Dizem que o que é nosso tá guardado. Eu fico me perguntando: onde? Quem foi que guardou? Quando é que eu vou achar? É uma espécie de caça ao tesouro? Devo estar indo muito mal... Claro que essa coisa de acreditar que o nosso destino está traçado pode ser uma grande balela, mas é que conforta tanto acreditar que pode ser verdade. Que, independente das nossas escolhas, o rumo está tomado. E que a gente vai justamente tomar determinadas decisões pra seguir os caminhos que já estão traçados. Essa imutabilidade conforta.
Fico imaginando os deuses se divertindo. “Vem ver, vem ver a Juliana se foder de novo. Vem ver ela tomar mais uma da vida. Vamos ver como ela aguenta dessa vez. Vamos ver a cara que ela faz.” Deve ser divertido rir às minhas custas, assistir meu esforço pra parecer que tudo está normal, e ainda sorrir. “Vem ver, agora ela vai cair do cavalo. Tá pensando o quê, menina? Que vai ser feliz? Não assim tão fácil. Toma essa!”
E a gente vai levando. De novo. Até quando?
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Meus alunos e minha autoestima
Com os meus alunos, não tem tempo ruim. Tem dias em que você está se sentindo o cocô do cavalo do bandido, gorda, horrorosa, com olheiras. Sempre tem alguém que vem dizer que você está linda. Nos dias em que você de fato se sente linda, porque tem dias em que a gente acorda e sabe que está o máximo, também sempre vem um pra elogiar, pra corroborar sua opinião. Com eles, a gente sempre se sente bem. Com eles e com elas, porque tem umas fofas também.
Umas semanas atrás, aconteceu uma coisa ótima. Era uma sexta-feira e eu tinha tomado umas e outras na quinta. Tava chegando na escola morrendo de sono, com olheiras (e uns óculos escuros imensos), 7 horas da manhã, pra quem tinha ido dormir tarde pra burro. Tava com a primeira roupa que eu achei de manhã, um vestido com bota. Tava com o cabelo do jeito que eu consegui prender. Tava carregada com sacolas de livros, bolsa, pasta, computador. Tava com um mau humor da porra. Do outro lado da rua, uma turma de terceiro ano, alunos meus. Escuto “Ju!”. Olho. Um começa a bater palma. Todos batem. Ouço gritos de “Que que é isso, heim?”, “Espetáculo” e “Delícia”. É ou não é pra animar a vida de qualquer cabocla?
Umas semanas atrás, aconteceu uma coisa ótima. Era uma sexta-feira e eu tinha tomado umas e outras na quinta. Tava chegando na escola morrendo de sono, com olheiras (e uns óculos escuros imensos), 7 horas da manhã, pra quem tinha ido dormir tarde pra burro. Tava com a primeira roupa que eu achei de manhã, um vestido com bota. Tava com o cabelo do jeito que eu consegui prender. Tava carregada com sacolas de livros, bolsa, pasta, computador. Tava com um mau humor da porra. Do outro lado da rua, uma turma de terceiro ano, alunos meus. Escuto “Ju!”. Olho. Um começa a bater palma. Todos batem. Ouço gritos de “Que que é isso, heim?”, “Espetáculo” e “Delícia”. É ou não é pra animar a vida de qualquer cabocla?
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