sábado, 23 de julho de 2016

Desculpa aí.

Foi mal. Eu sou maluca. Eu crio mundos, crio realidades, crio pessoas, personas, personagens (pros outros, porque eu sou sempre eu, na esperança de que alguém curta). Mas nem é culpa sua. Eu que sou louca.

Eu te idealizei, te imaginei, morri de curiosidade, sequei, murchei, e eu acho isso triste, mas não há nada que eu possa fazer, porque você não regou essa minha loucurinha. E, de novo, nem é culpa sua. Não tinha por quê.

Talvez você nem seja tudo isso. Provavelmente nem é, eu nem pude ver, mas nem é culpa sua. Eu curto estranhos, eu adoro estranhinhos, porque acho que a estranheza combina com a minha. Mas, vai ver, nem é.

Nem é. Não foi. Não vai ser. Desculpa aí, foi mal. Apaga tudo, que eu já me obriguei a apagar. Segue a vida, toca o barco, I will survive. I always do.

Não me odeie. É que eu sou maluca. E achei que era maluca por você. Mas, vai ver, nem era. Nem foi. Desculpa qualquer coisa. Não me odeie. Foi mal.

sábado, 16 de julho de 2016


platonismo
substantivo masculino
  1. 1.
    fil doutrina do filósofo grego Platão (428 a.C.-348 ou 347 a.C.) e de seus seguidores, caracterizada esp. pela concepção de que as ideias eternas e transcendentes originam todos os objetos da realidade material, e que a contemplação dos seres suprassensíveis determina parâmetros definitivos para a excelência no comportamento moral e na organização política.
  2. 2.
    p.ext. fil qualidade do amor platônico; castidade, idealidade [Segundo Platão, o amor mundano e carnal pode se tornar, por meio da ascese filosófica, uma afeição contemplativa por realidades suprassensíveis.].



Essa música do querido amigo Hércules Gomes é a coisa mais linda do mundo. Eu fiquei arrepiada na primeira vez em que ouvi, e continuo me emocionando sempre que ouço. 
Ah, a porra do Mundo das Ideias... que sempre vai ser mais bonito que a vida real. Mas nem de perto tão interessante...

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Búfala

Eu sou uma idealista burra. Na verdade, eu sou uma ingênua e uma imbecil. Eu sou uma tapada que acredita que as pessoas gostam quando a gente é “o que a gente é”, e não dos personagens falsos que construímos. Eu sou uma anta que acredita que é melhor mostrar o que somos na realidade, que é bom ser sincera e honesta. Mas é porque eu sou uma idiota, porque na realidade o mundo gosta mesmo é da falsidade, é do personagenzinho criado e encenado pro público, é das técnicas e das táticas. Ser sincera não me leva a grandes coisas. Quem consegue atenção é quem faz papel, quem decora texto, quem cria ceninha e dispara clichês. Clichês anti-clichês, vamos ser exatos. Você mostra seu sangue, sua realidade nua e crua, esperando que alguém ache graça nas feridas, encante-se com seu jeito verdadeiro, ache beleza nas suas falhas e na sua “realidade”, mas o que encanta as pessoas é o jeitinho fabricado. E o pior, elas não percebem o teatro, e compram a ideia como sendo real. São bobas, tolas, deixam-se enganar. Iansã chega chegando, puta, raiva, suando, descabelada por causa da batalha, mas linda ainda assim, linda porque real. Mas Oxum é que encanta, com a mecha de cabelo milimetricamente posicionada para parecer acidental, com o sorriso ensaiado e as frases prontas de efeito. E todos caem a seus pés. Tolos, tolos. Ou talvez a tonta seja eu. Eu comecei dizendo que sou uma idealista burra, e talvez essa seja a verdade.

domingo, 10 de julho de 2016

Torta de morango

Então você tem uma torta de morango maravilhosa: creme delicioso, morangos molhadinhos, casquinha crocante. E você sabe que não pode comer sozinha, porque uma torta assim tão bonita tem que ser dividida. Daí você vai tomar um café com uma amiga que você acha que gosta de torta de morango. Uai, claro que ela deve gostar, como não gostar de uma torta assim? E você oferece um pedaço. E ela diz “claro, vou comer”. E você tem certeza de que ela vai comer, é só uma questão de quando, de repente quando ela acabar o café, ou talvez depois da água, ou ainda quando ela fumar mais um cigarro. Então você espera. Mas ela não fala mais da torta. Então você oferece de novo, “quer agora?”. Mas ela diz que agora não. Então você começa a pensar, porque você deveria ter sacado muito antes, sua imbecil. Quem te disse que ela gosta de torta? Você não perguntou. Você assumiu que ela poderia querer, porque você gosta de torta. Tem gente que é estranha: não gosta de torta de morango. Prefere o morango mais duro ao molhadinho; acha que o creme tem muito açúcar; gosta da casquinha mais mole. E o erro é seu, por assumir que todos deveriam gostar do que você gosta. Tem gente que é estranha, ué, fazer o quê? Pensa: o que ela poderia ter te dito? “Não, obrigada, não quero comer torta”? Ela achou que ia ser rude, então disse “claro, vou comer”, mas ela não queria, ela nunca quis. Quando você perguntou “quer agora?” e ela disse “agora, não, depois”, você deveria ter sacado, porque ela não tinha como recusar, como dizer “desculpe, mas nunca vou querer comer essa torta que você está me oferecendo”. Então não tem o que fazer. Você não vai enfiar a torta goela abaixo da menina. Não vai ficar perguntando e oferecendo de novo, porque uma hora ela vai se irritar, e a gente não passa a querer uma coisa só porque o outro não para de oferecer. A gente aceita, deixa ela acabar o café, se despede, vai embora e procura outra amiga que goste de torta de morango.  

