quinta-feira, 15 de maio de 2008

Comecei com o sofá e fui parar na camisola...

Ele me disse q o sofá dele é velho, q ele gosta de sofá velho, pq
sofá novo tem cara de loja, e sofá velho tem horas e horas de
conversa fiada em cima dele.

É verdade. Eu tb gosto de coisas velhas. Gosto mesmo. Na minha
casa, quero ter alguns móveis velhos, com histórias, histórias da
minha avó, do meu avô, histórias de qdo eu era pequena, dos
meus pais, enfim.

Tenho guardada uma máquina de escrever (vermelha!!) q foi do meu
avô. Lógico q ela vai ter um lugar de destaque bem legal qdo eu
tiver a minha casa. E o tabuleiro de xadrez q foi dele também. Eu
aprendi a jogar xadrez nesse tabuleiro (mas sou ruim de xadrez).
Qdo pego as peças de novo, com aquele feltrinho verde embaixo,
minha memória fica doida, trazendo lembranças boas da época de
criança. Meu órgão (eletrônico, com pedaleira, não me entendam
mal!) também vai pra casa: horas e horas de estudo nele, sem
gostar, q eu era muito rebelde.

São tantos itens de importância... a lata verde de botões da minha
avó era um dos meus preferidos. Mas não está comigo. Só na
minha memória. Eu tenho uma memória muito boa... mesmo. E
ela evoca sentimentos, sensações. Passar em frente de onde era
a casa da minha avó sempre mexe comigo. Um misto estranho de
saudade boa e ruim, uma sensação ruim pq não vai voltar, pq por
mais q eu queira eu não vou viver aquilo tudo de novo. Acho q o
sentimento é mais ruim do q bom.

Anyway, eu gosto desses itens com história, Histórias de ontem e
de hoje também, e histórias q eu nem conheço. Algumas amigas
acham um absurdo eu não gostar de motel. Não gosto mesmo,
nunca gostei. Acho impessoal, estranho, frio, um lugar onde se vai
com uma finalidade definida, acho isso muito chato. É como lavar
louça (perdoem, minha cabeça é um tanto quanto estranha,
mesmo...). Às vezes chego em casa e vejo a louça suja, daí penso
- vou lavar. Mas basta a minha mãe pedir pra eu lavar, e toda a
graça some. Pô, eu ia lavar sem ninguém pedir, ela ia ver e ia ficar
contente. Qdo ela pede pra eu lavar e eu lavo, não tem graça
nenhuma. Não foi mágico. Era esperado, já. Era só uma obrigação.
Odeio obrigação. Odeio ser obrigada a fazer/falar/pensar/sentir
coisas. Claro q temos muitas obrigações na vida. Mas q parem
pelo trabalho. Q não se estendam à pia da cozinha, e muito menos
à cama. Se é q vc me entende. As coisas são legais qde são
espontâneas, inesperadas, mágicas (mesmo qdo não são). E
motel não é um lugar legal. Legal é uma cama com história, um
quarto com objetos, um lugar onde vc não fique ouvindo os outros
gemendo. Como pode ser legal um lugar onde tem um lençol q foi
feito pra ser de um monte de gente, um lugar em que o chuveiro, a
cadeira, a mesa, a TV, tudo parece gritar SEXO, puro e simples
SEXO?

Todo mundo sabe q eu não sou puritana. Apesar de eu estar numa
fase estranha da minha vida, não sou contra sexo sem amor. Não
quero isso pra mim agora, mas não sou contra. Só acho q mesmo
assim, as coisas não precisam ser desse jeito. Mesmo q seja só
pra relaxar, pra desestressar, pra curtir, sei lá, não precisa ser
assim: "Vâmo?" "Vâmo" "Então vâmo" "Foi". Muito sem graça...

Ok, ok, digressões à parte... começo falando de sofá, passo pela pia da cozinha e termino na cama. Hormônios... Nada disso, é só a minha cabeça viajando, mesmo. Essa coisa de história nos objetos e móveis me lembrou isso. Ok, ok, ninguém vai acreditar q foi um negócio puro. Enfim, não adianta ficar explicando.

É por isso q eu gosto da minha camisola verde e velha, q foi da minha avó. Minha avó me deu a tal camisola qdo eu era muito criança, e eu achava o máximo, pq ficava enorme. Depois, esqueci por um tempo no armário. Daí minha mãe achou e eu nunca mais parei de usar. Durmo como uma pedra. Meus amigos tiram sarro, acham feia (é mesmo, hahahaha), mas eu não me importo. Ganhei uma nova de aniversário, da minha melhor amiga. Claro q eu vou usar, também. Mas não vou deixar de usar a verde velhinha. Acho q dá pra conservar o antigo e incorporar o novo. Em quase todos os sentidos.

Nenhum comentário: