Cheiro de amaciante na blusa de moletom. Tem poucas coisas que me deixam mais molinha do que cheiro de amaciante na blusa de moletom. Sabe, molinha de respirar fundo, a cabeça cai pro lado, faço cara de boba e sorriso de tonta, ainda bem que ninguém vê, porque minha cara já tá enterrada no ombro dele nessa hora. E nem ouço mais os barulhos da rua, a conversa do casal amigo, nem sinto mais o gosto de cerveja na boca, nem sei onde coloquei meu pé, onde está minha mão, quem sou eu? Daí passa e eu olho o céu escuro, sinto a noite gostosa, olho os carros vindo na avenida com o farol aceso e acho tudo lindo, bem que essa podia ser uma avenida de uma megalópole, e eu aqui nesse bar, nem parece que estou na mesma cidade de sempre, nessa avenida tantas vezes já caminhada, nesse bar tantas vezes visitado. Encontro o branco, o verde, o rosa. Pintura impressionista.
*Observações nada a ver, mas preciso dizer.
Ontem eu esqueci que dia da semana era. E era segunda. Acordei cedo pra caralho, 6 da manhã, escola até meio-dia, reunião de professores chata, muito chata. Casa, almoço, dormidinha. Agência, até sete da noite. Flamenco. Uma aula. Uma hora. Mais uma aula. Uma hora e meia. Saio duas horas e meia depois, viva, suada, feliz. Chego em casa e vou comer, mas nem tenho fome. Que dia é hoje, mesmo? Já aconteceu tanta coisa hoje. Ah, é, segunda-feira. Rio com os caras do CQC. Levo o Saramago pra cama e ele me embala até que o sono vem.
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