sábado, 9 de julho de 2016

My funny valentine


Eu sei que ninguém acredita. Eu acho essa música linda, eu adoro essa interpretação do Matt Damon, tímida, esses agudos com medo de não chegar na nota. Eu sei que ninguém acredita, mas eu sou assim, no fundo. Porque a gente não é uma coisa só. Eu sou vermelho e gritaria, mas no fundo, no fundo, no fundinho, eu sou assim, esse cantar tímido, sentido, baixinho, com medo de fazer barulho, com medo de não chegar, mas querendo muito. Eu sei que ninguém imagina, mas eu adoraria que alguém lembrasse de mim ao ouvir esse som, essa versão, mas ninguém ia pensar nisso porque eu sou babado, confusão e gritaria. Mas é que tem ângulos que a gente só consegue ver se chegar bem perto. E não é qualquer um que chega tão perto assim. E eu sei que ninguém acredita, mas eu tenho isso aqui guardadinho, escondidinho, num fundo de armário, louca pra te mostrar, mas você não quer vir ver.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

O livro que eu queria te dar

Eu vi um livro maravilhoso hoje, a sua cara. Lembrei de você na hora, e meu primeiro instinto foi comprar pra te dar. Mas daí a realidade veio: eu não posso te dar um livro assim do nada. Porque "ia ser estranho", porque eu nem te conheço direito e porque você ia me achar louca. Eu odeio essa parte, eu queria poder te dar a porra do livro. Mas eu não posso. Porque não é isso que as pessoas normais fazem. Mas, até aí, as pessoas normais também não ficam escrevendo recados em um blog obscuro pra pessoas que nem estão lendo. Então eu não sou uma pessoa normal. Eu sou uma pessoa que acha um livro que você ia adorar, e tem vontade de comprar pra te dar. Mas eu não posso. E eu odeio quando eu não posso alguma coisa. Mas eu não posso. Até porque eu deixei a porta aberta, e você não entrou. Nem bateu na janela. E eu não vou te puxar pra dentro, porque quem quer entrar entra e pronto. Você não entrou porque não quis. Porque não quer. Então eu não posso fazer nada. É uma pena. Mas o azar é seu. Se fodeu: quem fica sem o livro é você.

Eu escrevo aqui porque preciso tirar de mim. E se você por um acaso (muuuuito remoto) ler e tiver medinho, então você é um bosta, e eu não posso fazer nada. Se você tem medinho de mim, você é um bosta e eu nem te quero mais. Te dar um livro não significa que eu quero casar com você e ter dois filhos e um quintal. Eu nem acredito em casamento, eu tô passando da idade de ter filhos e eu nem sei se quero, e o quintal está longe da minha realidade. Era só um gesto, "lembrei de você, achei que você ia gostar, me importo com você o suficiente pra querer te agradar com algo que eu acho que ia te deixar feliz". Só isso.

Mas eu não posso. E é uma pena. O livro era lindo. Talvez eu compre pra mim.

domingo, 3 de julho de 2016

Mister

Mr. Cores. O que eu gostava nele era o jeito que ele me olhava; o jeito que ele me tratava, que parecia que o mundo podia acabar ali e, se ele estivesse comigo, ele estaria feliz. Eu gostava também do que ele me escrevia, na verdade gostava mesmo era do fato de ele escrever pensando em mim.

Mr. TOC. O que eu gostava nele eram os dotes; era das nossas caras ouvindo música e fazendo caretas para as notas; era nosso gosto para filmes e nossas conversas eternas sobre eles depois; era o fato de que, quando ele estava dentro de mim, o mundo podia acabar ali.

MR. Bear. O que eu mais gostava dele era o que ele me ensinava; era como me idolatrava, mesmo que não dissesse, porque não precisava dizer; era saber que, se eu quisesse, ele sempre estaria ali.

Mr. Bones. O que eu mais gostava nele era quando eu conseguia quebrar as defesas e as barreiras todas, e convencê-lo a se convencer de que me queria; era ver a luta interna dele consigo mesmo, e saber que quem ganhava era eu.

