segunda-feira, 4 de agosto de 2008

(interlúdio)

Ele estala os pés, o tempo todo, sem colocar as mãos. Ele me olha quieto e com um semi-sorriso na boca. Seus braços apertam forte, mesmo dormindo. Eu olho pra ele e tenho vontade de dizer tanta coisa, eu tenho vontade de fazer tanta coisa, me sinto perdida e decido não olhar. Daí olho e fico meio tonta. Porque eu penso, eu pergunto pra mim mesma, eu não acho as respostas. Eu gosto. Simplesmente. Não me pergunte como nem por quê. Eu me sinto calma, depois tenho vontade de voar no pescoço, depois me sinto calma de novo, e assim vai, e assim vou. Não me reconheço às vezes, não sei; tento lembrar o ontem e não consigo, tem grandes tarjas pretas tapando alguns momentos. Tenho ver o amanhã, em vão. Nem o hoje eu sei direito. Eu preciso saber? Na presença dele sinto paz, sinto carinho, tenho dúvidas, tenho vontade, sorrio, rio, penso, sinto, com o corpo e com a mente. Acho que tá bom, né? Não quero pirar, não. Não me faça perguntas, não me peça nada, tudo o que posso dizer está dito, não esquente a minha cabeça com perguntas que não posso e não consigo responder. Eu sinto. É isso. É bom. Me deixa.

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