quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Inaugurando dezembro, o último mês...

Sabe quando você olha mas não pode tocar? Mas toca sem poder, sem dever, e queria poder pegar? Ou toca de leve querendo tocar forte, ou toca forte, como se fosse normal, como se nem percebesse, como se não se importasse, quando na verdade você queria tocar muito de leve, deslizar os dedos, escorrer, derreter a mão? Sabe quando você olha de perto e o seu coração dispara dizendo “eu quero”? E você ri de si mesmo, pra não gritar? Sua boca se contorce num sorriso de desespero misturado com alegria misturada com dor misturada com desejo misturado com aflição misturada com satisfação misturada com ansiedade? E as luzes todas parecem estar contra você, e você não sabe mais o que fazer pra apagar da sua testa aquilo que está escrito em néon (mas ninguém parece ver)? E as músicas que você ouve alto calam fundo no seu peito, comprimem, apertam, machucam de um jeito bom e ruim? E os movimentos do outro te matam, e os seus movimentos te matam, você tem vontade de sair correndo e esconder a cara de idiota na privada mas fica ali parada, sorrindo feito besta. Olhando. Viajando. Falando sozinha, procurando desculpas na sua mente, procurando explicações que sejam criveis pro caso dos outros perguntarem no que você está pensando, por que está rindo. Sabe quando tudo queima, gela, o coração acelera, você pensa milhares de palavras por milissegundo, você aperta as mãos bem forte pra evitar fazer aquilo que você quer mas não pode ainda?

Sabe?

O nome disso é vontade. E é ruim, mas é bom demais.


Semaninha corrida da pôrra. Violão e voz, peça, flamenco, ensaios, aniversário de sobrinho, provas finais, despedidas. Espero que semana que vem eu respire melhor.

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