Sir Stark. O que eu mais gostava nele era o cheiro de cigarro misturado com perfume e café que ficava na barba dele; eram nossas conversas cheias de duplo sentido; era o jogo.

Mr. Asshole. O que eu mais gostava nele era a juventude; era o branco das mãos, dos braços; era o fetiche pelo meu pé; era passar os dedos pelos cabelos loiros, sabê-los meus pelo menos por aquela vez.

Sir First. O que eu mais gostava nele era ter ganhado a batalha, e saber que ele era meu; era o perigo, seja nas escadas da vida ou escondidos pelos motéis, eu que odeio motel; era o carinho verdadeiro; era um jeito que ele descobriu e que eu gostava, porque ele foi o primeiro.


É, eu já fui muito feliz nessa vida. Já comi muita merda, também. Mas, caralho, eu já fui muito feliz.

sábado, 2 de julho de 2016

Algumas poucas coisas (que eu quero falar) sobre mim

1. Eu odeio essa modinha de barba. Eu odeio modinhas, em geral. Há um tempo, barba era uma coisa rara. Hoje qualquer mané tem. Odeio a obrigatoriedade de qualquer coisa, até da barba, ou do coque samurai, ou de qualquer merda. Gosto de cara lisinha, de deslizar pele na pele. Gosto da barba crescendo, raspando, quase machucando, daquelas que a gente fica toda vermelha quando beija. Eu fico, sou sensível. Mas a barba que se tem pela moda, essa eu odeio. E eu nunca gostei de barbas gigantes, anyway.

2. Eu abasteço o carro sempre no mesmo posto, em Valinhos, no meio do caminho entre a minha casa, em Campinas, e o meu trampo, em Vinhedo. E eu só coloco gasolina lá. Desde que comprei o carro (que foi na mesma época em que comecei a trabalhar em Vinhedo). Agora eu tô de férias e a gasolina está acabando, então eu vou ter que ir lá só pra fazer isso. Mas eu não ligo, eu tô de férias.

3. Eu falo sozinha comigo o tempo todo quando estou sozinha em casa ou no carro. Não uma conversa, mas frases soltas. Eu penso em muitas coisas e de repente eu solto uma frase pra mim mesma, depois eu dou risada da frase ou de mim.

4. Pelo menos uma vez por semana, eu estouro uma pipoca, coloco manteiga e vou pra debaixo das cobertas ver um filme ou uma série. E não me venham com papinho de saúde. Caguei.

5. Eu paro o carro na garagem do subsolo, que tem um eco sensacional. Daí desço do carro cantando, canto no caminho todo do elevador e entro em casa cantando. A música depende do mood do dia.

6. Eu tenho playlists específicas para pessoas específicas que ocupam a minha cabeça. A minha playlist atual é uma piada. Tem 33 músicas e eu as ouço ininterruptamente no carro. Qualquer um que andar comigo não vai perceber, a não ser que seja o objeto da playlist, o muso inspirador dela, hahahaha. Se ele andar no meu carro um dia, eu vou esconder o pen drive.

7. Eu ouço a maioria dos áudios que envio no WhatsApp pra ver como a minha voz saiu e fico imaginando como as pessoas vão me ouvir (mesmo que seja a minha mãe).

8. Se eu quiser que o meu R saia perfeito, eu preciso pensar. Se não penso, ele sai uma merda, porque eu escrevo rápido como eu penso, muito rápido. E eu odeio o meu R (o minúsculo).

9. Eu não uso o meu sobrenome do meio porque o acho muito comum, pra tristeza da minha mãe. Mas é que eu não gosto das coisas comuns, pelo menos não da maioria. E tem uma atriz pornô nas Filipinas que tem o meu último sobrenome, e eu acho isso engraçadíssimo.

10. Eu penso em você pelo menos metade das horas em que estou acordada. Muito mais do que eu deveria, muito mais do que eu gostaria. Mas eu penso.

You've got such a pretty smile, it's a shame the things you hide behind it, let it go, give it up for a while.

