Eu podia ter ficado em casa e deixado a locadora pra outro dia. Mas eu fui. Eu podia mesmo ter ficado em casa, porque esqueci meu mp3 em casa, e não sei dirigir sem som; voltei pra casa pra pegar, e podia ter ficado em casa, mas não: eu fui. Barão Geraldo, locadora. Sim, porque lá tem a melhor locadora do mundo, eu vou de vez em quando e pego um monte de uma vez. Eu podia ter voltado pra casa bem quietinha, mas não: eu liguei pro Lucas. E ele me disse que tava com uns amigos no Coxinha. Eu podia ter ido pra casa, mesmo assim, mas eu não fui: fui pro bar. Eu podia ter tomado um copinho de cerveja só e ido pra casa, mas não, eu fiquei lá e bati o maior papo com os amigos estrangeiros do Lucas. Eles me chamaram pra uma festa. E eu podia ter dito não. Eu disse4, na verdade. Mas eu mudei de idéia. Eu podia não ter mudado de idéia, mas eu mudei. E resolvi ir. A gente chegou na porta da festa, e eu podia ter entrado, mas não entrei. Achei muita molecada, pagode tocando, Deus me livre, muita gente junta, os gringos também não queriam entrar. Eu podia ter ficado lá na festa mesmo, mas não fiquei. Fomos procurar outro bar. E eu podia ter ficado nesse bar, mas também tava lotado, e fomos pra Casa São Jorge. Então podíamos ter entrado na Casa São Jorge, mas não estramos, porque estava fechando. A qualquer momento eu podia ter decidido voltar pra casa, já era uma da manhã e eu ali de rasteirinha, olheiras enormes por causa do show de ontem, cabelo de lavadeira e cara de morta. E eu podia ter voltado pra casa. Podia. Talvez eu devesse ter voltado. Mas eu fui pro Bar do Zé.
Ah, eu fui pro Bar do Zé.
Tantas coisinhas tão pequenas, tantos instantes tão minúsculos e mágicos em que uma simples decisão podia mudar tudo. E nada. Lá tô eu no Bar do Zé. Pra quê? Me digam, pra quê?
...
Pra conhecer pessoas interessantes, pra treinar meu inglês (e ouvir do Adam que meu inglês é bom, hahahaha), pra morrer de rir com o Chan, pra ouvir da Nina que a vida de solteira é "mais simples", pra ganhar colo do Lucas (sempre Lucas), pra conversar, rir, tomar cerveja. Pra aprender que nesse mundo nada acontece por acaso. E, principalmente, pra ouvir uma voz que vem lá de dentro de mim, bem de dentro mesmo, gritando:
ACORDA, ALICE!!!!!!!!!!!!
Um comentário:
Claro que estou curiosíssima sobre o país das maravilhas... Quero saber tudim!!!
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