terça-feira, 18 de novembro de 2008

Acorda, Alice!

Vira e mexe, tá nos meus sonhos. Nos pesadelos, mas nos sonhos em geral. Às vezes nos sonhos bobos, daqueles que precisaria de um psicanalista fudido pra achar algo significativo. Tem uns que até eu entendo o que significa (e me dá um pouco de medo, mas eu sei que é tudo coisa da minha cabeça - ah, vá!). Mas o pior é quando aparece em sonhos bestas. De alguma forma, ele está lá. E eu fico puta quando acordo, caralho, que merda, por quê? Pra quê?

Eu sei que tudo isso vem da minha cabeça. Que no fundo, no fundo, as coisas todas vêm da minha cabeça e não do meu coração. E isso é que mata. Como é que pode uma pessoa ser tão burra? Depois de anos, de tanto tempo. Acorda, Alice. Acorda mesmo.

Me incomoda. Incomoda o fato de eu sonhar com ele, de ele aparecer sem ser chamado, e eu não entendo o que isso significa. Teimosia do caralho. Se não gosta mais do cara, se não quer ver nem pintado de ouro, se sabe tudo de ruim e de desgraça que isso traz, se não dividiria sua vida novamente com uma pessoa assim, por que é que a jogadora de merda insiste em lembrar da mãozinha que perdeu? Da rodada que não rolou? A filhadaputa da criança teimosa e mimada no meu inconsciente me prega peças de noite, e a mulher que tenta encontrar a luz de dia fica puta, porque sabe que tudo isso é uma grande bobagem.

Pelo menos isso. Pelo menos de manhã eu raciocino. Eu sei. E escrevo pra tirar de dentro, pra essa menina idiota que mora em mim de madrugada se tocar de que eu não tenho medo disso, que eu posso falar sobre isso, que eu não tenho medo de nada, que eu encaro tudo isso de frente e que não adianta ela ficar querendo me lembrar disso tudo. Já foi, sua besta. Eu perdi mesmo. Tinha cartas péssimas, uma estratégia péssima, jogava mal, não estava inspirada, fui ruim mesmo. E daí? Ganhei tantas outras partidas, antes e depois disso. E foda-se. Todo mundo perde. Eu também. Não me importam os motivos. Já foi. Já era. Se toca. E me deixa em paz, pôrra.

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