https://www.youtube.com/watch?v=T4aEFkRIZ-c

Escrever um texto sem escrever. Esperar sem esperar. Ser normal uma vez na vida. Mas é que normal é tão chato. Mas, pera, esse monte de sentimentalismo, essa carga emocional enorme também não é legal. Posso só escutar a música sem pensar que é um sinal pra mim? Posso ser um ser humano normal e fazer coisas normais quando como eu vivia sem me preocupar com nada? Posso conversar de verdade, tirar fotos de verdade, ver TV de verdade? Será que eu consigo ficar um dia inteiro sem falar sozinha, sem fazer caras no espelho, sem rir de mim mesma, sem me preocupar com o que você vai achar, sem fazer planos mirabolantes, sem esperar demais das pessoas? Posso só tomar cerveja com os meus amigos e esquecer por umas horas de toda essa loucura que eu mesma crio e que depois não dá em nada? Porque eu crio todas as loucurinhas, depois nem eu mesma aguento e tenho raiva, e eu quero quebrar esse ciclo e ser uma pessoa normal. Eu quero ouvir de verdade o que as pessoas falam, sem ficar procurando mil e um significados ocultos nas palavras delas. Eu quero parar de compartimentalizar o meu cérebro e quero fazer uma coisa de cada vez, pensar uma coisa de cada vez, sem mil pensamentos de pano de fundo. Eu quero me lembrar do que realmente importa, e não de detalhes sem significado. Mas daí as pessoas dizem que gostam de mim do jeito que eu sou, assim doida. Mas que pessoas, cara pálida? É legal achar a maluca legal, mas viver a vida da maluca ninguém quer. Ninguém sabe o que a maluca pensa quando ela se deita pra dormir, ninguém sabe a preocupação quando ela encontra uma mina maluca de verdade e fica se comparando, "será que eu sou assim louca, será que as pessoas me veem desse jeito?, eu não quero que as pessoas me vejam assim, eu queria ser mais normal, não tão normal, mas um pouco mais normal, porque ser assim desse jeito está acabando comigo". Porque ouvir a mesma música quatro vezes seguida deve ser um sinal de loucura. Porque revisitar detalhes insignificantes mil vezes na minha cabeça pra revesti-los de significado deve ser um sinal de loucura. Porque me importar com o que você pensa de mim, sem nem saber quem você é, ah, isso deve ser um sinal de loucura. Porque pensar tanto assim e querer tanto assim, com essa força, deve ser um puta sinal de uma puta loucura. Eu penso muito, eu faço pouco, eu enlouqueço sozinha e depois eu visto a cara de normalzinha e então ninguém sabe. Eu quero muito, e eu nem sei por quê. Eu me olho no espelho e me acho horrorosa, mas eu boto a banca de linda e vou tocando. Ser uma pessoa normal, porque senão o mundo vai se assustar. Você, que parece tão normal, só que não. Só que eu não sei. Eu não sei de nada, mas ninguém mais lê essa bosta, mesmo, então que se foda. Tô cansada, tô cansando, e eu não sei pra onde ir depois disso. Olha aí o sentimentalismo de merda de novo. Que se foda. Que se foda. Que se foda.

sábado, 25 de junho de 2016

Caça ao tesouro

Eu adoro montar caças ao tesouro. Pra amigos, por diversão. Na minha vida, por ideologia. Uma coisa meio oriental, meio budista, meio caminho da iluminação: o Escolhido é aquele que entende. o Escolhido saberá ler minhas pistas. Mas, ó, você tá me deixando muito confusa, porque eu nem sei se você está encontrando as pistas.

Quando algo é muito fácil (um livro, um jogo), a coisa toda perde a graça. Mas quando é muito difícil, muito hermético, também perde. Pra que o jogo continue, eu preciso saber se você está nele, se você está jogando ou se eu estou enlouquecendo sozinha.

Então, please, deixa uma pistinha pra mim também. Porque eu também gosto de jogar.

sábado, 18 de junho de 2016

Padrões, padrões, padrões... (Coluna Infinita)



Eu tava aqui me lembrando de uma vez, há anos, em que eu admirava muito um cara, mas a gente só se via uma vez por semana e conversava 15 minutos cada vez. E eu ia me interessando mais por ele a cada vez, e ia ficando louca, e queria muito sentar pra conversar com ele e conhecê-lo melhor. Mas, por causa do meu interesse, eu não conseguia fazer o mais simples. Porque pra chamar um brother pra tomar cerveja eu não tenho problemas: se ele disser que não pode, eu vou ficar de boa e marcar outro dia, e vou esquecer a história depois de cinco minutos. Mas, quando eu me interesso por alguém, eu não consigo. Porque, se ele disser não, eu vou me quebrar inteira. Porque, se ele disser não pra cerveja, é como se ele estivesse dizendo não pra mim, pra tudo, e eu não vou conseguir suportar o depois.

No caso em questão, o que eu fiz foi mandar um e-mail GIGANTE pra ele, engraçadinho, com todos os nossos pedaços de conversa interrompidos, pra dizer que eu queria continuar a conversa sem hora pra acabar. Mas foi gigante, super elaborado, fiz até projeto de texto, praticamente. Era uma obra de arte. Pensei e pensei, retirei palavras, coloquei outras, revisei, reli mil vezes e enviei. Daí fiquei lendo de novo a cada cinco minutos, enquanto ele não respondia. E a resposta dele tinha 3 linhas, e era algo do tipo “Você é louca, era só me chamar pra tomar uma cerveja”. A gente tomou a tal cerveja, afinal. Bom, eu não era a única louca do rolê, porque ele me chamou pra viajar com os primos dele depois disso, e a gente nem se conhecia direito. E eu fui, e as coisas deram certo por um dia, mas depois não, porque ele não era exatamente o que eu pensava que ele fosse, e eu também não devia ser o que ele pensava que eu era, se é que ele pensava. Bom, isso é o que acontece quando a gente não conhece as pessoas direito. Naqueles quinze minutos semanais eu criei um personagem dele na minha cabeça, e a realidade era outra. Eu me deixei influenciar pelo personagem que ele mostrava, mas eu também mostrava o meu, porque a vida é assim. E daí, quando finalmente rolou a cerveja, era uma conversa de personagens, era uma cena de teatro, com cenário e tudo. Tinha até figurante. Tudo isso pra dizer que, se a gente tivesse tomado uma breja antes de eu construir uma imagem irreal e fictícia dele, se eu tivesse feito as coisas de maneira normal, talvez o meu interesse se quebrasse, ou talvez a gente tivesse ficado só amigo, talvez a gente tivesse se conhecido de fato, nós, as pessoas, e não nossos personagens.

