Foi mal. Eu sou maluca. Eu crio mundos, crio realidades, crio pessoas, personas, personagens (pros outros, porque eu sou sempre eu, na esperança de que alguém curta). Mas nem é culpa sua. Eu que sou louca.
Eu te idealizei, te imaginei, morri de curiosidade, sequei, murchei, e eu acho isso triste, mas não há nada que eu possa fazer, porque você não regou essa minha loucurinha. E, de novo, nem é culpa sua. Não tinha por quê.
Talvez você nem seja tudo isso. Provavelmente nem é, eu nem pude ver, mas nem é culpa sua. Eu curto estranhos, eu adoro estranhinhos, porque acho que a estranheza combina com a minha. Mas, vai ver, nem é.
Nem é. Não foi. Não vai ser. Desculpa aí, foi mal. Apaga tudo, que eu já me obriguei a apagar. Segue a vida, toca o barco, I will survive. I always do.
Não me odeie. É que eu sou maluca. E achei que era maluca por você. Mas, vai ver, nem era. Nem foi. Desculpa qualquer coisa. Não me odeie. Foi mal.
sábado, 23 de julho de 2016
sábado, 16 de julho de 2016
platonismo
substantivo masculino
- 1.fil doutrina do filósofo grego Platão (428 a.C.-348 ou 347 a.C.) e de seus seguidores, caracterizada esp. pela concepção de que as ideias eternas e transcendentes originam todos os objetos da realidade material, e que a contemplação dos seres suprassensíveis determina parâmetros definitivos para a excelência no comportamento moral e na organização política.
- 2.p.ext. fil qualidade do amor platônico; castidade, idealidade [Segundo Platão, o amor mundano e carnal pode se tornar, por meio da ascese filosófica, uma afeição contemplativa por realidades suprassensíveis.].
Essa música do querido amigo Hércules Gomes é a coisa mais linda do mundo. Eu fiquei arrepiada na primeira vez em que ouvi, e continuo me emocionando sempre que ouço.
Ah, a porra do Mundo das Ideias... que sempre vai ser mais bonito que a vida real. Mas nem de perto tão interessante...
sexta-feira, 15 de julho de 2016
Búfala
Eu sou uma idealista burra. Na verdade, eu sou uma ingênua e
uma imbecil. Eu sou uma tapada que acredita que as pessoas gostam quando a
gente é “o que a gente é”, e não dos personagens falsos que construímos. Eu sou
uma anta que acredita que é melhor mostrar o que somos na realidade, que é bom
ser sincera e honesta. Mas é porque eu sou uma idiota, porque na realidade o
mundo gosta mesmo é da falsidade, é do personagenzinho criado e encenado pro
público, é das técnicas e das táticas. Ser sincera não me leva a grandes
coisas. Quem consegue atenção é quem faz papel, quem decora texto, quem cria
ceninha e dispara clichês. Clichês anti-clichês, vamos ser exatos. Você mostra
seu sangue, sua realidade nua e crua, esperando que alguém ache graça nas
feridas, encante-se com seu jeito verdadeiro, ache beleza nas suas falhas e na
sua “realidade”, mas o que encanta as pessoas é o jeitinho fabricado. E o pior,
elas não percebem o teatro, e compram a ideia como sendo real. São bobas,
tolas, deixam-se enganar. Iansã chega chegando, puta, raiva, suando,
descabelada por causa da batalha, mas linda ainda assim, linda porque real. Mas
Oxum é que encanta, com a mecha de cabelo milimetricamente posicionada para
parecer acidental, com o sorriso ensaiado e as frases prontas de efeito. E
todos caem a seus pés. Tolos, tolos. Ou talvez a tonta seja eu. Eu comecei
dizendo que sou uma idealista burra, e talvez essa seja a verdade.
domingo, 10 de julho de 2016
Torta de morango
Então você tem uma torta de morango maravilhosa: creme
delicioso, morangos molhadinhos, casquinha crocante. E você sabe que não pode
comer sozinha, porque uma torta assim tão bonita tem que ser dividida. Daí você
vai tomar um café com uma amiga que você acha que gosta de torta de morango.
