Minha mãe:
Livra-me da mediocridade e da pequenez das mulheres casadas que só sabem falar do marido, dos filhos, das receitas e da novela.
Livra-me da futilidade daquelas que só sabem falar de bolsas, sapatos, botas, maquiagem, roupas e tintura de cabelo.
Livra-me do desespero das solteiras à procura do homem bonito e rico.
Livra-me do ridículo de se ter 40 anos e vestir-se como uma menina de 20.
Livra-me do vexame, da bebedeira, do vômito, da degradação.
Livra-me da falta de senso, da falta de bom gosto, da falta de recheio.
Livra-me do mesmo, do amanhã igual ao ontem, do ano que vem igual ao ano passado.
Livra-me da falta de criatividade, da falta de esperança, da falta de fé no que realmente importa.
Livra-me das conversas vazias, dos filmes vazios, das músicas vazias, das pessoas vazias; livra-me do vazio.
Se bem que, sendo tua filha, não devo correr muito esses riscos... Mesmo assim, não custa pedir.
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