quarta-feira, 6 de julho de 2016

O livro que eu queria te dar

Eu vi um livro maravilhoso hoje, a sua cara. Lembrei de você na hora, e meu primeiro instinto foi comprar pra te dar. Mas daí a realidade veio: eu não posso te dar um livro assim do nada. Porque "ia ser estranho", porque eu nem te conheço direito e porque você ia me achar louca. Eu odeio essa parte, eu queria poder te dar a porra do livro. Mas eu não posso. Porque não é isso que as pessoas normais fazem. Mas, até aí, as pessoas normais também não ficam escrevendo recados em um blog obscuro pra pessoas que nem estão lendo. Então eu não sou uma pessoa normal. Eu sou uma pessoa que acha um livro que você ia adorar, e tem vontade de comprar pra te dar. Mas eu não posso. E eu odeio quando eu não posso alguma coisa. Mas eu não posso. Até porque eu deixei a porta aberta, e você não entrou. Nem bateu na janela. E eu não vou te puxar pra dentro, porque quem quer entrar entra e pronto. Você não entrou porque não quis. Porque não quer. Então eu não posso fazer nada. É uma pena. Mas o azar é seu. Se fodeu: quem fica sem o livro é você.

Eu escrevo aqui porque preciso tirar de mim. E se você por um acaso (muuuuito remoto) ler e tiver medinho, então você é um bosta, e eu não posso fazer nada. Se você tem medinho de mim, você é um bosta e eu nem te quero mais. Te dar um livro não significa que eu quero casar com você e ter dois filhos e um quintal. Eu nem acredito em casamento, eu tô passando da idade de ter filhos e eu nem sei se quero, e o quintal está longe da minha realidade. Era só um gesto, "lembrei de você, achei que você ia gostar, me importo com você o suficiente pra querer te agradar com algo que eu acho que ia te deixar feliz". Só isso.

Mas eu não posso. E é uma pena. O livro era lindo. Talvez eu compre pra mim.

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