Algumas considerações a respeito do Carnaval:
• Sexta-feira. Trabalho em dose dupla. City depois. Irritadíssima com o Carnaval que se aproxima (vide post abaixo). Mas com as cervejas, as coisas vão melhorando. Chego e casa uma e pouco da manhã e o axé tá comendo solto lá embaixo. Fecho a janela. Fecho o vidro da janela. Encosto um colchão na janela, pra tentar abafar o som. Fecho a porta dos quartos, pra evitar que mais som entre e passe pelo corredor. Fecho o vitrô do banheiro. Fecho o box do banheiro. Fecho a porta do banheiro. Meus pais colocam o colchão deles na sala. Fracos. Entro no quarto, ligo o ventilador, ligo o note. Fone de ouvido, dorflex. Durmo em menos de uma hora. Acordo morrendo de calor no sábado, mas mais aliviada.
• Sábado. Cerveja com Isabela, 3 da tarde. Tranquinha. Duas velhas tomando breja e jogando tranca. Perco várias mas ganho a partida no final. Flavinho chega. Assistimos a “Obrigado por fumar”, de novo. Ligações pra galera. Todos vão estar no bloco de rua em Barão. E a gente também, fazer o quê? Foi legal. Um monte de gente querida, conversa boa e cervejinha gelada. Até 4 da manhã dando risada. Chego em casa e o trio elétrico do meu quintal já parou. Glória-glória-aleluia.
• Se você não pode com seu inimigo, junte-se a ele. Nem que seja pra descobrir os motivos por que ele se tornou seu inimigo. Domingo de Carnaval. Depois de tomar uma com a querida Má Franco no City, lá fui eu pra Barão, tentar repetir a dose de sábado (que tava tão legal). Má não quis ir e eu fui sozinha. Mas nem tinha nada. Um lixo, uma molecada, funk rolando nos carros, nem sinal de bloco. Desisti e voltei, mas ainda era 1 da manhã, e o trio do meu quintal (vide post abaixo) só parava às 4. Fazer o quê? Revesti-me de coragem e fui... para o túnel. Só pra descobrir mesmo que é uma merda. Encontrei um amigo de outros tempos, querido, e ficamos ali com a galerinha dele. Encontrei também um aluno. Encontrei também confusão. Tomei uma nas costas, no meio de uma briga, um cara saiu correndo e bateu com o braço em cheio no meio das minhas costas. Voei (e olha que eu nem sou levinha assim). Olho ao redor e vejo todos tapando o nariz e a boca. Alguém grita “spray de pimenta!”. Me mandam cobrir o nariz e a boca. O cheiro não passa. Olho do lado e vejo um cara imenso empurrando um policial. O policial revida mandando uma chuva de spray de pimenta. Uma menina de 15 anos me pega pela mão, me puxa e grita “CORRE!!”. Eu corro. O mundo corre. Dispersão, diáspora. 5 minutos depois, ainda estou tremendo. Ela me olha como se nada tivesse acontecido e fala “pronto, vamos voltar”. Trilha sonora perfeita do inferno: 3 trios elétricos ao mesmo tempo tocando axé. Falta muito pro mundo acabar? Nessas horas, eu acho que não.
• Segunda de Carnaval. Obrigada, Thunder Voice: Epitáfios é realmente incrível e salvou meu Carnaval. Impossível sair com o sol no céu. Enquanto isso, a gente fica em casa e assiste a essa série argentina fodástica. Recomendo. Vi os 13 episódios da primeira temporada em 6 dias. Bora atrás da segunda.
• Eu definitivamente não consigo mijar na rua. Desculpem, mas não dá. Acho uma falta de dignidade tremenda, falta de higiene total, nojento e repugnante. Podem mijar, vocês mulheres que conseguem, mas pra mim não dá. Eu prefiro pagar 3 reais (preço de uma cerva!!) pra ter a dignidade de mijar numa privada limpinha, com papel, descarga, lavar as mãos e dar aquela olhadinha básica no espelho. Mijar na rua, mulherada, não dá! No sábado, lá em Barão, duas amigas queridas foram mijar na rua e eu fui junto, de curiosidade mórbida. De boa, pra mim não dá. Era tipo um estabelecimento comercial, a varandinha de um comércio. Fechado, claro. Mas mesmo assim. Abaixar a calça, mijar de cócoras, não se limpar, colocar a calcinha e sair pingando, de boa, eu não consigo. Comentei com a minha amiga que parecia “Ensaio sobre a cegueira”, todo mundo cagando e mijando pela rua. Com a diferença e o agravante de que aqui todo mundo vê. Definitivamente, mijar na rua não é pra mim. E tenho dito.
• Dedico a minha noite de terça-feira a algumas pessoinhas. Tatiana Rocha, vulga Branca de Neve, que me levou pra esbórnia. João Fernando e Luan, que me fizeram rir muito e muito e muito mesmo. O moço que dançou Bandeira Branca comigo no meio da rua e que me fez lembrar como é que o Carnaval é mesmo. Hihi.
Um comentário:
Isso aí. Pegou o espírito da coisa!!!
ADORO CARNAVAL!!
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