terça-feira, 4 de agosto de 2009

Considerações

Cheiro de amaciante na blusa de moletom. Tem poucas coisas que me deixam mais molinha do que cheiro de amaciante na blusa de moletom. Sabe, molinha de respirar fundo, a cabeça cai pro lado, faço cara de boba e sorriso de tonta, ainda bem que ninguém vê, porque minha cara já tá enterrada no ombro dele nessa hora. E nem ouço mais os barulhos da rua, a conversa do casal amigo, nem sinto mais o gosto de cerveja na boca, nem sei onde coloquei meu pé, onde está minha mão, quem sou eu? Daí passa e eu olho o céu escuro, sinto a noite gostosa, olho os carros vindo na avenida com o farol aceso e acho tudo lindo, bem que essa podia ser uma avenida de uma megalópole, e eu aqui nesse bar, nem parece que estou na mesma cidade de sempre, nessa avenida tantas vezes já caminhada, nesse bar tantas vezes visitado. Encontro o branco, o verde, o rosa. Pintura impressionista.


*Observações nada a ver, mas preciso dizer.

Ontem eu esqueci que dia da semana era. E era segunda. Acordei cedo pra caralho, 6 da manhã, escola até meio-dia, reunião de professores chata, muito chata. Casa, almoço, dormidinha. Agência, até sete da noite. Flamenco. Uma aula. Uma hora. Mais uma aula. Uma hora e meia. Saio duas horas e meia depois, viva, suada, feliz. Chego em casa e vou comer, mas nem tenho fome. Que dia é hoje, mesmo? Já aconteceu tanta coisa hoje. Ah, é, segunda-feira. Rio com os caras do CQC. Levo o Saramago pra cama e ele me embala até que o sono vem.

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