Enfim, anos depois eu me vejo repetindo tudo de novo. Eu vivo num mundo paralelo e muito louco, e os padrões se repetem infinitamente, mas que merda que é isso! Tenho uma amiga que diz que, quando uma situação se repete na nossa vida, é pra gente aprender com ela, e que, enquanto não aprendermos, não vamos nos livrar dela nunca, ela vai continuar a se repetir. Eu deveria ter aprendido, porque isso diz respeito à maneira como eu encaro as minhas paixões (no sentido amplo) e o meu interesse por caras incríveis, à primeira vista. Eles me parecem tão incríveis que eu acho que eles nunca vão querer nada comigo, nem tomar uma cerveja. Eu deveria mudar minha atitude, chegar e falar de boa. Mas eu não consigo. Eu não consigo, e eu me odeio depois e volto pra casa chorando porque eu fui uma idiota, porque eu perdi as brechas em que uma pessoa normal diria “Vamos tomar uma cerveja um dia e você me conta desse rolê, então”.

Mas eu não digo, e depois me martirizo. O problema é que eu não gosto de qualquer um. Ah, não. Eu sou uma pessoa muito chata, ranzinza. E eu vivo cercada de pessoas idiotas, tapadas, burras, modinha, vazias, desinteressantes, sertanejo universitário e baladinha, porre e vômito, novela e sapato novo. E então, quando aparece um cara que seja minimamente interessante, que se pareça comigo pelo menos um pouco nessa coisa de ser cinza (apesar do vermelho), eu fico louca.

Deixe-me ser justa: não é só minimamente interessante. É foda. É demais. Me dói fisicamente no peito a vontade de sentar num bar e conversar por horas, e entender, e conhecer de verdade, e rir mais, e pensar junto. Não é, nem de longe, só “minimamente” interessante. É interessante pra caralho, é tão, mas tão, mas tão incrível que eu fico muda. Que eu fico besta, idiota, olhando pro chão. Que eu me acho desinteressante, o que é que eu tenho pra dar pra esse cara? Que eu me sinto adolescente, burra, feia, travesti, ele nunca vai olhar pra mim. Que eu pareço retardada mental, que eu digo coisas e faço caretas e depois quero me dar um murro porque não era isso que eu queria dizer. É tão maravilhoso que eu não consigo falar coisa com coisa, que um segundo de silêncio equivale a dezenove mil coisas passando na minha cabeça. Tão fofo que eu olho todos os detalhes e depois fico com vergonha, não consigo dizer normalmente, como eu faria com um brother, "Banho e tosa?". Tão massa que eu paraliso. Que eu volto pra casa querendo morrer. Que eu venho aqui no blog e despejo esse monte de coisas “desconexas e não coesas”.  


Mas essa sou eu. Repetindo, repetindo, repetindo. Uma merda de uma Coluna Infinita, que repete o mesmo módulo de sempre, desde sempre e para sempre, saindo da terra e se enfiando no céu, igual, igual, igual, e monstruosa, monumental, gigante, ameaçadora. Uma Coluna Infinita que me engole, me destroça, me desfaz. A mesma coisa de sempre. Os mesmos módulos. Os mesmos padrões. Eu não consigo chegar perto, de novo, e de novo, e de novo. A culpa é minha, porque eu repito, repito, repito. Se é importante pra mim, eu não consigo. A culpa é minha. Mas eu jogo um pouco pra você, pra variar. A culpa também é sua. Você me parece tão incrível que eu não consigo chegar perto. E você não faz a mínima ideia.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Censurado.

Este texto foi censurado por mim mesma, por motivos de medinho. É que se o objeto deles passar por aqui, se por alguma razão cósmica ele se aventurar por este blog, eu vou ter muita vergonha de ele reconhecer que este texto foi feito pra ele. Eu sei que pra bom entendedor meia palavra basta, mas eu duvido que haja um entendedor capaz de entender assim tão bem. Mas, ó, se você entender, me conta?


