domingo, 23 de novembro de 2008

Noites assim.

Tem dias que eu fico no bar e me sinto daquele jeito olhando por detrás de uma vidraça... como se eu não estivesse lá, e estivesse assistindo às pessoas. É, é exatamente isso. É como se eu não estivesse lá, e, porque eu não estou lá, as pessoas agem naturalmente, como se eu não estivesse. Não, não agem naturalmente. Mas agem sem saber que estão sendo observadas por uma pessoa de fora. Eu gosto dessa sensação, mas confesso que às vezes me incomoda um pouco. Incomoda essa chavinha que de repente desliga e me passa pro lado de fora. E daí é difícil voltar. Geralmente acabo a noite do lado de fora, mesmo.

Fico pensando em relacionamentos, em ser sozinho, em ser parte de um todo, em ser parte de uma dupla, em querer ser parte de uma dupla, em querer ser sozinho, em querer fazer parte de um relacionamento sem saber exatamente o porquê. Fico olhando o que as pessoas falam, fico ouvindo as conversas, fico olhando seus tiques, fico olhando para a porta.

Eu odeio ficar olhando para a porta. E eu sei que eu odeio. Mas eu olho.

Vai ver que é porque eu estou do lado de fora.

Mas entrar ou não não é uma escolha só minha. Eu tento participar das conversas, mas em noites assim, não adianta. Vira e mexe olho pra porta de novo e vôo longe dali. Esquece. Nessas noites, o melhor é ir pra casa dormir.

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