ronalde e Marcão, de ir ver na terça. Marcão deu pra trás por causa de um rabo de saia, mas os fieis escudeiros Cadu e Rô tavam lá, no horário marcado.

Então... eu gostei do filme, sim. É muito diferente do que eu esperava, mas gostei ainda assim. Não teve muito dos elementos de mistério, é mais uma daquelas histórias que você não consegue prever o desfecho. Eu curto mais quando você consegue fazer previsões, elaborar teorias, encontrar seus suspeitos. Mas a trama do filme é tão complexa que nem isso dá pra fazer direito: surgem muitos elementos estranhos, e a resposta vem só no final mesmo. Mas é legal mesmo assim. Mostra mais as cenas de lutas e os efeitos especiais do que o uso da mente, do raciocínio lógico dedutivo. Mas vale a pena.

Robert Downey Jr. está fantástico. Muito bom mesmo. E o Jude Law (Deus, o que é o Jude Law?? Ele é tão lindo que me dói!) de Dr. Watson... bem, eu tinha outra imagem do personagem, mas não foi tão estranho quanto eu pensava. Jude Law nunca fica estranho...

Parece-me que a ideia é fazer uma série de filmes. Espero que eles não estraguem tudo. Gosto muito dos filmes Jogos, trapaças e dois canos fumegantes, e Snatch - Porcos e diamantes, do mesmo diretor (Guy Ritchie). E os diálogos inteligentes e engraçadinhos entre Sherlock e Watson lembram bem esses filmes, pelo menos nesse aspecto.

Elementar, meu caro leitor: vou ler os contos do Sir Doyle, prometido está. Mas meu detetive preferido ainda é o homenzinho das células cinzentas e das pequenas ideiazinhas...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Quem quer fazer uma sessão Hitchcock na chuva??

Dia desses, no ano passado ainda, eu tava na casa da querida Thathona. Thathona tem uma cama gigante, King de verdade, porque ela é muito grande (na vertical). Então a cama tem que ser também. Delícia de cama da Thathona. Estávamos lá de bobeira esperando a Ju (ah, vá!) pra jogar um baralhinho. E daí começou a cair a maior chuva do mundo, o céu ficou negro como a asa da graúna e desabou. A gente ligou a TV pra esperar passar a chuva, e no Telecine Cult tava começando... PSICOSE!!! O original! Em PB e tudo o mais!

Daí que a gente deitou na cama da Thatha, apagou a luz e ficou vendo essa obra prima, com aquela chuva que Deus mandava do lado de fora. Claro que não deu tempo de acabar de ver, porque a Ju ligou, e adivinhe: NA CENA DO CHUVEIRO! Parece piada, mas não é.

Desde aquele dia, tô a fim de fazer uma sessão Hitchcock. Pegar uns 3 ou 4 filmes dele e ver de luz apagada, de preferência nessas chuvonas que estão caindo todo dia agora, debaixo de uma coberta fofa. Eu vou fazer isso sozinha, claro. Pelo menos antes de voltar pra escola. Mas, se alguém se habilitar, ah, eu adoraria ter companhia! Pra poder falar, comentar, olhar pro lado e fazer aquele olhar de “viu que foda?”.

Alguém?


Não? Tudo bem. Depois eu conto.

“Seis suspeitos”, de Vikas Swarup (Cia. das Letras)

O primeiro livro desse cara se chama “Sua resposta vale um bilhão”. Soa familiar? Não, né? E se eu citar o filme “Quem quer ser um milionário?”? Ah, agora sim? Pois é, “Sua resposta vale um bilhão” é o livro que deu origem ao filme. E quando eu soube que o autor tinha escrito esse segundo livro, “Seis suspeitos”, fiquei doida pra ler. Li sobre ele no Publishnews, uma newsletter que eu recebo todo dia com as novidades do mercado editorial, herança dos meus tempos na Papirus. Na propaganda, dizia que o livro tinha um quê de Agatha Christie, e eu fiquei doida, porque amo Agatha Christie.

Vicky Rai, um playboy indiano, comete mais um assassinato (mata uma garçonete que não quis servir mais tequila pra ele numa festa), e é morto por um tiro em uma festa que dá em sua mansão para comemorar sua liberdade (pois foi julgado inocente pela morte da pobre). Seis pessoas na festa tinham armas e motivos para matá-lo. Quem foi?

A fórmula seria boa, se fosse assim. Mas não é. Na descrição dos seis personagens, Vikas Swarup traça mais um panorama da Índia do que tece uma trama de mistério. Interessante, claro. Mas nada do que eu estava esperando.

Apesar de ser uma bíblia de tão gigante, li o livro todo porque queria saber quem era o assassino. Decepçãozinha básica. Mas também, depois do meio do livro, eu já tinha desistido de uma história de suspense de verdade. Fica o alerta: se você quer dar uma de Agatha Christie, é melhor que você seja muito foda. Ou então não venda gato por lebre.

“Retorno a Howards End” (Howards End), de James Ivory

Decepção.