Uai, claro que ela deve gostar, como não gostar de uma torta assim? E você
oferece um pedaço. E ela diz “claro, vou comer”. E você tem
certeza de que ela vai comer, é só uma questão de quando, de repente quando ela
acabar o café, ou talvez depois da água, ou ainda quando ela fumar mais um
cigarro. Então você espera. Mas ela não fala mais da torta. Então você oferece
de novo, “quer agora?”. Mas ela diz que agora não. Então você começa a pensar,
porque você deveria ter sacado muito antes, sua imbecil. Quem te disse que ela
gosta de torta? Você não perguntou. Você assumiu que ela poderia querer, porque
você gosta de torta. Tem gente que é estranha: não gosta de torta de morango.
Prefere o morango mais duro ao molhadinho; acha que o creme tem muito açúcar;
gosta da casquinha mais mole. E o erro é seu, por assumir que todos deveriam
gostar do que você gosta. Tem gente que é estranha, ué, fazer o quê? Pensa: o
que ela poderia ter te dito? “Não, obrigada, não quero comer torta”? Ela achou
que ia ser rude, então disse “claro, vou comer”, mas ela não queria, ela nunca
quis. Quando você perguntou “quer agora?” e ela disse “agora, não, depois”,
você deveria ter sacado, porque ela não tinha como recusar, como dizer “desculpe,
mas nunca vou querer comer essa torta que você está me oferecendo”. Então não
tem o que fazer. Você não vai enfiar a torta goela abaixo da menina. Não vai
ficar perguntando e oferecendo de novo, porque uma hora ela vai se irritar, e a
gente não passa a querer uma coisa só porque o outro não para de oferecer. A
gente aceita, deixa ela acabar o café, se despede, vai embora e procura outra amiga que
goste de torta de morango.
sábado, 9 de julho de 2016
My funny valentine
Eu sei que ninguém acredita. Eu acho essa música linda, eu adoro essa interpretação do Matt Damon, tímida, esses agudos com medo de não chegar na nota. Eu sei que ninguém acredita, mas eu sou assim, no fundo. Porque a gente não é uma coisa só. Eu sou vermelho e gritaria, mas no fundo, no fundo, no fundinho, eu sou assim, esse cantar tímido, sentido, baixinho, com medo de fazer barulho, com medo de não chegar, mas querendo muito. Eu sei que ninguém imagina, mas eu adoraria que alguém lembrasse de mim ao ouvir esse som, essa versão, mas ninguém ia pensar nisso porque eu sou babado, confusão e gritaria. Mas é que tem ângulos que a gente só consegue ver se chegar bem perto. E não é qualquer um que chega tão perto assim. E eu sei que ninguém acredita, mas eu tenho isso aqui guardadinho, escondidinho, num fundo de armário, louca pra te mostrar, mas você não quer vir ver.
quarta-feira, 6 de julho de 2016
O livro que eu queria te dar
Eu vi um livro maravilhoso hoje, a sua cara. Lembrei de você na hora, e meu primeiro instinto foi comprar pra te dar. Mas daí a realidade veio: eu não posso te dar um livro assim do nada. Porque "ia ser estranho", porque eu nem te conheço direito e porque você ia me achar louca. Eu odeio essa parte, eu queria poder te dar a porra do livro. Mas eu não posso. Porque não é isso que as pessoas normais fazem. Mas, até aí, as pessoas normais também não ficam escrevendo recados em um blog obscuro pra pessoas que nem estão lendo. Então eu não sou uma pessoa normal. Eu sou uma pessoa que acha um livro que você ia adorar, e tem vontade de comprar pra te dar. Mas eu não posso. E eu odeio quando eu não posso alguma coisa. Mas eu não posso. Até porque eu deixei a porta aberta, e você não entrou. Nem bateu na janela. E eu não vou te puxar pra dentro, porque quem quer entrar entra e pronto. Você não entrou porque não quis. Porque não quer. Então eu não posso fazer nada. É uma pena. Mas o azar é seu. Se fodeu: quem fica sem o livro é você.
