quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Dindi

Quarta-feira de noite. De madrugada, pra dizer a verdade. Chuvinha da boa aqui fora. Cadeira de praia, com o note no colo, ouvindo a chuva bater no zinco da garagem, então a chuva fica ainda mais gostosa. A Rosa Passos canta Dindi, numa versão delícia. Abri uma Festa de Prata que veio na minha caixa de natal. Hahahaha. Ah, fazer o quê? Deu vontade. Até que não é tão ruim, depois de meia garrafa. Cigarrinho. Lá dentro, na TV, passa The Constant, o melhor episódio da quarta temporada de Lost. O melhor. Então tá. Camisola, Dindi, chuva, bebidinha e cigarro. Podia estar melhor?

É claro que podia. A merda é que podia. Sempre pode.

Canta, Rosa.

E o vento que fala das folhas contando as histórias que são de ninguém, mas que são minhas e de você também... Ah, Dindi... se soubesses o bem que eu te quero, o mundo seria, Dindi... tudo, Dindi, lindo, Dindi... Ah, Dindi... se um dia você for embora, me leva contigo, Dindi... fica, Dindi... olha, Dindi...

E as águas desse rio onde vão eu não sei... a minha vida inteira esperei, esperei, esperei por você, Dindi, que é a coisa mais linda que existe, ah, você não existe, Dindi... fica, Dindi, que eu te adoro, Dindi...

Ah, que merda. O ser humano é mesmo um bichinho bizarro. Bichinho filha-da-puta. Eu tô acompanhando Maysa na TV. Não gosto da atriz, ela dublando é muito ruim, mas muito mesmo. Mas tô gostando de ver a história. Apesar de ser romanceada, porque foi o filho dela que fez e talz. Mas hoje ela falou uma verdade. Que os homens são todos uns frouxos... que quando uma mulher vira na cara e fala que quer, o cara brocha. E é ou não é verdade? É. Se você foge, faz joguinho, finge que não, o cara fica um idiota. Mas basta falar VEM, e ele não vem. Não vai. Ok, isso não tem nada a ver com nada, me diz por que é que eu estou escrevendo isso... Deve ser a Festa de Prata, hahahaha... Só eu.

A Rosa agora canta Insensatez. Tom Jobim é um salafrário, como diria um amigo.

Vai, meu coração, ouve a razão, usa só sinceridade...

Pra quê???? Pra nada.

Tá muito engraçadinho eu aqui. A chuva já parou, agora ficaram só as gotas grossas escorrendo na calha. As gotas gordas.

Oh, insensato coração, por que me fizeste sofrer? Porque de amor, para entender, é preciso amar... Só louco quis o bem que eu quis.

A música já mudou, deu pra ver.

Mas não tem nada, não. Ninguém foge do seu destino. Se é pra ser, vai ser. Se não é, não vai. E pronto. E ponto. E assim é. Ou assim não é. Que a gente só vai saber quando for, ou quando não for. Quer dizer, quando for, porque enquanto não for, a gente vai esperar que ainda seja.

Entendeu? Eu entendi.

Pensei nele hoje no ensaio. Do nada. Tava lá, cantando de boa, as músicas da banda, e de repente TCHA-NAN!! Lembrei. Sorrisinho no canto da boca, calorzinho gostoso no peito, cara de boba, viagem. Cadê eu? Tô longe, com você.

Vou acabar essa joça de bebidinha e entrar. Ou melhor, vou acabar lá dentro. E agradecer as coisas boas e ver alguma coisa boa na TV. Ontem descobri que tem uma caralhada de DVDs que eu gravei e ainda não vi. Eu vou ver sozinha. Antes só do que mal acompanhada, isso é fato. Mas se eu pudesse escolher a companhia, ah... ah, Dindi...

A Rosa voltou com Dindi na minha lista. Eu já entendi. E você, entendeu?

Se soubesses o bem que eu te quero... o mundo seria, Dindi, tudo, Dindi, lindo, Dindi...

A minha vida inteira esperei, esperei, esperei por você, Dindi, que é a coisa mais linda que existe... VOCÊ NÃO EXISTE, DINDI...

Um comentário:

Srta.T disse...

Ah, eu ainda acho a versão do Sinatra imbatível.

(caí aqui justamente buscando por essa versão da música!)