segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Carpe Diem

Taí. Os árcades dão no saco às vezes, mas hoje o Tomás Antônio Gonzaga gritou aqui no meu ouvido... Taí um cara que sabia passar uma boa lábia na mulher que embaçava... Tá, uma visão mega simplista do Arcadismo, mas no fundo, ah, no fundo é isso aí.

Cada um tem a Marília que merece, Dirceu...



Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
gozemos do prazer de sãos Amores.
Sobre as nossas cabeças,
sem que o possam deter, o tempo corre;
e para nós o tempo, que se passa,
também, Marília, morre.

Com os anos, Marília, o gosto falta,
e se entorpece o corpo já cansado;
triste o velho cordeiro está deitado,
e o leve filho, sempre alegre, salta.
A mesma formosura
é dote, que só goza a mocidade:
rugam-se as faces, o cabelo alveja,
mal chega a longa idade.

Que havemos de esperar, Marília bela?
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vêm frias;
e pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
aproveite-se o tempo, antes que faça
o estrago de roubar ao corpo as forças
e ao semblante a graça.

Ai, ai... Que havemos de esperar? Que vão passando os florescentes dias?

Como eu disse, acho que pela primeira vez entendi esses caras.

Um comentário:

Dan Torres disse...

Será uma evolução? Será que as coisas pequenas estão perdendo do semblante a graça?