quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Companhia

Ele é um anjo. Bendita hora em que fomos apresentados, há tantos anos, já. Claro que o papel que ele tem na minha vida hoje é muito maior e mais importante do que há anos atrás.

Ele me conta lindas histórias, que me emocionam, me fazem rir, me fazem pensar, já me fizeram chorar algumas vezes. No fim, suas histórias sempre me fazem refletir muito. Tanto que, às vezes, peço pra ele repetir uma frase ou outra, porque são pérolas de uma mente abençoada. Ele repete, calmo, e eu fico pensando, com o olhar parado. Depois respondo “Pode crer...”. Ele é muito foda.

Ele tá sempre do meu lado, me fazendo companhia. Viaja comigo. No fim do dia, depois da festa, me acalma, como sempre contando suas histórias. Ele me acompanha quando vou fumar, mesmo não fumando. Fica ali, comigo, dizendo coisas tão bonitas.

Ele tem um blog, também. Mas confesso que não leio muito as coisas que ele escreve lá. Prefiro o contato pessoal, dos meus dedos deslizando. Ele me leva pra cama todos os dias, todas as noites, às vezes (raras, é verdade) de tarde. Há dias em que ele me anima, perco o sono. Outras vezes, ele me acalma, me embala, diz coisas lindas e faz com que eu esqueça onde estou.

Sou diferente depois que o conheci. E sou dele até morrer.

O nome dele é José Saramago.

3 comentários:

Dulce Braga disse...

JuPa
Ele tinha que saber disso!:))

Luli disse...

Jupa, que lindo. Você deveria postar isso no blog dele, um testemunho, sei lá. Ai, pena que eu comecei por Intermitências da morte... mas quero dar outra chance. O que tu me indicas???

Menininha bossa-nova disse...

Lu, indico O Homem Duplicado, certamente... Tenho, se vc quiser.