segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Keep walking...
É um medo horroroso de ter feito as escolhas erradas, de estar aqui parada no mesmo lugar pra sempre e pra sempre e amém. Uma indecisão que não é minha, uma dificuldade de viver, de seguir, de ir, mas eu vivo, eu sigo, eu vou. É uma escada rolante que não chega a lugar nenhum, uma esteira na qual eu corro, corro e não saio do lugar, é a sensação de andar em círculos num parque sem chegar a lugar nenhum, e já tendo decorado a paisagem. Não dá vontade de nada, a não ser me esconder, num mundo à parte, ocupar a cabeça e tentar não pensar. Eu não sei sair sozinha dessa esteira, dessa escada, desse parque. Eu achei que podia ficar aqui andando pra sempre, mas era mentira, eu não posso, não. E eu achava também que poderia ser feliz assim, mas também era mentira, eu não posso, não. E achei também que não precisava de ninguém pra sair dessa, mas é mentira. Eu preciso, sim.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Pra ninguém.
Eu tenho vontade de escrever um monte de coisas das quais tenho vontade, mas o problema é que sempre quem lê associa a uma pessoa. E eu juro, isso não é associado a nenhuma pessoa, pelo menos a nenhuma que eu conheça. Eu queria que um monte de coisas acontecessem comigo, mas ainda não conheci a pessoa com quem eu queria que todas essas coisas acontecessem. E são coisas tão simples. Juro. Nada de casamento, nada de filhos. Só um pouco de risadas, de caminhadas pela praia de noite, de filmes assistidos debaixo de edredons, um pouco de música e conversa jogada fora numa tarde de domingo lagarteando, queria ensinar umas coisas que eu sei, queria aprender umas coisas que preciso, queria dividir várias cervejas e alguns segredos, alguns, porque eu já aprendi que tem coisas que eu não posso contar pra ninguém. Queria um pouco de verde, um pouco de branco, um pouco de janela grande com vidro e um pouco de vento. Queria a desobrigação de telefonemas e torpedos e satisfações, e também queria a surpresa de tudo isso quando vem sem ser obrigação. Queria paz, leveza. Só. Acho que só.
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