quinta-feira, 14 de maio de 2009

84 Charing Cross Road

Toscamente conhecido como "Nunca te vi, sempre te amei".
Na minha estante há meses, copiado da locadora.
Pensei em ver várias vezes e nunca via.

Ontem eu vi.

Por que é que eu não vi antes?? Tão bonito, tão simples e tão genial...

Eu sabia somente que se tratava da história de uma mulher dos Estados Unidos que se correspondia com um cara da Inglaterra, e que o cara era o Anthony Hopkins (razão suficiente pra querer ver o filme).

O que eu não sabia era que a mulher era uma escritora louquíssima da Nova York dos anos 50 (Anne Bancroft), e que o cara era o gerente de uma livraria especializada em livros antigos. Não sabia também que eu ia me identificar tanto com a maluquice da protagonista (a ponto de chorar de preocupação quando a vi velha, de medo do meu futuro). Por que é que nós, mulheres malucas, gostamos tanto de caras tão sérios? Quer um cara mais sério do que o Anthony Hopkins? Em Londres?? E por que é que esses caras sérios se interessam pelas mulheres malucas? Não pode dar certo, gente! Claro está. Malucos com malucos, normais com normais. Que no fundo eu quero mesmo é um malucão pra mim (maluquinho, vai).

Pensa num filme epistolar... pois é. Com pouquíssimos diálogos, o filme é construído sobre as cartas dos dois. Com meia hora de filme eu pensei "Ih, daqui a pouco eles vão ter que mudar a forma, vai cansar esse lance de ficar lendo as cartas". Não cansa. Fica delicioso, fica lindo, fica emocionante. O filme traz a história de 40 anos passando diante dos nossos olhos, traz referências literárias lindíssimas, traz a delícia da verdadeira amizade, traz a também delícia da verdadeira atração, atração de almas. Independente de morarem em cidades diferentes. Independente de terem estilos de vida diferentes. Independente de serem tão diferentes. São almas gêmeas (ou, pelo menos, primas) que partilham de alguns gostos em comum, outros nem tanto, mas o que os une é mais forte do que aquilo que os diferencia.

Depois de tomar umas e outras, fumar uns vários cigarrinhos e se emocionar com uma passagem de um livro, Helene escreve mais uma carta para Frank; com os olhos cheios de lágrimas, olha para a câmera e diz algo do tipo "Você sabe, Frank, você é a única alma que me entende...". E sorri por trás do choro.

Puta que o pariu, por que é que eu vejo essas coisas??

Vejam! Vejam hoje!

Um comentário:

Ju Hilal disse...

Vou ver, me empresta?