Não é o amor que me move. Não é a vontade de ver o outro feliz. Não é um sentimento nobre, de entrega, de carinho, de não esperar nada em troca. Não é ver o brilho no olhar, a calma, a afeição.
O que me move é o desejo. Eu confesso, porque agora eu entendo.
Quando eu fico louca, perdida, desesperada, é de desejo. Eu preciso ter, eu preciso segurar nas mãos, eu preciso sentir toda a força dentro de mim. É uma coisa de posse, de pele, de vontade, de orgulho, de luxúria, de vaidade, socorro, como eu sou pecadora. Eu quero ver o brilho no olho, mas é o brilho do desejo. Eu quero ver o sorriso no rosto, mas é o sorriso da vontade. Eu perco o sono e a fome, mas não é pra passear no shopping de mão dada. É pra me perder nos dedos, na pele, na nuca.
Todas as vezes que eu achei que amei desesperadamente e descontroladamente, não era amor. Era desejo. Era vontade de ter. E agora, olhando pra trás e pra frente, fica muito mais fácil caminhar. Porque agora eu sei pra onde ir.
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