quarta-feira, 1 de junho de 2016

Relendo

Eu às vezes entro aqui e releio coisas. Esses dias eu reli algumas e pensei se deveria apagar uns textos sobre pessoas do meu passado, distante ou recente. Na verdade o passado recente é o que mais me incomoda, porque eu já me acostumei com as minhas burrices do passado, e ainda tenho dificuldade em aceitar como eu fui burra mais recentemente.

Mas, sabe, eu decidi não apagar, não. Porque são textos bonitos, apesar de bregas. Todas as cartas de amor são ridículas; os textos também. Não é culpa minha se o cara que me inspirou coisas tão bonitas era um escroto. Não é culpa minha ter coisas tão bonitas pra dizer, pra sentir, pra dar. Se ele não soube receber, não é culpa minha.

Assim sendo, deixa os textos onde eles estão. Eu releio e penso "Caralho, como eu fui burra de dar tudo isso pra quem não soube receber. Como eu fui idiota escrevendo essas coisas pra um escroto que só queria me comer". Mas, sabe, a errada não sou eu. Não é feio ter sentimentos bonitos por pessoas escrotas. Não é vergonha dar demais. Vergonha é não saber receber. E tenho dito.

Meus textos contam a história de alguém que se entregou, que sentiu, que pensou, que deu mais do que podia. E isso não é ruim. Se eu não achei a pessoa que vai receber essa tempestade que eu carrego comigo, eu não tenho do que me envergonhar. Os escrotos pra quem eu escrevi, sim, eles é que têm de ter vergonha. Não eu. Eu só senti. Só eu senti, mas tá valendo.

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