Eu gosto das suas mãos, brancas, pequenas, quadradas (eu tenho uma coisa com mãos, o que eu posso fazer?). Eu gosto da sua boca, percebi hoje. Na verdade eu sempre gostei dos bicos que você faz. Você sabe que faz, né? Eu posso imitar pra você qualquer dia. E, de vez em quando, você faz *****************, e essa cara dura alguns segundos. Eu gosto. Acho bonitinho, acho fofo. Foi hoje que notei além do bico. Notei seus lábios, e eles são carnudinhos. Acho que por isso que eu reparava tanto no bico. Eu gosto do seu jeito de fazer *******, que é meio de lado, meio pra trás, parece mais que está ***********. Eu gosto da sua dança das cadeiras, **********de lá pra cá ********. Mas acontece ******************, não sei se você está mais cansado. Eu gosto de te ver fazendo ***********************. Eu percebo o dia em que você está mais de mau-humor, mas o seu mau-humor é engraçado, e ***********ele passa. Dá pra ver que você ************, porque a nuvem cinzenta se dissipa ***************(e eu imagino que você já tenha ***************, mas é lindo ver ****************mesmo assim). Eu gosto das suas piadinhas *************. Eu as reconheço, porque também tenho as minhas. Mas eu gosto, mesmo sabendo que *****************, na hora, porque eu sei que elas **************(e porque elas são boas, definitivamente). Também gosto dos palavrões, das irritações, dessa coisa de velho chato que você tem e que eu também tenho, olha como a gente é parecido. Esse mau-humor risível, essa nuvenzinha negra que acompanha a sua cabeça e que é praticamente um charme, pelo menos pra mim, que também carrego a minha nuvenzinha onde eu vou. Elas dariam uma tempestade engraçadíssima, talvez só pra nós dois, mas mesmo assim. Eu tenho ciúme quando você fala da ******************, que *********************, e me sinto menor, pequena, porque ***********. Mas, veja pelo lado bom: se fosse comigo, a gente *******************. Consolo idiota. Eu tenho ciúme também daquela girafuda que *********************, porque eu acho que vocês **************, e me dói pensar que você se interessa por mulheres assim, tão o meu oposto, tão lânguida, tão lady, tão tom pastel, e o que eu tenho pra te dar é o meu vermelho e o meu volume. Eu adoraria que você pudesse curtir isso, mas eu não sei bem, porque eu não ********. Mas eu queria tanto ********. Eu gosto quando você fala de coisas que eu também gosto (referências nerds), ou de coisas que eu queria conhecer mais. Eu adoro poder ficar olhando ************** pra você, apesar de eu ter vergonha quando ****************, mas estou também viajando em outros aspectos. Apesar de eu ter vergonha, ********************** te olhar ininterruptamente (claro que não é por isso que eu *************). Eu, obviamente, amo e admiro pra caralho *********, mas eu não estou aqui falando do ****************, mas sim do ***************, porque pra mim está claro, há um tempinho já, que eu te vejo *********************... Eu te vejo como uma promessa. E seria muita judiação se você me visse só *****************. 

sábado, 4 de junho de 2016

Mudando (?) de ideia...

As coisas acontecem tão rápido pra mim que até eu mesma fico assustada. Quer dizer, dentro de mim. Num dia eu escrevo e penso umas coisas e acho que não vou caber em mim de desespero. No outro, eu fico com vergonha de ter sido tão melosa, porque já não tenho mais certeza. E se não for, nem pra mim? E se foi tudo mentira, tempestade passageira, chuva de verão?

Eu não sei mais. Eu não sei mais nada. Eu acho que pode ser que eu te ache um babaca por me esnobar; assim, pode ser. É desse jeito que muitas coisas acabam sem nem ter começado. Mas então pode ser que você nem saiba. Mas daí, se você for bobo desse jeito, então eu não sei se quero, mesmo.

Enfim...

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Tempestade, de novo.

Tempestades são lindas, fortes e rápidas. O problema é que são rápidas. Muitas vezes a gente nem se lembra de como elas começaram. A gente conta os destroços e fica tentando entender como chegou a esse ponto. Tudo estava quieto, mas tinha aquele cheiro no ar, anunciando a desgraça. E então, sem que eu possa dizer exatamente como, as gotas começaram a cair, já grossas, desde o começo. Não dá pra dizer o que causou toda essa força incontrolável, se foi o seu jeito de olhar, se foi uma frase que você disse que me fez gargalhar, se foi aquela pausa mais longa, se foi um pedaço de algo que eu achei que você disse pra mim mas não entendi direito, se foi o simples fato de você ser como você é. Quando eu notei, o vento estava cortando tudo, rasgando, arrastando. Quando eu dei por mim, os raios iluminavam o céu, deixando tudo amarelo. Quando percebi, os trovões me ensurdeciam e a água lavava o mundo. E então as árvores foram arrancadas, os carros foram levados, tudo inundou, transbordou. Os galhos foram parar no meio das ruas, as estradas ficaram interditadas, os morros desceram, a terra virou lama e as poças dominam as ruas. Os postes caíram, as luzes queimaram, os outdoors foram levados, os guarda-chuvas jazem inúteis no chão. Eu olho ao redor e não entendo, como é que isso foi acontecer de novo, caralho, por que eu não posso ser garoa, daquelas que a gente nem sente, por que não posso ser brisa mansa, por que tenho que ser essa descontrolada dessa tempestade, essa coisa que eu não consigo conter, que não consigo parar, que não consigo dominar. Agora vai ser recolher os destroços, limpar a lama, deixar secar, reconstruir.

