É engraçado quando você não precisa tomar decisões, quando a vida as toma por você. Pra você. Talvez engraçado não seja a melhor palavra nesse caso. Principalmente quando você achava que já tinha semitomado a decisão certa. Vem a vida e fala "Quietinha aí, fica pianinho que você não decide nada. Quem manda aqui sou eu!".
Puxada de tapete.
Agora coloca os pés no chão e volta a usar a sua cabeça, anta. Tudo aquilo que você achava não era nada. O que você se forçava a ver não era nada. Ou pode até ser. Mas não é você quem decide. Se liga.
Sabe as coisas que você deixou de fazer porque achou que estava certa de algo e no fim não era nada disso? Você se arrepende?
O pior é que não. Porque, no fim, não seria certo. No fim as coisas das quais você abriu mão nesses últimos dias não eram pra você, mesmo. E você sabe, no fundo, que não abriu mão por causa de uma decisão semitomada, mas porque sabia que não era certo de fato. Mesmo que você não estivesse "de mãos atadas", você não faria nada.
E agora? Reconsiderar o que você já tinha deixado de lado? O que aquela amiga "vivida/bibida" te disse que era sua verdadeira natureza e que você estava relegando? E agora? Continuar de pijama lendo aquele livro idiota? Sair pra rua pra pensar? Dirigir correndo pela estrada? Escrever um texto de revolta? Ou tudo isso?
Respirar. Respirar. Respirar.
A primeira providência: tomar um banho. Tirar essa camisola, passar um lápis na cara e sair. Falar, falar, ouvir, ouvir. Dar risada de mim mesma. E pensar de verdade, talvez não tanto mais com a cabeça.
As viagens das pessoas são mesmo coisas impressionantes. Elas vão e vêm numa sincronia interessantíssima. De propósito. Pra você pensar. Pra você decidir. Ou achar que decide.
Eu continuo aqui. Uns vão, outros voltam, uns vêm, e eu aqui. Tentando pensar. E desistindo.
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