Procurava esse filme há muito tempo. “Vestígios do Dia”, do mesmo diretor, e com o Anthony Hopkins e a Emma Thompson, é um filme maravilhoso. Lembro de ter gravado em uma fita VHS e eu assistia direto, quando era adolescente. Sempre achei muito lindo, as interpretações foda demais, os lugares lindos, a contenção dos sentimentos, o nó na garganta. E um dia descobri que esse Howards End era o filme anterior do diretor, com a mesma dupla de atores. Desde então, era louca pra ver. Mas nunca achei. Rodei as locadoras e nada, nem na PHD tinha. Então ontem, passeando no shopping, achei nas Americanas por R$12,99. Pôrra, preciso comprar, não acho esse filme em lugar nenhum! Em casa, de noite, sentei pra ver. E decepção.

Não que não seja bom, mas é que eu esperava tanto dele... Tanto... Odiei o personagem do Anthony Hopkins, achei a Helena Bonhan Carter mais bizarra do que nunca, a Emma Thompson estranha. Nem tem uma história forte. Um filme bonitinho, só. Agora ta lá, na minha estante, o filme que eu tanto procurei. Meio artificial, não sei explicar. A história que me pegou foi a do Sr. Bast, o pobre casado com a ex-puta, que olha as estrelas e lê durante o expediente, que sai pra caminhar pela noite como o personagem do livro que lê. Dá vontade de colocar no colo. Mas foi essa subtrama que me pegou, não a principal. Já tá valendo. No mais, decepção.

“Pagando bem, que mal tem” (Zack and Miri make a porno), de Kevin Smith.

Fazia um tempinho que eu tinha decidido que ia ver esse filme, pra dar risada. Gosto do Kevin Smith e vivo tentando achar “Dogma” em locadoras, pra ver de novo, mas não acho nunca! Decidi em Salvador que eu ia pegar esse pra dar umas risadas quando chegasse de volta em Campinas. Daí que eu tava de bobeira vendo o Telecine e o filme ia começar. Ah, ótimo, nem preciso pegar na locadora.

Claro que dei risada, porque a linguagem chula explícita sempre faz a gente rir, nem tanto do conteúdo, mas da situação. E o Kevin Smith tem realmente umas tiradas foda, umas ideias geniais de tão bobas.

No filme, Zack e Miri são dois amigos que se conhecem desde a infância e moram juntos. Ela é linda e ele é o tipo do Kevin Smith, gordinho, barbudo, figura, engraçadíssimo. Sem grana pra pagar as contas básicas, eles decidem filmar um pornô. E, pra isso, eles vão ter que transar, um com o outro também (sendo que eles nunca nem se beijaram, sempre foram amigos pacas mesmo e só).

Bom, além de engraçado, o filme é uma graça (perdoem o trocadilho podre). Nada demais. Mas uma graça. Meio que o conto de fadas ao contrário, quando o gordinho fora da modinha pega a menina linda e bacanérrima. E vai falar que não acontece!? Vai falar que o charme da pessoa não passa muito além do corpitcho sarado e da roupinha da moda? O Zack é um tipão. Não à primeira vista, claro. Mas, depois de 15 minutos de filme, você quer ficar com ele. Quer que ele exista de verdade e esteja do seu lado.

Acho que uma das coisas mais legais do filme é esse lance da intimidade gostosa que existe entre pessoas que se gostam e não são pudicas, e são inteligentes, e engraçadas, e bem-humoradas, e com tiradas bacanas. Dá saudade daqueles relacionamentos que você já teve e que eram assim, essa intimidade que a gente ri de tão idiota, e que depois a gente lembra como eram inteligentes nossos diálogos bobos.

Recomendo, para um dia levezinho.

“Caim”, de Saramago (Cia. Das Letras)

Precisa?? Preciso dizer que amei?? Vindo do gênio, preciso tecer algum comentário? Não, né?

Mas vou, mesmo assim.

Comecei a ler Caim aqui em Campinas, e terminei lá em Salvador. Comecei em 2009 e acabei em 2010. Esses dados são importantes para entender como o livro é bom: lá estava eu em São Salvador, um calor de rachar, na volta da praia, voltando da virada do ano. A galera se jogou na piscina. Eu, que tava sóbria e em paz, muito em paz (estranhamente!), subi, tomei meu banhinho, peguei meu Saramago e deitei pra ler. Entenderam?

Bom, preciso dizer que o Saramago tá ficando velho e cada vez mais louco. Mas, como disse uma amiga, ele não tem nada a perder. Não tem mesmo: já ganhou um Nobel, já tá consagrado, já é foda, não precisa provar mais nada pra ninguém. Mas ainda continua provando: pra mim, pelo menos. Provando que é meu escritor preferido.

Naquele seu jeito envolvente e cativante de sempre, ele conta a história de Caim, aquele mesmo, irmão de Abel, que matou Abel por inveja. Ah, Caim... Ah, Saramago, salafrário de merda e bom demais da conta. Um cara que prefere escrever sobre Caim do que sobre Abel já merece todos os louvores. Até porque Caim é sempre muito mais interessante.