Mas, olha, a tempestade ainda não acabou. Ela só começou. Seria muito bom se você não tivesse medo de água. Você tem?


Larga esse guarda-chuva, ele não serve pra nada. Vem aqui pro meio da rua sentir a força do vento, da água, do som dos trovões e da luz dos raios. Vem aqui comigo ver como é bonita toda essa coisa que eu sou incapaz de controlar. Vem, deixa a água te molhar inteiro, dos pés à cabeça, deixa o vento te carregar sei lá pra onde, vem, abandona o rumo, a previsão, o cuidado, vem olhar comigo os raios cruzando o céu negro, vem se arrepiar comigo ao som dos trovões. Mas vem logo, que a tempestade não dura pra sempre. Vem agora, porque chuvisco leve não tem graça nenhuma. Seria tão legal ver junto com você o mundo caindo. Seria muito mais legal do que eu ter que catar tudo sozinha depois, amaldiçoando a mim mesma por ser tempestade que assusta, por não conseguir começar as coisas com chuvisco e ir num crescendo, como gente normal. Eu não sou gente normal. E, daqui do meio da tempestade, eu espero sinceramente que você também não seja.
Eu queria que você pudesse se ver como eu te vejo. Queria que você pudesse ver a você mesmo através dos meus olhos. Queria que você soubesse como eu te vejo, o que eu penso sobre você. Sei lá, eu gosto de saber o que as pessoas pensam sobre mim, então acho que talvez você também gostaria de saber. É que eu acho que você não faz ideia. Mas talvez você faça, então eu não falo nada.

Eu também não falo nada porque eu sou louca. Você não sabe, mas eu sou. Eu sou assim, eu me semi-interesso pelas pessoas, mas não sou capaz de falar. Fico mandando sinais sutis (e idiotas), esperando que, se for a pessoa certa, ela vai entender, e vai saber o que fazer. Mas os meus sinais são pistas tão fracas que eu acabo confundindo a pessoa. É que pra mim eles são óbvios, tão óbvios que eu até tenho vergonha de mandá-los. Mas eu já aprendi que as pessoas não podem estar dentro da minha cabeça e pensar como eu penso, nem ver a si mesmas como eu as vejo. Então eu deveria falar. Apesar de já ter aprendido isso, eu simplesmente não consigo pôr em prática. Eu ainda acredito que “O Cara Certo” vai saber entender.

Tem algumas coisas sobre você que eu queria saber. Eu tenho mais ou menos umas três perguntas diretas pra te fazer, e elas são bem bobas. Uma é sobre um detalhe. Outra é sobre um estilo de vida. A terceira é um certo ciuminho, que eu nem tenho direito de sentir, mas foda-se. Três perguntas. O resto é consequência. O resto eu queria descobrir, numa mesa de bar, numa sala de cinema, numa conversa de madrugada. Mas fazer o mais simples, que seria te chamar pra tomar uma cerveja, ah, isso eu não consigo fazer. Eu nunca consigo quando é importante.

Eu também queria saber como você me vê. Eu acho que eu sei, e eu não gosto do que eu imagino. Eu queria que fosse diferente. Mas, pra isso, você teria que me conhecer de verdade. Mais ainda, você teria que querer me conhecer. E eu não sei se você quer. Eu não sei se você quer saber de verdade como eu sou louca, como eu olho os seus detalhes, as mil e quarenta e nove coisas que estou pensando quando olho pra você, e as trinta mil e seiscentas que eu penso quando estou longe de você. Não sei se você iria querer saber de fato que eu sou essa maluca que se semi-interessa pelas pessoas e não consegue fazer nada de concreto pra demonstrar esse semi-interesse, e fica mandando pistas sutis e idiotas, e depois fica revoltada quando a pessoa não entende, e daí fica com raiva e pega bronca, porque a pessoa não cabe no modelinho criado pela minha cabeça doida, e daí se desinteressa completamente. Pronto: eu queria, não te contei, você não entendeu, claro, então não deu resposta, daí eu te odiei, e você nem vai ficar sabendo. É triste, né?

Mas eu ainda não te odeio. Não completamente (porque tem a fase da raiva completa). Na verdade, ainda não odeio nada. Ainda quero te fazer as três perguntas, ainda quero entender você, ainda quero que você saiba como eu te vejo, e ainda quero saber como você me vê. Mas, sinceramente, eu não me vejo fazendo nada de concreto pra que isso aconteça. Perceba, a raiva que eu deveria ter era de mim, não de você.

