quarta-feira, 26 de abril de 2017

Pesadelo da tarde.

São 17h46, e eu acabei de acordar, porque sonhei um sonho horrível e angustiante com você. Eu acordei e olhei pro tempo de chuva que está e me senti tão triste, mas eu sei que não tem nada a ver com o tempo, que eu poderia estar olhando pra esse mesmo céu com alegria e empolgação. Mas não estou. Eu sonhei que era meu aniversário, acho que era meu aniversário, e tinha uma comemoração em um bar que era do lado de outro; um tinha música ao vivo mais animada, o outro tinha uns churrascos, uma coisa estranha. E tinha também 2 tipos de público, um povo mais velho e um povo mais novo, e o povo mais novo trocava bilhetinhos sem parar, e eu achava que era de mim mas não tinha certeza, e você vinha pra um dos bares, eu não tenho certeza se vinha por causa do meu aniversário. Mas quando você chegou você estava no outro bar, e eu fingindo que não me importava, mas louca pra ir lá te ver, mas esperando, porque em algum momento você viria e eu ia fingir que era natural, mas tudo o que eu queria era ir lá logo pra te ver. Daí uma mulher, que era minha amiga mas eu não sei quem era me levava até o bar em que você estava (que agora era uma padaria) pra me mostrar como a Marginal Tietê era perto de onde eu estava no domingo, como eu tinha acertado o caminho e como era fácil, e ela me mostrava num mapa que ficava na padaria em que você estava, e eu fui pra lá com ela fingindo não ter visto que você estava lá, sentado numa mesa sozinho, com cara de paz, essa que você tem, e eu entrava e passava na sua frente e ia ver o mapa com ela. Eu não lembro de muita coisa, lembro que depois era noite na Unicamp, mas não era a Unicamp que eu conheço, e que eu dirigia muito rápido, com muita pressa de chegar, eu tinha saído da tal festa por alguma razão, e voltava com outra roupa, mas eu só queria te ver logo, então eu estacionava num lugar qualquer e queria sair correndo, mas estava chovendo e eu ia me molhar, então minha mãe chegava e queria falar comigo, e eu só queria sair correndo pra ir logo pro lugar onde você estava, e eu saí correndo na chuva mas esqueci de colocar sapatos, daí voltei pro carro e coloquei. Quando eu voltei pra festa, você estava no bar certo, numa mesa com o tal público jovem, onde deveríamos estar, você e eu. Tinha uma luz esverdeada e a gente se cumprimentou e eu mega fingi ser natural, mas meu coração batucava, e eu queria que você se sentasse logo do meu lado, eu queria que todo mundo fosse embora, eu queria te levar pra rua e grudar no seu pescoço, mas você tava todo blasé e eu também fingia ser natural. Então alguém do público jovem (que eu tenho certeza de que era uma amiga da minha irmã que eu odeio) me passava os bilhetinhos que eles estavam trocando antes, pra eu ler, meio escondido, e era sobre você, sobre a gente, todo mundo sabia que eu estava te esperando com muita ansiedade. E ficava uma dança das cadeiras, às vezes você ia pro outro bar porque sua mãe estava lá, e eu tinha que entender, você não estava lá só por causa do meu aniversário, mas eu não me importava, desde que eu pudesse ter o meu momento com você. Mas você não vinha nunca, e eu me angustiava. Depois mudou pra uma sala daquelas antigas, bem aconchegantes, e eu chegava e estava todo mundo participando de uma brincadeira, e eu me sentava no sofá e de repente você vinha, parecia que estava brincando com meu sobrinho. Não lembro se você sentava do meu lado, mas eu sentia uma dor insuportável, eu pensava que não ia mais aguentar essa situação, era uma agonia, uma dor quase física, ter você ali e não poder fazer nada, ficar esperando você vir me procurar, puxar papo, e não ir até você, era uma angústia imensurável, e então eu acordei. Acordei. Sentindo a mesma angústia. E então a angústia não passou, a tristeza não passou, o sonho acabou, mas o sentimento permaneceu. Eu não sei o que está acontecendo, eu não entendo nada, e então eu vim escrever para não enlouquecer de vez. Porque hoje o tempo está assim, chuvoso, e eu adoro, mas está tão mais difícil ficar cool. Como no meu sonho.

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