sábado, 11 de abril de 2009

Rosa (e paciência de Jó)

Eu tava nessa onda do post aí de baixo. Nada acontece, que merda, que merda. E eu sabia direitinho em que área da minha vida eu queria novidades, mudança. Mas acabou acontecendo em uma área que eu já achava que estava resolvida, bem: a profissional.

Caiu no meu colo, diretamente do céu, uma oportunidade incrível. Eu tava aqui dormindo, como todas as tardes, e um cara de uma agência de publicidade me ligou oferecendo um trampo de revisão. Fui lá ver. Um lugar super bacana, com pessoas legais, um trabalho que eu amo fazer, um mundo novo no qual eu sempre quis entrar. Pensei: por que não? Tô dormindo de tarde, mesmo... Só pedi uma tarde livre pra poder fazer as coisas da escola, porque o trabalho de professor, ao contrário do que muita gente pensa, não é só dar aula, não. Tem um calhamaço de coisas pra corrigir, de aula pra preparar, enfim. Ele topou. E a proposta foi bem interessante...

Tô lá, quatro tardes por semana. De manhã, dou minhas aulas, que eu amo. De tarde, sento a bunda na cadeira e reviso, pesquiso, aprendo, mudo e melhoro textos. A combinação perfeita. Porque o dia inteiro num escritório eu acho que não aguento, e o dia todo dando aulas também seria punk. Assim eu junto tudo o que gosto de fazer e sei fazer, aprendo mais ainda e não canso nem de um nem de outro. Just perfect.

Daí, no sábado passado, fui dançar. Sandália de Prata + Fred Jorge. Até 6 da manhã. Mesmo. Dancei every single song, do começo até o fim. Saí leve, feliz. Vim pra casa de alma lavada, contente com as novidades nessa área na qual que eu não esperava mudanças. Sol raiando, passarinhos cantando, música alta no carro e eu feliz, vento no rosto. Cheguei em casa quase 6 e meia da manhã. E na minha garagem, no chão, junto ao portão, me esperava um botão de rosa.

Um lindo botão de rosa cor-de-rosa. Desses de floricultura, sem espinhos, com o cabinho cortado. Era linda e estava com aquelas gotículas de água ainda. Eu não sei como essa rosa foi cair justamente ali, aos meus pés. Fiquei imaginando mil situações para explicar a presença daquela rosa ali. Mas o que importa realmente é que ela estava ali. Decidi parar de questionar as bênçãos e simplesmente agradecer. Obrigada, meu anjo da guarda. Obrigada, Minha Mãe. Aquele botão de rosa olhou dentro de mim e disse "Paciência.". Disse "Calma". Disse que eu era linda, e disse outras coisas que eu não posso contar, porque foram só pra mim.



Ontem, quase uma semana depois, eu tive uma provação do caralho. Nada de racional, nem dá pra explicar. Coisas que acontecem e mexem dentro da gente, não pelo que aconteceu em si, mas pelo que representa pra gente. Um acontecimento bobo, por exemplo, que mexe lá dentro com outras coisas muito mais significativas. Dirigi das 6 às 7 da manhã pelas ruas, fumando um cigarro atrás do outro. Tentando entender o porquê das coisas serem como são comigo. Tentando entender o que eu preciso fazer, o que eu preciso mudar, será que não existe justiça nesse mundo, será que esqueceram que eu existo, será que minha missão é ficar mesmo sozinha nessa vida, será que eu tenho tanto carma pra pagar assim, será que será que será.

Em casa, minha rosa me esperava, murchando sobre a escrivaninha. Ficando amarelada. Como eu. Ficando velha, como eu. Ainda esperando. Como eu.

3 comentários:

Carô disse...

Jujupa, que delícia de novidade!!! E tô com saudades, quando você vem visitar a gente no novo canto?
Beijos

Gi disse...

..."The stones from my ennemies
These wounds will mend
But I cannot survive
The roses from my friends"...
ben harper

Maíra Colombrini disse...

Eu acho que vc deveria vir "espraiecer" por aqui... e me mandar um e-mail explicando o porquê da tanta amarelidão em sua vida.
Mas eu fiquei MUITO feliz de saber que agora dividimos mais uma coisa: a paixão pela PP. Qual agência é? Conte tudo que quero saber.

Super beijo e muita saudade.

PS - como ficou o resultado da cirurgia????