Eu escrevo aqui porque preciso tirar de mim. E se você por um acaso (muuuuito remoto) ler e tiver medinho, então você é um bosta, e eu não posso fazer nada. Se você tem medinho de mim, você é um bosta e eu nem te quero mais. Te dar um livro não significa que eu quero casar com você e ter dois filhos e um quintal. Eu nem acredito em casamento, eu tô passando da idade de ter filhos e eu nem sei se quero, e o quintal está longe da minha realidade. Era só um gesto, "lembrei de você, achei que você ia gostar, me importo com você o suficiente pra querer te agradar com algo que eu acho que ia te deixar feliz". Só isso.
Mas eu não posso. E é uma pena. O livro era lindo. Talvez eu compre pra mim.
Eu escrevo aqui porque preciso tirar de mim. E se você por um acaso (muuuuito remoto) ler e tiver medinho, então você é um bosta, e eu não posso fazer nada. Se você tem medinho de mim, você é um bosta e eu nem te quero mais. Te dar um livro não significa que eu quero casar com você e ter dois filhos e um quintal. Eu nem acredito em casamento, eu tô passando da idade de ter filhos e eu nem sei se quero, e o quintal está longe da minha realidade. Era só um gesto, "lembrei de você, achei que você ia gostar, me importo com você o suficiente pra querer te agradar com algo que eu acho que ia te deixar feliz". Só isso.
Mas eu não posso. E é uma pena. O livro era lindo. Talvez eu compre pra mim.
domingo, 3 de julho de 2016
Mister
Mr. Cores. O que eu gostava nele era o jeito que ele me
olhava; o jeito que ele me tratava, que parecia que o mundo podia acabar ali e,
se ele estivesse comigo, ele estaria feliz. Eu gostava também do que ele me
escrevia, na verdade gostava mesmo era do fato de ele escrever pensando em mim.
Mr. TOC. O que eu gostava nele eram os dotes; era das nossas
caras ouvindo música e fazendo caretas para as notas; era nosso gosto para
filmes e nossas conversas eternas sobre eles depois; era o fato de que, quando
ele estava dentro de mim, o mundo podia acabar ali.
MR. Bear. O que eu mais gostava dele era o que ele me
ensinava; era como me idolatrava, mesmo que não dissesse, porque não precisava
dizer; era saber que, se eu quisesse, ele sempre estaria ali.
Mr. Bones. O que eu mais gostava nele era quando eu
conseguia quebrar as defesas e as barreiras todas, e convencê-lo a se convencer
de que me queria; era ver a luta interna dele consigo mesmo, e saber que quem
ganhava era eu.
Sir Stark. O que eu mais gostava nele era o cheiro de
cigarro misturado com perfume e café que ficava na barba dele; eram nossas
conversas cheias de duplo sentido; era o jogo.
Mr. Asshole. O que eu mais gostava nele era a juventude; era
o branco das mãos, dos braços; era o fetiche pelo meu pé; era passar os dedos
pelos cabelos loiros, sabê-los meus pelo menos por aquela vez.
Sir First. O que eu mais gostava nele era ter ganhado a
batalha, e saber que ele era meu; era o perigo, seja nas escadas da vida ou
escondidos pelos motéis, eu que odeio motel; era o carinho verdadeiro; era um jeito que ele descobriu e
que eu gostava, porque ele foi o primeiro.
