sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Falando de nada

Um crime. Um quase pecado. Uma tentação. Socorro. Me falta o ar, me faltam as palavras, me falta o chão. Não sei pra onde olho, não sei como desgrudar meus olhos, quero olhar mas ao mesmo tempo não consigo, quero parar de olhar mas é mais fácil arrancar um braço meu a sangue frio. O sangue esquenta, avermelha minhas bochechas, logo eu. O que é que eu falo? Nem sei que palavras estão saindo da minha boca, não consigo prestar atenção no que estou dizendo, que é que eu estou falando agora, mesmo? Quanto tempo faz? Dois segundos, dois minutos, dois milênios? Depois, o coração acelerado, um sorriso idiota que não sai da minha boca; mesmo que eu me esforce, não consigo tirar esse sorriso imenso da minha cara. Mas que droga. É um crime. Um quase pecado. Uma tentação. E eu tenho que ser mais forte que isso.

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