sábado, 4 de junho de 2011

Dezessete, trinta, cinquenta e sete

Porque tudo bem a gente ter 17 anos de vez em quando. Todo mundo tem dessas. Quem não tem é chato. Adulto chato. Adulto é chato, fato. Criança é chato, também. Adolescente é cool. E ser adolescente é legal demais. Eu tenho 30 anos, mas sou uma adolescente de 17 tantas vezes.


Porque tudo bem a gente ter 57 anos. Nem todo mundo tem dessas. Eu tenho 30 anos, mas sou uma mulher de 57 tantas vezes. E daquelas ranzinas, chatas.


Porque ter uma idade mental ou um comportamento de 13 anos a menos ou 27 a mais é normal. No meu caso, é super normal. Tem dias em que acordo com 9 anos, e mesmo trabalhando, dirigindo, pagando contas, eu tenho 9 anos. Tem dias em que acordo com 68 anos, e mesmo escrevendo no Facebook, fazendo flamenco ou contando casos amorosos pros amigos, eu tenho 68 anos.


Eu só queria ser de verdade uma mulher de 30, mas tá muito difícil. Tá difícil porque eu não sei se sei ser uma mulher de 30 anos. Porque pra mim é muito fácil ter 7, 12, 17, 24 anos. Também é fichinha ter 42, 47, 57, 68 anos. Mas ser uma mulher de 30 anos, agir como uma trintona, ou trintinha, isso é foda pra caralho. E sabe por quê? Porque a mulher de 30 pode fazer coisas que as de 17 ainda não podem, e coisas que as de 57 não podem mais.


Mas eu não faço. Eu fico entre a adolescência e a chatice da chegada da terceira idade. Mas a idade adulta, essa não veio, essa eu perdi.

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