É, eu já fui muito feliz nessa vida. Já comi muita merda,
também. Mas, caralho, eu já fui muito feliz.
sábado, 2 de julho de 2016
Algumas poucas coisas (que eu quero falar) sobre mim
1. Eu odeio essa modinha de barba. Eu odeio modinhas, em geral. Há um tempo, barba era uma coisa rara. Hoje qualquer mané tem. Odeio a obrigatoriedade de qualquer coisa, até da barba, ou do coque samurai, ou de qualquer merda. Gosto de cara lisinha, de deslizar pele na pele. Gosto da barba crescendo, raspando, quase machucando, daquelas que a gente fica toda vermelha quando beija. Eu fico, sou sensível. Mas a barba que se tem pela moda, essa eu odeio. E eu nunca gostei de barbas gigantes, anyway.
2. Eu abasteço o carro sempre no mesmo posto, em Valinhos, no meio do caminho entre a minha casa, em Campinas, e o meu trampo, em Vinhedo. E eu só coloco gasolina lá. Desde que comprei o carro (que foi na mesma época em que comecei a trabalhar em Vinhedo). Agora eu tô de férias e a gasolina está acabando, então eu vou ter que ir lá só pra fazer isso. Mas eu não ligo, eu tô de férias.
3. Eu falo sozinha comigo o tempo todo quando estou sozinha em casa ou no carro. Não uma conversa, mas frases soltas. Eu penso em muitas coisas e de repente eu solto uma frase pra mim mesma, depois eu dou risada da frase ou de mim.
4. Pelo menos uma vez por semana, eu estouro uma pipoca, coloco manteiga e vou pra debaixo das cobertas ver um filme ou uma série. E não me venham com papinho de saúde. Caguei.
5. Eu paro o carro na garagem do subsolo, que tem um eco sensacional. Daí desço do carro cantando, canto no caminho todo do elevador e entro em casa cantando. A música depende do mood do dia.
6. Eu tenho playlists específicas para pessoas específicas que ocupam a minha cabeça. A minha playlist atual é uma piada. Tem 33 músicas e eu as ouço ininterruptamente no carro. Qualquer um que andar comigo não vai perceber, a não ser que seja o objeto da playlist, o muso inspirador dela, hahahaha. Se ele andar no meu carro um dia, eu vou esconder o pen drive.
7. Eu ouço a maioria dos áudios que envio no WhatsApp pra ver como a minha voz saiu e fico imaginando como as pessoas vão me ouvir (mesmo que seja a minha mãe).
8. Se eu quiser que o meu R saia perfeito, eu preciso pensar. Se não penso, ele sai uma merda, porque eu escrevo rápido como eu penso, muito rápido. E eu odeio o meu R (o minúsculo).
9. Eu não uso o meu sobrenome do meio porque o acho muito comum, pra tristeza da minha mãe. Mas é que eu não gosto das coisas comuns, pelo menos não da maioria. E tem uma atriz pornô nas Filipinas que tem o meu último sobrenome, e eu acho isso engraçadíssimo.
10. Eu penso em você pelo menos metade das horas em que estou acordada. Muito mais do que eu deveria, muito mais do que eu gostaria. Mas eu penso.
2. Eu abasteço o carro sempre no mesmo posto, em Valinhos, no meio do caminho entre a minha casa, em Campinas, e o meu trampo, em Vinhedo. E eu só coloco gasolina lá. Desde que comprei o carro (que foi na mesma época em que comecei a trabalhar em Vinhedo). Agora eu tô de férias e a gasolina está acabando, então eu vou ter que ir lá só pra fazer isso. Mas eu não ligo, eu tô de férias.
3. Eu falo sozinha comigo o tempo todo quando estou sozinha em casa ou no carro. Não uma conversa, mas frases soltas. Eu penso em muitas coisas e de repente eu solto uma frase pra mim mesma, depois eu dou risada da frase ou de mim.
4. Pelo menos uma vez por semana, eu estouro uma pipoca, coloco manteiga e vou pra debaixo das cobertas ver um filme ou uma série. E não me venham com papinho de saúde. Caguei.