Relendo

Eu às vezes entro aqui e releio coisas. Esses dias eu reli algumas e pensei se deveria apagar uns textos sobre pessoas do meu passado, distante ou recente. Na verdade o passado recente é o que mais me incomoda, porque eu já me acostumei com as minhas burrices do passado, e ainda tenho dificuldade em aceitar como eu fui burra mais recentemente.

Mas, sabe, eu decidi não apagar, não. Porque são textos bonitos, apesar de bregas. Todas as cartas de amor são ridículas; os textos também. Não é culpa minha se o cara que me inspirou coisas tão bonitas era um escroto. Não é culpa minha ter coisas tão bonitas pra dizer, pra sentir, pra dar. Se ele não soube receber, não é culpa minha.

Assim sendo, deixa os textos onde eles estão. Eu releio e penso "Caralho, como eu fui burra de dar tudo isso pra quem não soube receber. Como eu fui idiota escrevendo essas coisas pra um escroto que só queria me comer". Mas, sabe, a errada não sou eu. Não é feio ter sentimentos bonitos por pessoas escrotas. Não é vergonha dar demais. Vergonha é não saber receber. E tenho dito.

Meus textos contam a história de alguém que se entregou, que sentiu, que pensou, que deu mais do que podia. E isso não é ruim. Se eu não achei a pessoa que vai receber essa tempestade que eu carrego comigo, eu não tenho do que me envergonhar. Os escrotos pra quem eu escrevi, sim, eles é que têm de ter vergonha. Não eu. Eu só senti. Só eu senti, mas tá valendo.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Manteiga e travesseiros

Eu tô tão surtada que eu acendi um cigarro, deixei no cinzeiro e acendi outro, sem perceber. Eu tentei parar em duas farmácias pra comprar a merda da pílula e não consegui, uma porque não tinha lugar pra parar, a outra porque tinha uma fila gigantesca e os dois atendentes estavam no telefone. Saí cantando pneu e chorando, e foi aí que eu percebi que eu não estou bem.

Quando eu cheguei na terceira farmácia e o mocinho bonito me perguntou se tava tudo bem, eu tive vontade de pular no colo dele e ficar chorando até amanhã. Daí eu tive dó de mim mesma porque eu não tenho colo pra chorar. Literalmente. Porque o “tudo bem?” dele e a cara de preocupado foi tão diferente do “tudo bem?” das pessoas do dia a dia, aquelas pra quem você responde “tudo”, mesmo sem estar tudo bem. E porque eu sou essa pedra que não abraça as pessoas, que não beija as pessoas de verdade, que não se permite um carinho, um contato físico mais demorado, só com namorados, e eu perdi a conta de quantos séculos faz que eu não tenho um namorado. Eu nunca fui essa pessoa de abraçar amigos, de ficar de mão dada com amigas, de ficar deitada no colo de pai e mãe. Mas hoje eu só queria que tivesse alguém me esperando em casa e que soubesse que não, não está tudo bem, e já faz tempo, mas é que eu sou essa pedra, eu vou no moto-contínuo, eu sorrio, faço graça, faço piada, eu sigo em frente e faço a forte, mas eu não sou feita de pedra, caralho, eu sou manteiga às vezes. É raro, mas eu sou. E eu tenho vergonha de precisar das pessoas pra essas coisas, eu me sinto desconfortável quando pegam na minha mão por mais do que 30 segundos, solto antes de medo da pessoa soltar antes, saio do abraço logo antes que a pessoa saia. Mas hoje eu queria que me olhassem e percebessem que eu preciso de um banho quente, de uns dois cigarros (um de cada vez, por favor) e de colo. Colo físico, colo literal. De que mexessem no meu cabelo sem que eu tenha que ficar preocupada se está embaraçado ou se os cachos estão estranhos, eu que nem gosto de cafuné, mas é porque eu sempre fico pensando se tem algo estranho com o meu cabelo e a pessoa vai notar, então fico sem. Eu fico sem muitas coisas por pensar demais. Mas daí, quando eu faço uma tentativa de entrega, sutil, daquele meu jeito, e não recebo uma resposta, e recebo o silêncio, daí eu me fecho ainda mais.


E então eu tô aqui em crise, mas amanhã é outro dia pra eu colocar um sorriso na cara e fingir que tá tudo bem, e responder “tudo bem” pra quem pergunta mas não quer mesmo saber. 

Eu vou lá dormir com os meus 5 travesseiros. Eu dou risada de ter tantos, as pessoas dão risada, mas eles enchem a minha cama, limitam meu espaço, ficam comigo a noite toda e eu não preciso pensar se estou agradando. Eles não perguntam se eu estou bem, mas eu não preciso sair do abraço deles antes, porque eles nunca saem primeiro do que eu.