Eu juro, JURO q não quero aqui nesse blog ficar fazendo análises de filmes bestas-comerciais-comédias românticas-mulherzinha, mas eu não sei o q está acontecendo comigo, eu tenho visto essas merdas e fico pensando, analisando mesmo. Então, tenham um pouco de paciência, ok? Eu juro q tenho na minha história muitos filmes bons, eu já vi muitos filmes foda mesmo, mas é uma fase... e eu nem procuro, eles caem no meu colo. Olha só.
Ontem estava passando O Casamento do Meu Melhor Amigo na Universal... eu nem ia ver, afinal, já vi esse filme, mas achei q minha mãe ia gostar, e chamei ela e meu pai pra ver. No fim eles dormiram (hahaha) e eu fiquei vendo.
Bom, se é q tem alguém q ainda não assistiu, a história resumidamente é a seguinte: a Julia Roberts (q se chama Julianne no filme...) tem um melhor amigo q é ex-casinho dela, e o cara vai casar com a Cameron Diaz; daí ela acha q é ela q tem q ficar com ele, e não a Cameron, q é linda, rica e fútil. Então ela faz de tudo pra tentar ficar com o cara e fazê-lo desistir do casamento, mas tudo por baixo dos panos: altas jogadas, esquemas malucos e um pouco de jogo sujo.
Ela é linda tb, mas é uma mulher diferente... independente, bem-sucedida, inteligente e culta, engraçada. Ela acredita q é muito melhor do q a Cameron, toda feminina e bobinha. Qualquer semelhança é mera coincidência. Ela se acha top da top e conhece o cara super, afinal, eles são melhores amigos. Mas durante 9 anos ela nunca quis ficar com ele de verdade. E qdo ele decide casar com outra, é aí q o bicho pega. Perder? Jamais.
Parece uma comparação sem fundamento... ela sabe de tudo sobre ele, os defeitos, as qualidades, as manias, as vontades, as preferências... conhece o cara muito melhor do q noiva dele, conviveu com ele muito tempo e combina com ele, gostam dos mesmos programas e das mesmas conversas... mas é com a outra q ele vai casar, é a outra q ele quer.
Uma das partes mais interessantes é quando a Julia Roberts cita a metáfora da comida para a Cameron: ela diz q o cara em questão está num restaurante francês e pede crème brullé de sobremesa, uma coisa fina, delicada, doce e perfeita; mas qdo chega o crème, ele percebe q não é aquilo q ele quer, e sim GELATINA!
Primeiro, essa é a visão da Julianne... o cara nunca disse q não queria o brullé e q queria gelatina... é como ela gostaria q as coisas fossem, mas não como elas realmente são. Fiquei pensando na visão q a gente tem da gente mesma... ela compara a Cameron com brullé dizendo q ela é perfeita, e se acha uma gelatina. Mas, na verdade, ela acha a gelatina muito melhor... ela não está fazendo um elogio qdo chama a outra de sofisticada, doce, perfeita, pq na verdade não é assim q ela vê a rival. Pra ela, o brullé é sofisticado demais, é doce demais, e a gelatina, doce do dia-a-dia, tem qualidades muito melhores. Já me comparei e me comparo da mesma maneira com muitas mulheres, vendo os pontos fortes delas como defeitos, e realçando meus defeitos como qualidades. Ela é magra, mas isso é ruim, pq ela dá importância a isso; eu sou gordinha, e isso é bom, pq eu tenho mais coisas pra pensar do q no corpo perfeito... Ela é fútil e fala sobre assuntos idiotas e dá risada de coisas bestas, e eu sou inteligente e culta e engraçada com um humor inteligente e sarcástico, então sou muito melhor... Na verdade, as coisas não são bem assim...
Tudo depende do ponto de vista, da vontade e da fome. Há momentos para o crème brullé, e há momentos para a gelatina. Há paladares para o brullé, e há paladares para a gelatina. O problema é encontrar um cara q queira comer crème brullé qdo vc é gelatina... Mesmo q ele concorde q a gelatina é legal e pode até ser gostosinha, ele tá mesmo a fim de pedir o crème... E não adianta tentar convencê-lo do contrário... não adianta mostrar as qualidades da gelatina e os defeitos do crème brullé... ele sabe. Ele sabe q a gelatina pode ser muito foda em alguns momentos... e q o crème pode ser um saco... mas ele tb sabe o q ele quer. E ele não quer gelatina. Pelo menos, não pra comer agora.
Ok, ok.
Não estou falando de nenhum caso específico, acreditem. Não esotu usando essa metáfora como exemplo pra nenhum caso da minha vida. Juro q estou falando no geral, mesmo. Eu tb me considero uma gelatina. E reconheço q o crème brullé pode ser bom, e q eu nunca vou ser um... porque algumas coisas eu não consigo mudar, e outras eu não quero mesmo mudar. Eu, no fundo, no fundo, gosto de ser gelatina. E uma hora ou outra vai chegar um cara quendo gelatina (nem tô tão desesperada assim pra ser comida, hahahahaha). Qtas vezes isso não aconteceu comigo, também? De ter um cara muito legal, q tinha tudo a ver comigo, mas q por algum motivo não rolava? E ele era gelatina... mas não era o q eu queria, exatamente... Ok, eu não queria um crème brulle... mas talvez eu quisesse um mousse de chocolate... ou uma tortinha de limão... ou talvez eles fossem gelatina de limão, e eu queria de morango... Vai entender! Acontece...
Óbvio q o fim do filme tb é muito interessante... óbvio q era um jogo pra ela, não amor de verdade. Sobre isso, preciso escrever outro post qualquer dia desses... E ela no final ali, sozinha, linda e bem... bom, é uma coisa boa. O amigo gay então, nem se fale. Os dois dançando é muito legal. E não é consolo bobo. Eu prefiro ter amigos de verdade e engraçados e gelatinas tb do q ficar com um cara que quer crème brullé. De verdade. Serião.
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