5. Eu paro o carro na garagem do subsolo, que tem um eco sensacional. Daí desço do carro cantando, canto no caminho todo do elevador e entro em casa cantando. A música depende do mood do dia.
6. Eu tenho playlists específicas para pessoas específicas que ocupam a minha cabeça. A minha playlist atual é uma piada. Tem 33 músicas e eu as ouço ininterruptamente no carro. Qualquer um que andar comigo não vai perceber, a não ser que seja o objeto da playlist, o muso inspirador dela, hahahaha. Se ele andar no meu carro um dia, eu vou esconder o pen drive.
7. Eu ouço a maioria dos áudios que envio no WhatsApp pra ver como a minha voz saiu e fico imaginando como as pessoas vão me ouvir (mesmo que seja a minha mãe).
8. Se eu quiser que o meu R saia perfeito, eu preciso pensar. Se não penso, ele sai uma merda, porque eu escrevo rápido como eu penso, muito rápido. E eu odeio o meu R (o minúsculo).
9. Eu não uso o meu sobrenome do meio porque o acho muito comum, pra tristeza da minha mãe. Mas é que eu não gosto das coisas comuns, pelo menos não da maioria. E tem uma atriz pornô nas Filipinas que tem o meu último sobrenome, e eu acho isso engraçadíssimo.
10. Eu penso em você pelo menos metade das horas em que estou acordada. Muito mais do que eu deveria, muito mais do que eu gostaria. Mas eu penso.
You've got such a pretty smile, it's a shame the things you hide behind it, let it go, give it up for a while.
https://www.youtube.com/watch?v=T4aEFkRIZ-c
Escrever um texto sem escrever. Esperar sem esperar. Ser normal uma vez na vida. Mas é que normal é tão chato. Mas, pera, esse monte de sentimentalismo, essa carga emocional enorme também não é legal. Posso só escutar a música sem pensar que é um sinal pra mim? Posso ser um ser humano normal e fazer coisas normais quando como eu vivia sem me preocupar com nada? Posso conversar de verdade, tirar fotos de verdade, ver TV de verdade? Será que eu consigo ficar um dia inteiro sem falar sozinha, sem fazer caras no espelho, sem rir de mim mesma, sem me preocupar com o que você vai achar, sem fazer planos mirabolantes, sem esperar demais das pessoas? Posso só tomar cerveja com os meus amigos e esquecer por umas horas de toda essa loucura que eu mesma crio e que depois não dá em nada? Porque eu crio todas as loucurinhas, depois nem eu mesma aguento e tenho raiva, e eu quero quebrar esse ciclo e ser uma pessoa normal. Eu quero ouvir de verdade o que as pessoas falam, sem ficar procurando mil e um significados ocultos nas palavras delas. Eu quero parar de compartimentalizar o meu cérebro e quero fazer uma coisa de cada vez, pensar uma coisa de cada vez, sem mil pensamentos de pano de fundo. Eu quero me lembrar do que realmente importa, e não de detalhes sem significado. Mas daí as pessoas dizem que gostam de mim do jeito que eu sou, assim doida. Mas que pessoas, cara pálida? É legal achar a maluca legal, mas viver a vida da maluca ninguém quer. Ninguém sabe o que a maluca pensa quando ela se deita pra dormir, ninguém sabe a preocupação quando ela encontra uma mina maluca de verdade e fica se comparando, "será que eu sou assim louca, será que as pessoas me veem desse jeito?, eu não quero que as pessoas me vejam assim, eu queria ser mais normal, não tão normal, mas um pouco mais normal, porque ser assim desse jeito está acabando comigo". Porque ouvir a mesma música quatro vezes seguida deve ser um sinal de loucura. Porque revisitar detalhes insignificantes mil vezes na minha cabeça pra revesti-los de significado deve ser um sinal de loucura. Porque me importar com o que você pensa de mim, sem nem saber quem você é, ah, isso deve ser um sinal de loucura. Porque pensar tanto assim e querer tanto assim, com essa força, deve ser um puta sinal de uma puta loucura. Eu penso muito, eu faço pouco, eu enlouqueço sozinha e depois eu visto a cara de normalzinha e então ninguém sabe. Eu quero muito, e eu nem sei por quê. Eu me olho no espelho e me acho horrorosa, mas eu boto a banca de linda e vou tocando. Ser uma pessoa normal, porque senão o mundo vai se assustar. Você, que parece tão normal, só que não. Só que eu não sei. Eu não sei de nada, mas ninguém mais lê essa bosta, mesmo, então que se foda. Tô cansada, tô cansando, e eu não sei pra onde ir depois disso. Olha aí o sentimentalismo de merda de novo. Que se foda. Que se foda. Que se foda.
