Sambão comendo solto. Tarde boa de domingo, quintal de casa em Sousas, cervejinha gelada no copo. Uma menina sambando na minha frente. Odeio essa menina. Por que, mesmo? Que que eu sei dela? O nome. As profissões (três). Sei também que ela dava em cima de um ex-namorado meu. Mas quem me contou isso?? Ele.
Até então, ela era pra mim um nada. Eu nem sabia da sua existência. E ele chegou contando que ela dava em cima dele. Ódio mortal imediato. Juras de morte, cara feia, olhar fuzilante, fatal. E agora, quase três anos depois, eu ainda odeio essa pobre coitada.
Olhei a tal sambando ali na minha frente e comecei a pensar. Pode ser que ela seja muito legal. Pode ser que não, mas eu nem sei. Nem sei quem ela é de verdade. Pode ser uma piriguete mesmo, uma biscateira. Mas pode ser bacaninha. E é feinha, coitada, que bicho sou eu, que bicho era eu que não confiava no meu taco desse jeito?? Que bicho era ele que precisava se autofirmar desse jeito? Instigando meu ciúme doentio? Que merda esse cara fez comigo pra eu odiar essa pobre coitada até hoje? Meio que sem motivo?
Olhei ao redor e achei outra menina que eu odiava, mas dessa eu nem sabia o nome. Mesmo. Olhei pra cara dela e pensei “Eu sei que odeio essa aí, mas nem sei o nome dela. Sei que tem alguma coisa a ver com o outro lá, provavelmente dava em cima dele também”. Que monstruosidade. Eu nem sei quem é essa pobre.
Decidi que não quero mais odiar as pessoas à toa. Sem conhecê-las. Sem motivo. Já odeio muita gente. A lista não precisa aumentar assim, ainda mais por causa de um desequilibrado que não faz mais parte da minha vida há tempos.
Meninas, vocês estão perdoadas do meu ódio. Só não me deem motivo, ok?
2 comentários:
Engraçado como alguns homens são irresistíveis a ponto de todas as moçoilas em um recinto caírem matando em cima deles, não? Dá até pena.
Boa menina...
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