Na sua viagem, Saramago coloca Caim viajando a ermo pelo tempo e presenciando vários acontecimentos do Antigo Testamento (a Torre de Babel, o dilúvio, batalhas sangrentas a rodo, destruição do ídolo de ouro, e um monte mais). E coloca Deus como aquela figura insegura, vingativa, indecisa, extremamente humana. E chama de filha da puta pra baixo. E tem uma ironia sutil e um humor maravilhoso e eu sorria com gosto, porque isso é que acontece quando você lê um gênio como Saramago.

Leia! Leia hoje! Leia agora!

“O clube do filme”, de David Gilmour (ed. Intrínseca)

Não lembro onde eu tinha ouvido falar dessa história, que é real e virou livro e parece que vai virar filme. Achei interessante o lance: o pai, crítico de cinema, desesperado com as notas baixas e o péssimo rendimento do filho na escola, decide que o garoto pode sair da escola, parar de frequentar as aulas, pode ficar sem trabalhar e sem pagar aluguel, contanto que assista a uma média de 3 filmes por semana com ele. Seria a única educação que o garoto receberia.

Fiquei interessada principalmente porque eu tinha a esperança de que os comentários sobre os filmes fossem legais. Fossem aulas, dessem vontade de ver os filmes, fossem curiosidades sobre eles. Na real, não é. O livro foca muito mais na relação entre pai e filho do que nos filmes propriamente ditos. Nas dificuldades da adolescência, nos amores adolescentes do filho e na vontade do pai de ajudar. No menino crescendo ao lado do pai. Bonito, claro, mas a parte dos filmes ficou a desejar. Pro meu gosto.

"Talvez uma história de amor", de Martin Page (ed. Rocco).

Vi na Livraria Cultura e nem pensei duas vezes. É meu. Tudo por causa do autor: fiquei fã do Martin Page depois de ler “Como me tornei estúpido”. Praticamente uma metáfora da minha vida. Dois amigos tinham me indicado, um deles disse que era um livrinho minúsculo, de se ler “numa cagada”. Eu emprestei de alguém que não lembro mais, mas não li no banheiro, hehehe (respeitemos os livros alheios!). Realmente é foda. Um livro maravilhoso. Recomendo super.

Daí que eu mesma não tenho esse livro. Me lembro de comprar pra dar pra um amigo, em uma época especial. Mas pra mim mesma não comprei. Tudo bem. Então, quando vi um livro novo do cara, não resisti. Comprei e, dentre os 5 livros que comprei no mesmo dia, resolvi começar a leitura por esse.

Tá. Bacaninha, mas o outro é muito melhor. Muito. Foda essa coisa de comparação, eu sei. Mas é inevitável. A história é bonitinha, e me interessou a princípio. Um cara recebe uma mensagem na sua secretaria eletrônica de uma mulher terminando o relacionamento com ele. Acontece que ele nunca conheceu essa mulher. E esse é o ponto de partida pro autor falar de relacionamentos, de medos, de traumas, de análise, de amizades, entre outras coisas.

Achei o Martin Page muito blasé. Muito riquinho, descrevendo roupas e lugares de Paris; me pareceu totalmente diferente do autor do outro livro, do “Como me tornei estúpido”, aquele que tira sarro de toda essa coisa riquinha e cult e cool e cu. Mas, ainda assim, um livro bonitinho. Desculpe se alguém amou. Não me tocou fundo. E, se não toca fundo, não rola.

Resolução

Resolução de Ano Novo: tomar nota dos livros que leio e dos filmes a que assisto. Na real, eu sempre tomo essa resolução, mas não passa do primeiro mês. Mas não custa tentar de novo.

Vou começar retrocedendo um pouco e falar dos últimos livros que li no fim de 2009. Como já coloquei aqui, dei uma de louca, li 3 livros em uma semana, no fim do ano. Coisas de férias, pra compensar o tempo perdido.

Bom, vou colocar cada um em um tópico, pra facilitar.

Ah! Ontem comprei um livro que eu queria faz teeeeeeeeeeempo: 1001 FILMES PARA VER ANTES DE MORRER. Maravilhoso. Claro que quero ver quase todos; quase, porque os de terror eu passo... muito medo!

Bom, vambora.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

2010 - Uma odisseia no tempo

Eita que começou o novo ano. Mais um, ainda bem. Um dos bons, tô sentindo. Tô sentindo paz. Tem um nó na garganta, também, mas a consciência de ter um nó já é algo, e pensar prováveis causas para ele também já é meio caminho andado.

Quero paz, de fato, mas não aquela paz falsa das mensagens de boas festas. A paz de deitar e ler um livro. A paz de vestir uma roupa leve, se olhar no espelho e sorrir. A paz de assistir a um filme sem obrigação de companhia, de comida, de hora e de lugar. A paz de trabalhar sem reclamar e amando o que se faz. A paz de saber que faço o meu melhor, e que esse melhor pode ser sempre melhor, só dependendo de mim. A paz de não esperar nada, mas saber que tudo vem. Na hora que tem que ser.