Escrever um texto sem escrever. Esperar sem esperar. Ser normal uma vez na vida. Mas é que normal é tão chato. Mas, pera, esse monte de sentimentalismo, essa carga emocional enorme também não é legal. Posso só escutar a música sem pensar que é um sinal pra mim? Posso ser um ser humano normal e fazer coisas normais quando como eu vivia sem me preocupar com nada? Posso conversar de verdade, tirar fotos de verdade, ver TV de verdade? Será que eu consigo ficar um dia inteiro sem falar sozinha, sem fazer caras no espelho, sem rir de mim mesma, sem me preocupar com o que você vai achar, sem fazer planos mirabolantes, sem esperar demais das pessoas? Posso só tomar cerveja com os meus amigos e esquecer por umas horas de toda essa loucura que eu mesma crio e que depois não dá em nada? Porque eu crio todas as loucurinhas, depois nem eu mesma aguento e tenho raiva, e eu quero quebrar esse ciclo e ser uma pessoa normal. Eu quero ouvir de verdade o que as pessoas falam, sem ficar procurando mil e um significados ocultos nas palavras delas. Eu quero parar de compartimentalizar o meu cérebro e quero fazer uma coisa de cada vez, pensar uma coisa de cada vez, sem mil pensamentos de pano de fundo. Eu quero me lembrar do que realmente importa, e não de detalhes sem significado. Mas daí as pessoas dizem que gostam de mim do jeito que eu sou, assim doida. Mas que pessoas, cara pálida? É legal achar a maluca legal, mas viver a vida da maluca ninguém quer. Ninguém sabe o que a maluca pensa quando ela se deita pra dormir, ninguém sabe a preocupação quando ela encontra uma mina maluca de verdade e fica se comparando, "será que eu sou assim louca, será que as pessoas me veem desse jeito?, eu não quero que as pessoas me vejam assim, eu queria ser mais normal, não tão normal, mas um pouco mais normal, porque ser assim desse jeito está acabando comigo". Porque ouvir a mesma música quatro vezes seguida deve ser um sinal de loucura. Porque revisitar detalhes insignificantes mil vezes na minha cabeça pra revesti-los de significado deve ser um sinal de loucura. Porque me importar com o que você pensa de mim, sem nem saber quem você é, ah, isso deve ser um sinal de loucura. Porque pensar tanto assim e querer tanto assim, com essa força, deve ser um puta sinal de uma puta loucura. Eu penso muito, eu faço pouco, eu enlouqueço sozinha e depois eu visto a cara de normalzinha e então ninguém sabe. Eu quero muito, e eu nem sei por quê. Eu me olho no espelho e me acho horrorosa, mas eu boto a banca de linda e vou tocando. Ser uma pessoa normal, porque senão o mundo vai se assustar. Você, que parece tão normal, só que não. Só que eu não sei. Eu não sei de nada, mas ninguém mais lê essa bosta, mesmo, então que se foda. Tô cansada, tô cansando, e eu não sei pra onde ir depois disso. Olha aí o sentimentalismo de merda de novo. Que se foda. Que se foda. Que se foda.
Assinar:
Postagens (Atom)